segunda-feira, novembro 20, 2006

Azambuja e triatletas

Terá sido o nevoeiro cerradíssimo que encobriu o sol e não deixou o asfalto secar dos aguaceiros nocturnos a demover muita boa gente arriscar fazer-se à estrada quase totalmente plana, com ida e volta a Azambuja e final ligeiramente mais «picante» na subida da Granja da Azóia. Foram poucos, mas como sói dizer-se, bons… Apresentaram-se os que estão em estado de graça (ou a caminho dele) e não querem perder terreno para a concorrência directa, os que não estão prescindem de ganhar a rodagem que dá cada domingo de «esfrega» e os que ainda estão a fundar os alicerces para a próxima temporada.
Entre os primeiros, já se sabe, está a dupla de momento, ainda e sempre inseparável: Salvador-Fantasma. Desta vez, este ainda deu alguma rédea, mas soube sempre controlar, mesmo à distância, o ímpeto (que é muito!) do seu parceiro. Para isso, contou com o terreno, que não era propício para aventuras em solitário. A vantagem de o pelotão ter sido escasso (que tornaria as perseguições mais esforçadas) apenas durou até Alverca, quando a nós se juntou um grupo numeroso que incluía alguns triatletas (estavam assim identificados), que foi companhia durante quase todo o percurso.
Todavia, antes desta situação (tão inesperada quanto bem-vinda dada a poupança de energia que permitiu) foi o Zé-Tó a dar o mote, ainda o mini-pelotão procurava sair da densa bruma em que estava mergulhada a variante de Vialonga, antecipando o final do tradicional período de aquecimento (ou de tréguas) até Alverca. Com surpreendente disponibilidade física, comandou as operações, abrindo, por vezes, espaços de alguns metros para os restantes, mas que invariavelmente o Salvador tratou de fechar.
A partir de Alverca, já com o pelotão engrossado, foi este a marcar o andamento, sempre vivo, a que o Steven deu rapidamente mostras de não conseguir acompanhar. Por isso, à saída de Vila Franca preferiu continuar no seu passo.
Curiosamente, o ritmo tornou-se mais moderado até ao Carregado, só animando verdadeiramente após Vila Nova da Rainha, quando o Salvador aproveitou a embalagem de me ter rebocado alguns metros, ajudando-me a reentrar no pelotão (depois de ter ficado à espera do Steven à saída de Carregado). Passou directo pelo adormecido pelotão e levou na roda o empertigado ZT. Desta vez, agitaram-se as hostes, levando os triatletas a arregaçarem finalmente as mangas – embora me tenha parecido que só após o Fantasma ter tocado a rebate ao ficar desagradado com a situação. Então ficou a saber-se que os nossos companheiros de ocasião também não estavam para dormir na forma e empenharam-se na perseguição, terminando rapidamente a aventura dos nossos «boys» praticamente a chegar a Azambuja.
A partir daqui, o vento ficou de cara e os peitos para o enfrentar foram menos. O ZT deu por encerrada a sua (excelente) exibição, recolhendo-se no conforto do seio do grupo, deixando-me só na condução, em toada calma que os triatletas pareciam estar dispostos a interromper à segunda passagem por Vila Nova da Rainha. Todavia, o Salvador mostrou que as nossas cores estavam bem representadas. No seu estilo peculiar, por diversas vezes deixou a ideia que não enjeitaria uma possibilidade para se «mostrar» a sério, logo o permitissem, mas a marcação da maioria dos triatletas e, claro, do Fantasma tiraram-lhe as ideias. O momento de «frisson» seguinte foi o sprint disputadíssimo entre o Fantasma e o Pina à chegada a Vila Franca, que aproveitaram para brilhar na ausência do «rei» Durão. De longe, ficou a ideia que primeiro meteu meia roda à frente…
O final da tirada reservava a subida da Granja da Azóia, a partir de Sta. Iria (EN10). Então já com o grupo restringido aos nossos, a liderança foi partilhada entre Salvador e Fantasma (quem mais!?), sempre na suas lides privadas, com os restantes na expectativa. Ao longo da subida, curta mas selectiva devido aos muitos quilómetros já acumulados nas pernas, ficou bem patente o equilíbrio de forças. Os dois parceiros-rivais continuam de braço dado, sem que consigam fazer diferenças entre si. Mas para os demais, sim! Nos últimos 150 metros, o Salvador acelerou e o Fantasma respondeu sem ceder (os papéis inverteram-se em relação à semana passada, no Forte de Alqueidão), enquanto os perseguidores (eu, ZT, Pina e o Pedro) limitaram-se a atenuar o prejuízo – ainda assim escasso, pois a meio da rápida descida para o MARL o grupo voltou a ficar compacto.

