terça-feira, dezembro 18, 2012

Crónica de Santo Estevão


A última incursão de 2012 a Santo Estevão foi a duas velocidades. Ou seja, desde muito cedo se estabeleceram dois grupos com andamentos distintos, que rolaram separados durante todo o percurso, com mais de uma centena de quilómetros. Inevitável, a lei dos diferentes estados de forma e/ou das pretensões de treino dos vários participantes nesta fase da pré-temporada. E quando se acrescenta algum espírito/regime pré-competitivo entre os mais aptos – não se aliviar um ritmo elevadíssimo durante, pelo menos, 70 km, o que é senão precoce nesta altura do ano –, as diferenças tornam-se impossíveis de conciliar ou mesmo de atenuar.

Por isso, bastou dois ou três quilómetros (ainda o pelotão, mais uma vez numeroso, mal saía do Tojal), já o andamento à cabeça causava o primeiro e definitivo corte. Quem quis ou pôde, agarrou-se à dianteira; os que não... (em que me incluía), resignaram-se a um grupo de retaguarda, cujo ritmo era bem mais moderado. Mas que não era lento! E mais vivo se tornou quando, ainda na Variante de Vialonga, passei a assumir as despesas, conduzindo o «grupetto» de cerca de uma dezena de unidades à bem razoável média de 35 km/h até Vila Franca. Fi-lo «desprendido» de uma perseguição efetiva, mas com a fundada esperança que, com um abradamento à frente, não demoraríamos a reagrupar-nos. Serve, isto, para demonstrar que a decisão, voluntária, de temporizar atrás naquela fase inicial não traduziu qualquer «desprendimento» com a preservação do pelotão. Mas, estabelecido o corte, seria impossível a recolagem com o andamento que se imprimiu à frente.   
E assim, infelizmente, não mais se avistou os homens da dianteira. E nem com a reposição do andamento ao mesmo nível até Benavente - após uma passagem serena pelo empedrado e a ponte Marechal Carmona -, e daí em diante, pela vasta lezíria de Sto. Estevão, houve outro desfecho. Então, com o contributo repartido entre os elementos que compunham o grupo, destando-se o Jorge, o Freitas, o Nuno Garcia e o Pina, este após Sto. Estevão (onde nos aguardava para tomar café). Na dianteira rolava-se, com certeza, muito mais depressa – e sem aliviar.

Embora bastando algum alívio do andamento à frente para, como se percebe, ter permitido que o pelotão reagrupasse (antes da paragem em Sto. Estevão, obviamente), há que reconhecer que o mesmo seria desnecessário face às discrepâncias (de forma física, de abordagem à saída de grupo, ao treino que esta poderá constituir) referidas no início desta crónica, pois não originaria mais do que uma breve e fugaz «reconciliação» entre grupos. Tanto mais que, segundo rezam também as crónicas dos que foram sendo recolhidos no terreno, lá para os lados de Sto. Estevão instalou-se entre os mais fortes (Renato Hernandez, Renato Ferreira, André e João Silva - ou em alguns destes), o tal regime pré-competitivo que igualmente mencionei.

Por esse motivo, à passagem por Alverca, na dianteira, já só restavam mesmo aqueles quatro! Os outros (muitos!) foram peças que se foram desmontando ao longo do trajeto, que se tornou ainda mais seletivo devido ao vento frontal desde Benavente e, depois, lateral, desde o cruzamento do Infantado até Vila Franca (média inferior a 32 km/h), agravando desgastes aos que ainda estão pouco rodados nesta fase madrugadora da época.
 
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3 comentários:

Anónimo disse...

Tenho que dar os parabens ao renato hernandez pelo excelente trabalho que fez no grupo da frente. monento de forma uns bons furos acima de todos.

André Costa

Ricardo Costa disse...

Caro André. Saúdo-te!
Embora não haja grande supresa no desempenho do Hernandez, há no teu reconhecimento. Sinal que começas a nivelar a maturidade pelas tuas capacidades atléticas!
Bem-vindo a mais uma época, espero que a fazer-nos sofrer!

Anónimo disse...

Grande treino, após subir para Odivelas pelo hospital cheguei a casa com média de 33km/h e 122 km nas pernas, obrigado ao grupo e em particular ao trbalho efetuado pelo Renato.

Um abraço e até domingo

Paulo Fonseca