terça-feira, junho 27, 2006

Dureza, ataque e... polémica!


«Eh pá, o Capitão está roxo!» A afirmação do ZT, no alto da Freixeira, onde ele o Abel nos esperavam, definiu o mal que o Fantasma passou para ali chegar, desde Loures. Primeiro, foi o Durão a impor um passo rijo, constante, na subida de Guerreiros, e depois, eu, a partir da Freixeira até à Venda do Pinheiro. Andamento, de facto, demasiado alto, convenhamos, tendo em conta que eram os primeiros quilómetros (e duros!) e a dificuldade do percurso. Reconheça-se…
Relaxou-se na descida para a Bucelas, mas, mais tarde, a caminho de S. Tiago dos Velhos o ímpeto voltou a disparar. Eis o Durão ao ataque, logo na primeira rampa à saída de Bucelas. O pelotão teve de cerrar fileiras na perseguição, mas rapidamente se fizeram as primeiras baixas: o Fantasma tirou bilhete. E o que à primeira vista parecia uma medida de poupança foi, pelos vistos, a roxidão que lhe desceu às pernas. Fez bem, digo eu!
Analisada a situação à cabeça, não foi difícil perceber que o fugitivo estava com ideias fixas, por isso era aconselhável mantê-lo à distância e não incorrer no erro de recuperar em esticão. Para tal, impunha-se que o ritmo do pelotão fosse elevado e, principalmente, não fraquejasse. O que não se afigurava fácil... Todavia, ainda a meio da subida, o fugitivo já estava controlado. Nessa altura, fiquei satisfeito, acima de tudo, pelo facto de na minha roda ainda se manter um grupo apreciável: João, ZT, Salvador e um outro elemento novo.
A aventura do Durão terminou em S. Tiago dos Velhos, antes da parte mais complicada da subida, a partir de Adoseiros. Assim, mal foi absorvido, passou-me as rédeas. E na aceleração final, segurou-se com firmeza à minha roda. Os perseguidores referidos chegaram ao Lameiro das Antas com pouco mais de 40 segundos de atraso. Excelente!
Depois de esperar e esperar pelo Fantasma – agora já com outras cores! -, retomámos a marcha a caminho do Sobral, descendo à Quinta do Paço. Mas aí a polémica estalou. O Relojoeiro atirou-se ao Durão, culpando-o do castigo infringido ao pelotão (ele que até se juntou apenas na Chamboeira!!!). A partir daí, o Durão amoleceu e com o grupo fustigado fiz as despesas desde Arranhó até Santana da Carnota. Ao todo, 40 km. Valeu a pena, acima de tudo, pelo proveito. O andamento foi moderado, sem momentos de relaxe, e por isso penso que todo o pelotão lucrou. Após a Freiria, de regresso ao Sobral, soltou-se finalmente. A subida para o Forte de Alqueidão não destoou, mas a descida para Bucelas foi a «mata cavalos». O Durão voltava às lides, provavelmente embrutecido pelo raspanete» e impôs um ritmo «assassino» que só o Salvador (em muito boa forma) conseguiu resistir, numa típica prova de eliminação… A velocidade média é elucitativa: 46 km/h. Já agora, a média total da volta também: 29 km/h. Podiam era ter dado uma ajudinha.

Notas de observador:

Elogios à tenacidade dos elementos que completaram a volta (cerca de 115 km e quase 1500 metros de ascendente acumulado), porque as dificuldades começaram cedo, agravaram-se a meio, e a parte final não foi nada fácil. Estiveram que nem aço, principalmente o Fantasma, o referido elemento para mim desconhecido e o João, embora este se tenha adiantado aquando da longa espera no Lameiro das Antas, continuando apenas na companhia do Samuel. Foi pena, porque o João provou estar em grande forma. Como nunca o vi! Acabámos por reencontrar este duo, já na descida do Forte do Alqueidão para Bucelas. Mas como estes, outros, como o Abel e o Salvador, que entraram mais tarde, também acabaram a volta. Em grande!

A subida de S. Tiago dos Velhos foi interessante, apesar de todas as dificuldades por que a maioria dos elementos passou. O ataque do Durão logo no duro primeiro quilómetro e o facto de ter sido «para valer», obrigou a uma perseguição aplicada, na qual devo destacar a excelente prestação dos elementos que se mantiveram firmes na minha roda. E apesar da fuga ter estado quase sempre controlada, havia que evitar fazer a reabsorção em «esticão» e ao mesmo tempo não deixar cair o ritmo. O Durão apercebeu-se rapidamente que não iria longe e para evitar mais desgastes abdicou antes de S. Tiago dos Velhos, passando de imediato à defesa – ou seja, à minha roda. A partir de Adoseiros, a inclinação aumenta e com a fadiga acumulada o grupo desmembrou-se naturalmente. Mas tal não diminui a sua prestação. Bem pelo contrário. Os 9 km entre Bucelas e Lameiro das Antas foram intensos q.b. – e a prová-lo estão os «meus» 168 bpm de média.

Quanto ao episódio que gerou tanta controvérsia, creio que as razões se dividem. Já se disse que o andamento imposto desde o início pelo Durão foi realmente elevado e a passagem pela Freixeira foi mais difícil ainda - embora não tanto pelo ritmo na subida (4.26m é um crono que está dentro da normalidade), mas porque não houve metro de tréguas até aí chegar. E daí até alguns «poderosos» ficarem roxos foi um ápice. Mas o ataque do Durão em S. Tiago dos Velhos não pode ser condenado. Ali é terreno propício. E fez-se ciclismo! Do bom! Os que participaram (tão bem!) no esforço de perseguição têm motivos para estar satisfeitos.

