segunda-feira, dezembro 23, 2013

Crónica de Santo Estevão


A última volta de Santo Estevão de 2013, e a penúltima do calendário do ano, já não foi, propriamente, um longo treino de endurance. Não, pelo menos, na sua extensão total. Após quase dois terços da sua duração em que cumpriu os requisitos, alinhada com as que se têm sucedido há várias semanas, algures, depois da rotunda do Infantado de regresso ao Porto Alto e a Vila Franca, o nível de intensidade subiu a patamares ainda inéditos esta temporada ou, pelo menos, tão duradouros. Talvez não tenha sido para a maioria dos participantes – ou mesmo a esmagadora maioria -, mas foi para um punhado, em que me incluo. Todavia, arrisco afirmar, foi um teste bastante positivo sobre o trabalho já assimilado.

De Loures a Santo Estevão (onde se parou para o tradicional cafezinho de Inverno), a média foi de 34 km/h. Ou seja, muito boa, embora para os que se resguardaram no conforto do numeroso pelotão não tenha representado dificuldades de maior. No meu caso, excetua-se a passagem, sempre incómoda, pela reta do Cabo.

Há que destacar quem mais trabalhou, entre eles, o Bruno, o Mário «Kiryienka» - que se revela, cada vez mais, um excelente e abnegado trabalhador -, o Jony, o Jorge e talvez alguns outros também, que não me foi possível observar devido à minha quase permanente posição na retaguarda do pelotão. Aliás, só a abandonei nos últimos quilómetros antes de Santo Estevão, acabando por finalizar o setor à frente do grande grupo, a uma intensidade já elevada. No topo à entrada da vila, o habitual sprint, com o Jony e o André em destaque.

No reatamento, após uma ligação tranquila até à rotunda do Infantado, tomei a liderança do grupo em parceria com o Mário, rolando na casa dos 35-38 km/h. E eis que o Hugo Arraiolos se adianta, com algum ímpeto, não em esticão, o suficiente para ganhar algumas dezenas de metros que foi progressivamente aumentando. Perante a inércia dos restantes, mantivemo-nos na dianteira, movendo a perseguição, que se arrastou durante «longos» 13 km, a uma média de 40 km/h, praticamente até ao Porto Alto. Entretanto, ainda a meio deste troço, o Ricardo Afonso decide saltar no encalço do fugitivo, alcançando-o com muito esforço, que custou a incapacidade de o ajudar. Só na última fase, com a fuga já controlada (uff...) contámos com ajuda – e de muitos poucos, no fundo, efetivamente, só o Jorge...  - e ainda tivemos de lidar com o estorvo de outros, cuja intervenção só serviu para desestabilizar e que só se assomaram à frente quando faltava apenas fechar meia dúzia de metros.

Com o pelotão novamente compacto, nem por isso o Arraiolos deixou a dianteira, mantendo um ritmo fortíssimo, que a partir daí impressionava ainda mais pela sua longa duração. Está, sem dúvida, em forma, após a preparação e participação no Troia-Sagres. Na reta do Cabo, teve a colaboração do Tiago Pereira. Mas, a cerca de 1-2 km da Ponte de Vila Franca, quando, por fim, o incansável homem do dia deixou a dianteira, e o Tiago aliviou ligeiramente, o André atacou, ganhando alguns metros. Terá pretendido dar seguimento ao pseudo-trabalho que o já seu habitual «parceiro» Arraiolos desenvolvera (embora não creia que fosse a intenção deste) e capitalizar o desgaste que causara aos seus perseguidores. Em mim, sem dúvida, pois já não tinha energia para mover nova caçada.

No entanto, o Tiago acelerou e anulou a iniciativa do André, que fez questão de lhe «agradecer»... crendo nele mais um aliado contra a armada Pina Bike. Julgo que, na ponte, o André voltou a atacar, no que consegui aperceber-me à distância, após ter tirado o pé, recuperando até final daquela saturante perseguição, mantendo-me na causa do pelotão depois de Vila Franca, altura em que o Zé-Tó impunha a «lei da cabra». A assiduidade deste sénior do nosso grupo tem sido elevada esta pré-temporada. Será que o teremos de volta aos bons velhos tempos em 2014? Os Pina Bike precisavam...

Nota: recorde-se que o calendário de 2014 será anunciado aqui no próximo dia 26.                

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