segunda-feira, novembro 13, 2006

Sobral em pleno...

O último domingo foi «pleno» para todos ou quase todos os participantes na volta do Sobral (por Arruda, Alenquer e Merceana), que têm justificados motivos para estarem satisfeitos com o seu desempenho individual e do grupo em geral. Principalmente os que, nalguns momentos que assisti, se bateram com fantástica galhardia. Refiro-me ao Fantasma e ao Salvador, que merecem, entre os demais, os maiores elogios. Dupla muito competitiva, em especial evidência na jornada de ontem, principalmente no mano-a-mano que disputaram na parte final do percurso, onde o relevo era mais selectivo, e onde se deveriam guardar todas as forças que restavam.
Mas se algum deles tinha a pretensão de sair por cima de hipotético despique, viu-a defraudada. Em minha opinião, houve empate técnico! – embora o Fantasma tenha marcado «pontos» importantes por feito a subida do Sobral com o pelotão (o Salvador fê-lo na companhia do Pina, pois ambos saíram adiantados de Bucelas), a que há a juntar os créditos adicionais por ter integrado o grupo, muito restrito, que chegou à frente ao Forte de Alqueidão (com o Freitas, Nuno Garcia e o «Scott»), resultante de uma aceleração após os ferro-velhos, a que tanto eu, o Pedro e o Steven não conseguimos responder. E a que o Carlos e o João Santos também não resistiram nos últimos dois quilómetros. Embora à distância, que se foi acentuando bastante até ao PM do Alqueidão, mesmo com a pulsação [controlada] a 160 bpm, pareceu-me que a condução do grupo de vanguarda se dividiu entre Freitas e o Garcia.
Ao descer do Sobral para Arruda, o pelotão voltou a fraccionar-se, agora devido ao meu «forcing» em alguns topos. Mas já nesta altura o Salvador e o Fantasma já não cediam um milímetro… nem um ao outro. O reagrupamento fez-se a caminho de Cadafais, mas foi sol de pouca dura. Isolou-se rapidamente mais um grupo, então formado pelo Carlos, Nuno, Fantasma e Salvador (pois claro!), que rolou acima dos 40 km/h em direcção ao Carregado, (pareceu-me com grande mérito do Nuno), abrindo uma distância superior a toda a longa recta que antecede o cruzamento da EN1. Atrás, a uma média de 35-38 km/h vinha um quarteto formado por mim, o Steven, Pedro e o Scott, que perdera muito cedo o comboio da frente ao aguardar pelo Freitas (que tinha parado no início da descida) e o João – que só recolariam a caminho de Alenquer.
Entre Alenquer e a Aldeia Gavinha, o Freitas desenvolveu um excelente trabalho, «puxando» o pelotão durante todo este sector, dispensando colaboração… O andamento não foi fracturante, mas esteve muito longe de ser tranquilo. Todavia, na Aldeia Galega surpreendeu quando meteu um passo muito rijo nas primeiras rampas difíceis, no início da subida para o Sobral – aqui sim, causando desde logo a primeira vítima: o Pedro. Com ele ficou o Pina, também distante de estar apto a seguir ritmos tão selectivos.
Os demais cerraram fileiras e não cederam, correspondendo de forma muito positiva – principalmente o Fantasma, em terreno que não é o dele. Todavia, ao chegarmos ao ligeiro descanso do cruzamento de Ribafria, o Freitas tirou tudo e procurou que o grupo fizesse o mesmo. Não teve correspondência! O Fantasma, principalmente, não estava pelos ajustes, e a sua sombra, o Salvador, também. Mas foi o Carlos que fez a aceleração crucial, ainda que levando o duo maravilha na sua roda, logo se cavando um fosso que se foi alargando ao longo da subida. Atrás, eu, o Nuno, o João e o «Scott» oscilávamos entre a perseguição e a… manutenção. A primeira acabou por se impor naturalmente, embora já parecendo demasiado tardia…
Na Freiria, quando o terreno voltou a empinar, o Carlos libertou-se dos seus companheiros de fuga, que se mantiveram, obviamente, juntos, mas foram absorvidos pelos perseguidores a pouca distância da entrada no Sobral. Restava o Carlos, mas estava definitivamente fora de alcance. O Nuno ainda apertou a «caçada», a que eu e o «Scott» correspondemos, acabando nós os dois (eu e o Scott) por ficarmos isolados, chegando praticamente na roda do Carlos depois de um bom revezamento no derradeiro quilómetro – mas só possível porque ele não se defendeu!!!
Os restantes chegaram logo, mas enquanto o Nuno e o João aguardaram pelos retardatários, os outros seguiram em direcção ao Forte de Alqueidão. Lá, foi uma vez mais o Carlos a meter um passo respeitável, rendido pelo Scott. Os demais não desarmaram enquanto o Carlos não meteu a pedaleira grande e foi à sua vida… Apenas o Scott conseguiu fechar o espaço e chegaram a par ao alto. Não muito mais atrás, eu, o Fantasma e o Salvador procurávamos atenuar as perdas, apesar das dificuldades. Foi bom de ver este duo, que mais do que tentar chegar aos dois homens da frente, lutaram bravamente para não cederem… na sua «batalha» pessoal. E não cederam! Empate técnico!
O grupo voltou a reunir-se rapidamente, mas o Carlos voltou a animar o andamento no início da longa descida para Bucelas, que se fez a muito bom ritmo (passagem acima dos 50 km/h), e a rendermo-nos à vez a partir do cruzamento da Tesoureira, com direito a sprint final, onde o Fantasma, jogando em antecipação, parecia levar ligeira vantagem, mas acabou por ser ultrapassado pelo «Scott» - o homem mais forte naquele momento - e também pelo Salvador, embora por poucos centímetros. Para não destoarem!
O segundo grupo chegou bastante tempo depois, penalizado pelos condicionalismos do andamento do Pedro, em dificuldades desde a Aldeia Galega. Segundo fontes oficiais, a subida para o Alqueidão foi realmente penosa para este jovem bravo do nosso pelotão, que, a cada domingo, ainda sofre bem na pele as consequências da sua inexperiência!