Surpreendeu-me o João. Está em grande forma, a dar o litro e a ler muito bem as incidências da prova. Pena que não tivesse feito o resto do percurso em grupo. Bem precisei da sua ajuda! Serão os treinos a meio da semana com o Durão? E quem é o novo elemento, que desconhecia? Esteve tão bem como o João, juntando a isso o facto de ter integrado sempre o núcleo duro que completou o percurso. Esperemos que seja para continuar?!

4 comentários:

Anónimo disse...

Com saudades minhas?

1 - Chegou-me aos ouvidos que o Durão tem feito da subida de São Tiago dos Velhos o seu local predileto de treino. E que estava a preparar a fuga do último domingo há algum tempo. Mas pelos vistos o tiro saiu-lhe pela culatra. Tem de continuar a tentar!!!

2- O que será feito dos internacionais Miguel e Nuno Garcia? Provavelmente, a treinarem especificamente «à porta fechada» para a Etapa do Tour. Pois deviam aparecer porque há alguma gente que está precisar que a metam na ordem.

3- A volta de domingo é boa é! Por acaso conhecem a subida da Ereira? Pois deviam, antes de ficarem lá pregados!

Até à vista!

Homem do Talho

Anónimo disse...

Companheiros do pedal

A média final de 29Km/h, num percurso extremamente acidentado, atesta o actual momento de boa forma do duros do PINA BIKE!
Aguentar a roda dos "PROS" até ao alto da Freixeira, provocou inevitáveis faltas de ar, associadas a doses industriais de ácido láctico! Eu não diria ROXO...mas ROSADINHO e a pingar, ia concerteza! HEHEHE
Efectivamente, o forte andamento imposto pelo Freitas desde Loures, levou a que, já na subida para Santiago, ainda com a acidez da Freixeira nas perna, fosse "obrigado" a meter o meu andamento...
Apesar de ser um acérrimo defensor das PICARDIAS, até como forma de fomentar a "GALHOFA" neste BLOG, (anormalmente "deserto" nos últimos tempos) penso, no entanto, que o andamento no início das voltas deve ser moderado, principalmente, quando o "aquecimento" se faz a subir.
Quanto à "ajudinha" que reclamas (e bem) no fim da crónica, lamento, caro amigo Ricardo, mas em terreno como aquele, aguentar a vossa roda já é tarefa suficientemente extenuante!!!...
Prometo, que em terrenos mais planos...vou manter a postura...
HEHEHE
AB a todos e até Domingo

PS:
Alguém conhece o paradeiro destes "desertores" / "toupeiras"?...

L-Glutamina
Nuno Garcia
Miguel
Daniel
Vidigueira
Carlos (Casaínhos)

QQ informação deve ser imediatamente comunicada a este BLOG ou ao CNAD!!!...

AB

Anónimo disse...

caros amigos, não batam mais no ceguinho, estou de acordo que o andamento no inicio poderá ter sido um pouquinho elevado mas em defesa da minha pessoa posso no entanto acrescentar que:
-apesar do aquecimento ter sido excessivamente alto,este foi inentencional.
-quando assim for e para bem do grupo e de mim próprio agradeço que me alertem para o facto(sem que isso possa significar qualquer "fraqueza" seja de quem for),não se iludam meus amigos, momentos menos bons toda a gente tem, mesmo todos.
quero também aqui expressar a vontade de que a próxima volta corra de uma forma mais gradual, pode ser até que assim possamos divertir-nos mais.
quanto á subida da ereira desenganem-se os que pensam que vai ser um bicho feio,isto porque a avaliar pelo valoroso desempenho do grupo nas últimas voltas não existe presentemente dificuldade que seja inultrapassável.
dito isto, resta-me despedir-me até domingo.
p.s.desculpem lá qualquer coisinha eheheheh
DURÃO

Ricardo Costa disse...

Caros amigos, sobre a famigerada subida da Ereira, pelos vistos desconhecida para a maioria, parece-me recomendável esclarecer que, embora seja acentuada e difícil, não é, nem por sombras, comparável a Montejunto, como já ouvi dizer - nem pouco mais ou menos. É uma espécie de Ribas (semelhante na distância 3,4 km), mas, sem dúvida, mais exigente, já que tem rampas longas com inclinação acentuada, provavelmente a rondar os 9/10%, para uma média total de 7% (que já se pode considerar de montanha, visto que Ribas se fica pelos 6%, tal como a Mata, por exemplo). De qualquer modo, embora não tendo grandes descansos, partes planas ou descidas, a zona intermédia é mais branda (200/300 metros), precisamente antes do troço mais duro, que atravessa a localidade de Ereira. De resto, a parte inicial também é algo complicada, principalmente para encontrar o andamento ideal, uma vez que sucede a uma longa descida.
No passado dia 7 passei por lá, numa segunda vez depois de há alguns anos a ter descoberto da pior maneira, «ao engano», o que valeu um «empeno» dos fortes, quando pretendia atalhar caminho proveniente do Maxial/Montejunto, para não ter de ir a Torres (precisamente o sentido inverso ao da volta do próximo domingo.
Pelos registos do Polar pode tirar-se algumas conclusões:
Tempo de subida: 14.04 (objectivo: bater!)
Velocidade média: 14,5 km/h (como se pode ver, muito baixa)
Pulsação média: 167 bpm (relativamente alta tendo em conta que estive longe de ir a fundo)

Abraço