segunda-feira, junho 19, 2006

De volta às lides... bravas

Antes de mais, saudações ao Miguel e ao Nuno pela excelente participação na Quebrantahuesos. As classificações obtidas provam os magníficos desempenhos de ambos na rainha das Clássicas cicloturistas em Espanha, e são muito bom pronuncio para a Etapa do Tour, onde estaremos juntos no próximo dia 10 de Julho.
Miguel: 7h21m09s (posição 1845, média de 27,8 km/h)
Nuno: 7h25m17s (posição 1999, média de 27,6 km/h)

Por cá, depois de uma semana de «estágio» a banhos, mas de chuva, numa estação balnear algarvia voltei ao convívio do grupo em mais uma volta domingueira – e também a relembrar-me de como se está a andar depressa…
O percurso era relativamente acessível, logo, propício a grandes cavalgadas. Todavia, depois da primeira parte plana, entre Loures e Alenquer, tornava-se mais acidentado, com pontos fortes a coincidirem com a dura rampa do cemitério de Ribafria, a subida da Freiria para o Sobral e depois para o Forte do Alqueidão. Mas mesmo o sobe e desce final acabou por não foi suficiente para um pelotão cheio de força, havendo necessidade de «meter» mais quilómetros e a subida da Tesoureira para Casais da Serra para saciar o apetite dos mais vorazes. Enfim…
No início, após o habitual aumento progressivo do andamento até Alverca, a velocidade de cruzeiro disparou consideravelmente (como também é tradicional), cumprindo-se uma média superior a 36 km/h até Vila Franca, troço «fetiche» do Durão, que aproveita quase sempre para «abrir a caixa». Seguiu-se uma passagem invulgarmente suave pela rudeza do empedrado de Vila Franca, mas após a Castanheira o grupo voltou a «andar» depressa até Alenquer.
A partir daqui começavam as dificuldades do relevo, embora sem grandes obstáculos. Aliás, os maiores foram a péssima qualidade do piso na estrada de Ribafria e o topo picante que ascende ao cemitério. Foi aqui que o grupo se retraiu. Talvez devido ao desconhecimento quase generalizado da subida, que apesar de ter uma parte inicial bastante acentuada (precisamente a que passa junto ao cemitério) é curta e passa-se bem (menos de 1 km). Também devido à aceleração (coração acima das 180 bpm), houve uma selecção mais acentuada do que seria previsível, destacando-se as boas prestações do Carlos (dos poucos que já conheciam a subida) e do Zé-Tó (que não deve ter tiudo receio na abordagem). Por isso, o reagrupamento foi mais demorado.
Na subida para o Sobral recuperaram-se forças, embora nos últimos quilómetros, mais suaves, tenha havido alguma animação, principalmente por «instigação» do Carlos, que iniciava então uma série de ataques invulgares nele – atitude a saudar! O Salvador foi outro que impressionou, não tanto pela combatividade (já habitual), mas porque esteve sempre em lugares de destaque, respondendo muito bem às mudanças de velocidade mais fortes, sem quebras. Por exemplo, no Forte do Alqueidão não se coibiu de levar o grupo na subida, na companhia do Fantasma, mas acabou por se acusar menos que este o esforço quando os «poderosos» entraram em acção (no esforço final fui às 191 bpm). De resto, aqui foi o Durão a abrir as hostilidades, com o Carlos a responder muito bem aos ataques.
A descida para Arranhó foi (invariavelmente) rápida. O Durão meteu o «passo» e o grupo teve de se agarrar. Porque não fiz o mesmo, fiquei descolado e tive de gastar energias suplementares, tendo sido salvo pela paragem para reabastecimento nas bombas de Arranhó.
A subida da Tesoureira para Casais da Serra voltou a aquecer a volta, com o Carlos (mais uma vez!), a mexer no ritmo do pelotão. E quando se desceu para Bucelas, a coisa ferveu no topo da fábrica de ração – aqui com uma intervenção escaldante do Fantasma e do Pina. O sprint em Bucelas foi interessantíssimo, mas o Durão ainda teve forças para recuperar e passar à frente, depois de ter sido surpreendido quando relaxava após o topo. Isto depois de eu ter batido o Fantasma por uma unha negra.
Mas o calor não parou. A subida do restaurante dos Pneus voltou a derreter a união do grupo – e a mim, definitivamente, que, ao ter decidido «tirar tudo» antes do topo, vi o grupo passar em bloco e já não tive «disposição» para fazer o esforço de recuperação – quando o grande Abel o fez com êxito. Ainda segui o pelotão endiabrado à distância até à subida de S. Roque, mas depois dei meia-volta com o objectivo de fazer mais algumas dezenas de quilómetros. O regresso a Alverca, em descompressão, acabou por ser complicado devido à fadiga muscular (excesso de ácido láctico acumulado em quatro ou cinco acelerações muito fortes), mas aos poucos, depois de voltar a comer e beber bem, os depósitos saíram da reserva, permitindo fechar a contabilidade (141 km) com a subida de A-dos-Melros.

4 comentários:

Ricardo Costa disse...

No próximo domingo, a volta será diferente da que estava prevista, e que tinha um final «desconfortável» na subida de Fanhões (Casaínhos). Todavia, não se pense que haverá muito mais facilidades.
Atente-se ao novo itinerário:
Loures
Guerreiros
Lousa
Venda do Pinheiro (dir. p/ Bucelas)
Vale S. Gião
Bucelas (esq. e depois dir. p/ S. Tiago dos Velhos)
S. Tiago dos Velhos
Lameiro das Antas (alto)
à esq. p/ N. Sra. da Ajuda
Quinta do Paço (dir. p/ Arranhó)
Arranhó
Forte de Alqueidão
Sobral (dir. p/ Arruda)
Arruda (esq. p/ Cadafais)
Cadafais (esq. p/ Santana da Carnota)
Santana da Carnota
Freiria (esq. p/ Sobral)
Sobral
Forte de Alqueidão
Arranhó
Bucelas
Loures

Distância: aprox. 110 km

Anónimo disse...

Companheiros do pedal

Apenas me ocorre o seguinte comentário: Anda tudo "POSSUÍDO"!!!
Antevejo grandes dificuldades para domingo, pois o percurso é bastante exigente no que às diferenças de cota diz respeito.
Vamos ver como "embala" o comboio...

AB a todos e ... bons treinos bidiários

Ricardo Costa disse...

Pois é, meu bom Fantasma, é um percurso ao nível dos participantes, carrossel intenso e distância a condizer. Quanto aos treinos bi-diários, por este andar havemos de lá chegar... em breve. Quando ouço que há quem vá para a estrada todos os dias, já não me espanta o que se faz aos domingos! O tempo é dos que se aplicam. Os restantes - como um dia expressaste, e muito bem -, que tenham paciência e façam pela vida.
Ou como diz o «outro»: nestas coisas não há milagres!

Anónimo disse...

Hoje de manhã, Montejunto estava envolto numa espessa neblina e fazia vento em todas as suas vertentes, excepto numa...

Adivinhas