Notas de observador

Para alguns, podem não ser consensuais estes saudáveis picanços, entre dois ou mais guerreiros, mas a verdade é que condimentam estas voltas domingueiras, em pleno «defeso». Para mais, tendo malta tão valente como protagonista, que não poupa esforços para «meter» ferro e não perder o comboio da frente, defrontando-se e enfrentando os demais de peito aberto, sem constrangimentos, desculpas, queixas ou desvios de última hora. Ontem, foi o Salvador que esteve ao seu melhor nível e o Fantasma que se superou em terreno em que habitualmente se encolhe: a montanha. Para eles, os maiores louros da jornada. Foi corajoso, de ambos, seguir o andamento do Carlos a caminho do Sobral (quando nem os «poderosos» arriscaram) e a tenacidade demonstrada a chegar ao Alqueidão, onde apesar da fadiga nenhum quis ceder um palmo ao outro. Mantenham a chama, rapazes!

Por falar em Carlos, companheiro de um treino muito profícuo na última sexta-feira, a sua boa forma nesta altura é indiscutível, apesar de ser ainda muito cedo (ou tarde, depende da perspectiva) na temporada. Com isso, reafirma o seu enorme potencial, reforçando argumentos para explodir finalmente em 2007, apto a dar água pela barba aos «internacionais» nos momentos cruciais da temporada. Por vezes, o que falta para progredir mais rapidamente são objectivos ambiciosos. Eu já sugeri… será que ele aceitará. Entretanto, o ideal é deixar rolar…

Surpreendeu o andamento extremamente «rijo» que o Freitas impôs na primeira parte da subida Merceana/Sobral, depois de ter puxado o grupo desde Alenquer, num trabalho que foi excelente. Mas ainda mais estranho foi ter «tirado» tudo no ligeiro descanso junto ao cruzamento de Ribafria e depois sugerido que os restantes fizessem o mesmo. Também espantou que perante a lógica «nega» geral se tenha deixado descair do grupo… Impressionou também o comportamento homogéneo do pelotão face ao andamento extremamente selectivo naquela zona inclinada da subida e já com muitos km a pesarem nas pernas. Apenas o Pedro e o Pina cederam imediatamente.

12 comentários:

Anónimo disse...

Queria deixar aqui votos parabens ao Nando um grande companheiro de estrda que fez no sábado dia 11 Novembro fez anos.
Para ti Nando que faças muitos mais por muitos e longos anos
Abraços

Anónimo disse...

Grande Nando! PARABÉNS, que contes muitos e plenos de saúde!

