quinta-feira, novembro 02, 2006

Marginal-Sintra: a repetir!

Para o feriado de dia 1 foi desenhada uma volta muitíssimo interessante, sem dúvida, mas que deveria ter sido melhor planeada, dada a sua longa distância e índice de dificuldade. O trajecto original reunia o melhor de dois mundos: a planície, montanha e o campo, acrescentando ainda a diversidade paisagística. De Loures ao Parque das Nações e em toda a zona ribeirinha de Lisboa até Algés prevalece ambiente urbano e as estradas largas e planas, a convidar à velocidade. O terreno de roladores mantém-se na Marginal, com o seu perfil ondulado, ladeado pela lindíssima linha de costa banhada por sol radioso. E assim continua até ao Guincho. Um deleite para calmeirões, como diria o Pintainho.
A partir daqui, embrenhamo-nos na frondosa serra de Sintra, acentuando os desníveis logo à saída do extenso areal do Guincho pela longa subida de Malveira ao Cabo da Roca, seguindo-se a longa descida para Colares e a ascensão final à cidade Património da Humanidade. Aqui, dominam os «todo-o-terreno». Finalmente, a última secção, por Pêro Pinheiro e Negrais, ao género de «parte-pernas», mais ainda quando já acusam alguma fraqueza… A juntar, a distância total, que rondaria certamente os 125/130 km. Resumindo: índice de dificuldade elevado.
Assim, o pelotão, uma vez mais numeroso e motivado saiu de Loures e rolou a velocidade moderada em direcção a Lisboa e Algés, com a vantagem do vento soprar favorável. De resto, os maiores adversários foram as intermináveis tampas de esgoto, o trânsito que não desaparece mesmo em dia de folga, os semáforos quase sempre vermelhos e alguns obstáculos inesperados na via, nomeadamente… pedras! Passar por cima de uma, em Belém, custou-me um furo – rapidamente reparado com o precioso auxílio do João Santos e do Nando – grandes camaradas! De novo na estrada, mas condicionado pelo horário, não fui muito mais longe, invertendo a marcha no cruzamento do Estádio Nacional, infelizmente pouco antes de se iniciar a aguardada Marginal. Fica a próxima! O regresso a Alverca foi higiénico, em amena cavaqueira com o Duarte (treino, provas e afins…) e o Luís (com que nos cruzamos em Sta. Apolónia) – em ritmo ideal para esta altura do ano. 95 km em 3h20: um mimo!
Tal como referi, a exigência do percurso carecia de melhor planeamento desta volta, que deveria ter sido melhor programada, com maior antecedência e, porventura, com horário de saída mais madrugador, etc., etc. Por isso, o grupo teve de encurtar o trajecto, cortando no Estoril para Alcoitão, driblando assim muitos quilómetros e, acima de tudo, os arrepios da Serra de Sintra. De qualquer modo, pela beleza da etapa, penso que a sua realização, em versão integral, deveria ser equacionada – por exemplo, em jeito de Super-Clássica!

2 comentários:

pintainho disse...

Oi rapaz.

Respostas às questões que colocaste:
Os dados das voltas são transferidos do ciclo-computador para um programa do PC e aí há que ter algum trabalho a colocar os nomes das povoações e restantes referências.
O formato informático dos ficheiros para conseguir publicar no blog é .jpg. Mas, podes inserir no blog imagens com outras extensões.

Quanto a esse percurso que estás a elaborar, caracterizado pela passagem em quase todos os “muros” da nossa região … podes contar comigo para o experimentar!

O Giro da Trouxa é realizado integralmente por estrada asfaltada. Tem aproximadamente 60 Kms com 1.500 mts de ascensão acumulada.
É quase sempre a subir ou a descer, sendo muito complicadas de passar algumas “paredes” demolidoras (Cabeço de Montachique com 100 mts a 23% e um máximo de 27%; Choutaria com 200 mts a 17,5% e um máximo de 20%). É uma volta que já faço há muitos anos, embora a ascensão da Choutaria e ao topo do Cabeço de Montachique só seja possível com relações de andamentos “moderadas”. Com a minha bicicleta antiga não fazia estes 2 “muros” e chegava às trouxas … com menos apetite! Mas, com o meu 30x24, não há “muro” que me pare… Até aos 32% “marcha” tudo… Se conheceres algo mais inclinado … quero lá ir!!

Estou a recolher dados de algumas rampas que tenho feito e quando tiver alguma disponibilidade farei uma base de dados comparativa.

PS: Não me chames “maluquinho” das altas percentagens … que ainda há alguém que pode ficar com essa ideia!

Abraço

Ricardo Costa disse...

Pintainho, obrigado pelas dicas!

Reconheço que as subidas da Choutaria e de Salemas são exigentes, principalmente a primeira, embora relativamente curtas.
A Choutaria passei lá apenas uma vez e Salemas duas, mas no mesmo treino. A Choutaria é interessante porque tem uma inclinação muito irregular, chegando mesmo a descer antes de se entrar na aldeia, onde está o tal «muro», que não é de substimar. Além das percentagens que referiste, o pior é que são 400 metros a 16% - o que para uma primeira abordagem, que foi cautelosa, equivaleu a uma estonteante velocidade na ordem dos... 8 km/h!
Salemas já tem outro perfil, apesar de igualmente dura (mais de 8,5% de média para 1,5 km), sendo daquelas subidas que se podem fazer a grande «allure» como dizem os franceses.
Quanto à tal volta dos «muros» que estou a magicar, irei manter-te informado, mas, como te disse, por ser verdadeiramente dura não é de crer que nos próximos meses arrisque a traçar a altimetria... no terreno. Quiçá no Google Earth!

Abraço