segunda-feira, setembro 25, 2006

Clássica da Abrigada

O percurso inédito foi aliciante adicional da Clássica da Abrigada, realizada no último domingo, pela primeira vez no âmbito do calendário de temporada. O traçado extremamente equilibrado entre o terreno plano e a montanha «suave» conduziu o pelotão de Loures a Abrigada, da Merceana ao Sobral, e de regresso ao ponto de partida, aproveitando a trégua de S. Pedro, mas enfrentando forte vento na segunda metade: a que tem relevo mais difícil.
Mas não foi só por isso que a jornada foi interessante e bem sucedida. Para tal, contribuiu o comportamento exemplar do grupo, uma vez mais demonstrando elevado nível global, a que não alheia a integração de novos elementos bastante válidos, casos do Pedro Fonseca – grande confirmação! – e do Albino, velho conhecido do Durão, que revelou muito boas qualidades. Estas duas integrações recentes revelam igualmente a óptima saúde do nosso grupo, apesar do extenso rol de ausências de figuras de nomeada, a maioria motivada pela participação nos 100 km de Mafra (BTT), que se disputaram na mesma manhã.
As boas notícias não findam aqui. A maior de todas – perdoem-me a preferência – foi a presença do Nando, cujo gosto pela bicicleta e espírito de sacrifício motivou-o a completar a volta, considerando o que custa a quem tem a forma física insuficiente devido à escassez do treino. Digo-o lamentando a sua presença inconstante nas concentrações domingueiras – por imperativos pessoais e profissionais –, dada a mais-valia insubstituível para o grupo que representa o «peso» do seu enorme carisma. Um grande exemplo, como ficou mais uma vez demonstrado.
Outro facto que não deve deixar de ser (sempre) louvado é a coesão do grupo, tanto mais porque esteve em destaque nesta volta. O melhor exemplo este domingo foi o Samuel, cuja atitude exemplar, compatível com a sua boa forma, contribuiu activamente o bom desenrolar da jornada. Além dele, o combativo rebenta-crencos-Salvador, e o eternoAbel, regressado com o lastro próprio de férias com mesa farta.
Contra todos esteve o vento, principalmente, quando, a partir da Abrigada, passou a soprar de cara, obrigado a um esforço suplementar. Até aí, na primeira parte do percurso o andamento foi bastante moderado – como se quer! –, apesar do engodo à velocidade que oferece a planura do relevo. Nada de mata-cavalos, logo os desgastes foram minimizados, preservando energia preciosa para a secção final, mais acidentada e empenhativa. O Durão, sempre incansável, teve muito mérito ao assegurar, à cabeça do grupo, o ritmo de cruzeiro ideal, para o qual deram o seu préstimo todos os que se sentiram com capacidade, sem excepção.
A partir de Marceana em direcção ao Sobral, o passo endureceu. Chegava a altura adequar o ritmo às capacidades próprias. Bastaram as primeiras rampas, feitas a uma intensidade elevada, para se fazer rapidamente a selecção. A subida é longa e inconstante, requerendo uma gestão rigorosa do esforço, protecção do vento, e uma boa roda. A roda, a minha, e os dignos «chupas»: Durão, o estreante Albino e o Salvador. Só este acabou por ceder, sensivelmente a meio da ascensão, mas, mais tarde, já após a passagem pelo Sobral, demonstrou a sua reconhecida tenacidade, alcançando o trio da frente, passou directo ao Forte de Alqueidão. Então o Durão impôs a sua cadência pesada (52x23) entre os perseguidores e anulou a fuga. Assim, também o Albino acabou por ceder à dureza (vento acima de tudo), chegando ao alto na companhia do Salvador.
A partir daqui, por imperativos de horário, antecipei o regresso a casa, atalhando pelo eixo S. Tiago dos Velhos-A do Mourão, mas já tive conhecimento que a conclusão da jornada decorreu normalmente – que, no cômputo geral, volto a frisar, foi excelente!

Notas de observador

Como já referi, a integração de novos elementos é sintoma de vitalidade do grupo, livre dos maus presságios de opiniões cépticas que, por vezes, emergem sem, porém, mostrarem o rosto. O Pedro Fonseca fez a sua segunda aparição, após a estreia e sádica «praxe» em Sintra e, segundo fontes bem colocadas, apesar de o tratamento não ter tido tanto choque, as consequências repetiram-se: valente empeno! É assim, através de aferições de capacidade superação e resistência às fortes exigências de um grupo de nível, além de camaradagem, que se faz o tirocínio no Pina Bike. Para ti, Pedro, a prova foi superada com 20 valores!
E a atentar às indicações prestadas este domingo pelo outro delfim, o Albino, logo em dia de estreia, o relatório será rigorosamente igual. Bem-vindos, companheiros!

Por falar em indicadores – mas referindo os (meus) físicos –, depreende-se que a temporada no limiar do fim. Fazer força nos pedais já custa muito e os resultados não compensam. Assim, mais do que lógico abrandar o volume e a carga nesta altura do ano, é imperioso aliviar significativamente aos domingos, mesmo se até ao final de Outubro ainda restem algumas Clássicas com subidas exigentes, como a Sra. da Ajuda (espectacular mas para ser feita no auge da forma!) e A-dos-Loucos – esta já no próximo domingo. Ai ai, quem é que fez o calendário?!

4 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro, só nos resta alterar e contemplar a natureza.
Ou existe algum orgulho? ou vergonha em se mudar.

Anónimo disse...

Ricardo, com esta descrição "quase" q me arrependo de n ter ído no Domingo! Deve ter sido valente! Mas p a semana há mais.
Há notícias dos Bravos q foram à Maratona de Mafra?
Como este fds foi de "gazeta", fui no Sábado "passar" pelo Sobral da Abelheira...é 1 ponto "quente" mt agradável.
Sejam bem vindos os "novatos".

1ab e boas pedaladas,
ZT

Anónimo disse...

Clássica da Abrigada,
Foi uma Classica muito interessante, onde o grupo manteve-se sempre junto, com um grande espirito de entre ajuda e para mim,
tirando a subida para o Sobral (onde acabou o diesel), foi uma jornada optima.
Agradeço as sempre agradaveis e motivadoras palavras do Ricardo quer aqui no blog, quer nas Classicas,
mas pessoalmente achei que passei a prova sim (consegui chegar com o grupo) mas, não com um 20 valores mas com um 12/13, pois o
que pretendo é acompanhar sempre o grupo da frente, de principio a fim e é para isso que vou "trabalhar".
Quero tambem aproveitar para Agradecer a excelente camaradagem do grupo e a forma como me acolheram.
Já agora, digam ao Salvador para descarregar as pilhas ao Sabado, é que 2 semanas seguidas sempre a partir pedaleiras
é muito, não?
Para o proximo Domingo já se sabe qual é o trajecto?
Até lá
Boas pedaladas
Pedro Fonseca

Ricardo Costa disse...

O trajecto da volta do próximo domingo é o seguinte:

Loures-Pinheiro de Loures-Guerreiros-Lousa-Venda do Pinheiro-Roussada-Milharado-Póvoa da Galega-V. S. Gião-Freixial-Bucelas-Vila de Rei-Cabeço da Rosa-Alverca-Alhandra-A dos Loucos-A do Barriga-A dos Melros-Alverca-Vialonga-Tojal-Loures.
Total: 78 km

E o jantar de hoje é onde e a que horas?