Quanto à voltinha de Domingo, foi realmente bastante movimentada, carecendo apenas de um contributo + efectivo do FRAQUINHO do Nuno Garcia...
Impressão minha ou o "ADITIVO" acabou à chegada ao Sobral?...
HEHEHE
Grande AB

Ricardo Costa disse...

Reitero os votos de parabéns ao Nando pelo seu aniversário, excelente camarada e desportista. Que conte muitos, sempre com saúde e o espírito que lhe garantiu estatuto ímpar no seio da nossa comunidade ciclista, onde é uma referência!
Estás a ficar velho, pá!

Abraço

Anónimo disse...

Mas que tareia, cada Domingo cada tareia... e nunca mais chegava ao Sobral!!!!
Grande ajuda e incentivo do Freitas e do Pina mas já não tinha mais nada para dar ia completamente vazio.
Não me querem dar umas dicas de como poder andar melhor??
Devo nesta altura ir correr?
Ou só treinar estrada (durante a semana só posso apartir das 18 horas logo tenho de levar os pirilampos!!!)
Tambem tenho uns rolos, será que basta nesta altura?
Alguem quer dar-me uma ajudinha???
Como é que voces fazem.....
Vá digam lá.....
Gostava tambem de aproveitar para dar os Parabens ao Nando que fez um dia depois de mim.

Um Abraço a todos
Pedro Fonseca

Anónimo disse...

Amigo Pedro

Mais logo no Pina, por volta das 18h30, equipado a rigor para fazer + uns Km em ritmo de passeio, é a melhor dica que podes receber!...
Treino e + treino e + treino!

AB e ... até logo

Anónimo disse...

Carissímos,

Antes de mais, parabéns ao Nando (grande referência e enorme companheiro) e ao Pedro (novato, mas também já uma referência).

O conselho que dou ao Pedro é semelhante ao que foi dado pelo Fantasma. Treino, treino e treino... e descanso.
E além do treino e do descanso, paciência e perserverança. A seu tempo a resistência e a força surgirão.
Preocupa-te, neste momento da época, em ganhar resistência para os próximos meses. Se só podes treinar depois das 18h30m (como a maior parte dos outros), aproveita esse tempo para realizares, em casa, sessões de rolos (até 40 m, no máximo), duas/ três vezes por semana (10' de aquecimento, 20' a subires a pulsação até aos 85/ 90% da mhr, 10' a baixar a pulsação). Aproveita o sábado para rolar sem preocupações de médias, apenas quilometros, mas sem cair na monotonia (sprints de 15/ 20s em cada meia hora e retorno à calma).
E lembra-te que, todos (sem exepção) os que andam no pelotão da PinaBike já passaram pelo que estás a passar.

Nos dias anteriores aos treinos mais duros, come bastantes hidratos de carbono (massas, pão, etc) e hidrata-te bem.
Aos domingos, resguarda-te, no meio do pelotão, o máximo que conseguires (tens uma poupança de esforço de cerca de 30%).
Mas essencialmente, disfruta do desporto que gostas.

Chris Carmichael (o de cá)

Ricardo Costa disse...

