A última volta de Santo Estevão de 2013, e a penúltima do
calendário do ano, já não foi, propriamente, um longo treino de endurance. Não,
pelo menos, na sua extensão total. Após quase dois terços da sua duração em que
cumpriu os requisitos, alinhada com as que se têm sucedido há várias semanas, algures,
depois da rotunda do Infantado de regresso ao Porto Alto e a Vila Franca, o
nível de intensidade subiu a patamares ainda inéditos esta temporada ou, pelo
menos, tão duradouros. Talvez não tenha sido para a maioria dos participantes –
ou mesmo a esmagadora maioria -, mas foi para um punhado, em que me incluo. Todavia,
arrisco afirmar, foi um teste bastante positivo sobre o trabalho já assimilado.
De Loures a Santo Estevão (onde se parou para o tradicional
cafezinho de Inverno), a média foi de 34 km/h. Ou seja, muito boa, embora para
os que se resguardaram no conforto do numeroso pelotão não tenha representado
dificuldades de maior. No meu caso, excetua-se a passagem, sempre incómoda,
pela reta do Cabo.
Há que destacar quem mais trabalhou, entre eles, o Bruno, o
Mário «Kiryienka» - que se revela, cada vez mais, um excelente e abnegado
trabalhador -, o Jony, o Jorge e talvez alguns outros também, que não me foi
possível observar devido à minha quase permanente posição na retaguarda do
pelotão. Aliás, só a abandonei nos últimos quilómetros antes de Santo Estevão,
acabando por finalizar o setor à frente do grande grupo, a uma intensidade já
elevada. No topo à entrada da vila, o habitual sprint, com o Jony e o André em
destaque.
No reatamento, após uma ligação tranquila até à rotunda do
Infantado, tomei a liderança do grupo em parceria com o Mário, rolando na casa
dos 35-38 km/h. E eis que o Hugo Arraiolos se adianta, com algum ímpeto, não em
esticão, o suficiente para ganhar algumas dezenas de metros que foi
progressivamente aumentando. Perante a inércia dos restantes, mantivemo-nos na
dianteira, movendo a perseguição, que se arrastou durante «longos» 13 km, a uma
média de 40 km/h, praticamente até ao Porto Alto. Entretanto, ainda a meio
deste troço, o Ricardo Afonso decide saltar no encalço do fugitivo, alcançando-o
com muito esforço, que custou a incapacidade de o ajudar. Só na última fase, com
a fuga já controlada (uff...) contámos com ajuda – e de muitos poucos, no
fundo, efetivamente, só o Jorge... - e
ainda tivemos de lidar com o estorvo de outros, cuja intervenção só serviu para
desestabilizar e que só se assomaram à frente quando faltava apenas fechar meia
dúzia de metros.
Com o pelotão novamente compacto, nem por isso o Arraiolos
deixou a dianteira, mantendo um ritmo fortíssimo, que a partir daí impressionava
ainda mais pela sua longa duração. Está, sem dúvida, em forma, após a
preparação e participação no Troia-Sagres. Na reta do Cabo, teve a colaboração
do Tiago Pereira. Mas, a cerca de 1-2 km da Ponte de Vila Franca, quando, por
fim, o incansável homem do dia deixou a dianteira, e o Tiago aliviou ligeiramente,
o André atacou, ganhando alguns metros. Terá pretendido dar seguimento ao
pseudo-trabalho que o já seu habitual «parceiro» Arraiolos desenvolvera (embora
não creia que fosse a intenção deste) e capitalizar o desgaste que causara aos
seus perseguidores. Em mim, sem dúvida, pois já não tinha energia para mover
nova caçada.
No entanto, o Tiago acelerou e anulou a iniciativa do André,
que fez questão de lhe «agradecer»... crendo nele mais um aliado contra a armada Pina Bike. Julgo que, na ponte, o André voltou a atacar,
no que consegui aperceber-me à distância, após ter tirado o pé, recuperando até final daquela
saturante perseguição, mantendo-me na causa do pelotão depois
de Vila Franca, altura em que o Zé-Tó impunha a «lei da cabra». A assiduidade
deste sénior do nosso grupo tem sido elevada esta pré-temporada. Será que o teremos
de volta aos bons velhos tempos em 2014? Os Pina Bike precisavam...
Nota: recorde-se que
o calendário de 2014 será anunciado aqui no próximo dia 26.
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