Caro Pedro, é natural que sintas desconforto perante as dificuldades que vens sofrendo nas voltas domingueiras, provavelmente acentuado, em parte, pelo facto de considerares ser resultado da incapacidade de evoluíres no seio do grupo, depois de ultrapassar a primeira fase de adaptação.
Em relação ao método, há pouco ou nada a acrescentar ao que o Fantasma resumiu e o Carmichael (bem-vindo!) explicou em detalhe. Os três pilares básicos são o treino, o descanso e a nutrição. Depois de fundados e correctamente desenvolvidos estes alicerces, resta apurar a estratégia de grupo, que, aliás, como o Carmichael também referiu, no nível de forma em que estás, se resume apenas à… defesa.
É precisamente neste ponto que gostaria de focalizar os meus conselhos, pois é a melhor maneira de, no imediato, prevenires mais «empenos» do género do que sofreste no último domingo. Embora o grupo exiba um comportamento muito heterogéneo neste aspecto, havendo inclusive alguns exemplos discutíveis de boa auto-avaliação do compromisso estado de forma/esforço, procura controlar o teu ímpeto em situações em que os excessos se pagam caro por quem tem «os tais» alicerces ainda frágeis. Eis alguns erros que cometes durante as voltas que deves corrigir: muitas vezes, em grupo compacto, em vez de te protegeres na roda de um companheiro, vais desviado (para o meio da estrada), onde a poupança não é tão efectiva – o nível de esforço está mais ou menos a meio termo entre quem vai à frente, a puxar, e os que vão bem «escondidos» no conforto do pelotão.
Por outro lado, evita ao máximo passar pela frente. Ninguém está obrigado a fazê-lo, ainda mais quem tem as forças limitadas. Sê paciente e reserva esse trabalho para quando tiveres mais «pulmão».
Outro erro, este fortemente penalizador, é perderes o «timing» de resposta a uma aceleração forte que provoca a fractura do grupo. Nesta altura, o ideal é privares-te de seguir andamentos muito rijos, principalmente em terreno acidentado. Mas se decidires ir, tens de o fazer rapidamente para não perderes a roda. O que se verifica muitas vezes é ficares na expectativa e depois arrancares a destempo, enfrentando sozinho a resistência do ar, com a necessidade de fechar o espaço à tua frente, descuido que resulta em consumo elevadíssimo de energia preciosa – que não vais recuperar mais, garantidamente! Por isso, faz uma análise rápida da situação e opta por ficar com os… detrás. Mais uma vez, espera para teres pernas melhores!
De resto, mesmo quando decides arriscar a integrar um grupo (independentemente do número de elementos) em forte andamento, avalia o teu nível de esforço nestas situações. A melhor forma de o fazer é controlando as pulsações. Evita ultrapassar o teu limiar anaeróbio durante muito tempo seguido – não mais de 4/5 minutos -, sob pena de envenenares os teus músculos irreversivelmente. É a capacidade de recuperação após períodos de grande intensidade (acima do limiar) e durante mais tempo, que determina o estado de forma, e faz as diferenças em modalidades com o ciclismo. Por agora, ao ultrapassares este tempo sempre com o coração «lá em cima» sê racional e deixa-te descair do grupo e absorver pelos que vêm detrás ou, caso sejas o último, não te rogues a meter o teu andamento de cruzeiro. Pensa que «chegas quando… chegares» – e não será mais longe que o próximo ponto de reagrupamento. Mesmo que tal não suceda, e a perda do comboio represente atrasares-te definitivamente (em condições normais só deveria acontecer na fase final das voltas), mete o teu «passinho» e completa o percurso tranquilamente. Todavia, é precisamente esta situação que se pretende evitar com estas dicas. E como o Carmichael disse, a perseverança é o fundamental.

Anónimo disse...

O meu muito OBRIGADO pelos conselhos do Fantasma (não deu para ir treinar porque só hoje é que vi o blog), do Carmichael (uma grande ajuda porque não sabia bem se devia fazer rolos e da nutriçaõ) e do Ricardo Costa (bons conselhos e boa avaliação dos meus erros).

Um abraço a todos
Pedro Fonseca

Ricardo Costa disse...

Parece que ainda não é definitivo, mas o percurso da volta de domingo é mais ou menos o seguinte:
É o trajecto da Clássica das Lezírias, direito ao Porto Alto e a Benavente, com regresso pela estrada municipal, por dentro da lezíria (estará alagada?!) e a única variante é que em Alverca segue-se em frente até S. Iria da Azóia, onde se vira à direita para a subida que leva ao nó da A1/IC2, e até ao alto da Granja (portela da Azóia), descendo pela nova variante em direcção ao MARL e finalmente à esquerda para Loures. Distância 100 km.
Trata-se de um percurso praticamente todo a rolar (bem conhecido), mas que tem a tal nova passagem pelo alto da Granja, cerca de 2 km de subida, a cerca de 10 km do final, o que dará maior sabor à jornada.

Abraço

Anónimo disse...

Salvador: Ricardo, a estrada da Leziria não está alagada mas está muito danificada pelas obras da ponte.

Anónimo disse...

BOA NOITE SEUS CRAQUES,ESTÁ TUDO A TREINAR,É SO VELOS A PASSAR IIIAAA.É SO PARA INFORMAR O SALVADOR QUE A MANHÃ A MESMA HORA NO MESMO SITIO COM A VELINHA BEM CARREGADA

P.B.

Ricardo Costa disse...

Ok, arranja-se uma alternativa, que pode ser ir a Azambuja e voltar e terminar da mesma maneira. Ou dar a volta por Alcoentre, que o Freitas e o Carlos da Quinta da Piedade fizeram no dia em que o Nando foi a Fatima. Ou outra qualquer...
O mais importante seria nao chover.