Notas de observador

O ZT surgiu inesperadamente activo e desde muito cedo que não poupou forças a quebrar a tranquilidade do pelotão. Todavia, o Salvador, principalmente, nunca lhe deu muita liberdade. O ímpeto com que se apresentou neste domingo húmido continuou até Vila Franca e atingiu o auge a caminho de Azambuja, quando agarrou muito bem a roda do Salvador na única tentativa de fuga a sério em toda a volta – que todavia não durou muito mais logo que o Fantasma encontrou parceiros entre as tropas «hostis». No regresso, a sua prestação foi menos vistosa, porque as forças não são inesgotáveis. Mas com todas as limitações que diz ter em relação ao volume de treino, foi um excelente exemplo de combatividade!

Quem vende (e desbarata) energia é naturalmente o Salvador, que esteve muito «solto» e disponível, impondo muito respeitinho à legião de triatletas que nos acompanhou ao apresentar-se quase sempre nas primeiras posições e atento a todas as movimentações. Como já disse, esteve num dia daqueles em que «só se não pudesse!». Mas não pôde, pois não era percurso ideal para essas cavalgadas. O percurso era pouco selectivo e a concorrência de fora também não estava pelos ajustes. Muito menos o Fantasma, que invalidou a única tentativa do seu rival/colega de se adiantar ao pelotão – e na companhia do ZT, com quem divide os louros desta volta. Mas quem duvida que voltará a tentar na primeira oportunidade? O Fantasma que se cuide, pois não poderá ter um momento de fraqueza ou desatenção – mas também todos os outros!

O Pedro esteve irrepreensível e os efeitos foram evidentes!

Para mim, foi o amanhecer de uma nova temporada…

O Durão, o Miguel e o João Santos tiveram falta de presença... mas devidamente justificada! Juntaram-se ao Carlos da Póvoa e ao seu grupo, e foram a Fátima, por Santarém e Minde. Nas primeiras horas da manhã fez-lhes companhia o nevoeiro, mas à parte do susto que o grupo apanhou à partida de Alverca, quando viu chegar os «nossos», a jornada decorreu na perfeição. Mas não sem que, na parte final do percurso, mais acidentado, o Miguel «derretesse» o pelotão com a sua força transbordante. De qualquer modo, a coisa não deve ter sido muito bem feita, pois, segundo contam, um elemento «estranho» resistiu, na frente, à chegada a Fátima – ;)

6 comentários:

Anónimo disse...

Boas COMPANHEIROS

Boa volta, na companhia dos triatletas, que desde logo se aperceberam que não podia haver lugar a distracções.
Gostei especialmente da chegada ao topo da Pª de Stª Iria, na companhia do meu especial amigo Salvador!...

AB e até logo para + uma voltinha na companhia dos noctívagos!

Anónimo disse...

O que eu vi...
... um trio a treinar na subida de Minde.

eu

Anónimo disse...

Subida de Minde! Não arranjavam nenhuma mais difícil?

de mim para eu

Ricardo Costa disse...

Ontem, no Pina, à conversa, voltou a aflorar-se o tema da alimentação. Contava o ZT, que depois do mau bocado por que passou na Serra da Estrela, em Setembro, ao ficar «vazio» durante a subida, começou a dar muito mais importância ao que come e bebe durante os treinos e principalmente nas voltas. Agora bebe e a come mais e melhor. Não facilita! Deixou de se limitar a uma única barra energética (fiquei boquiaberto!) durante as etapas de quase 4 horas que disputamos aos domingos, e já consome duas ou três, mais gel e outros alimentos, ou seja, como deve ser.
Ao conhecer esta situação, alerto, uma vez mais, para a importância fundamental da alimentação (bebida e comida) durante o esforço físico prolongado. Talvez devido a erros semelhantes que não suspeitava que sucedessem no nosso grupo, já não me surpreende que algumas pessoas, com insuspeita forma física, acusassem câimbras e acentuada quebra de rendimento no final das voltas.
Não há treino de qualidade que resista a uma alimentação deficiente. Não dispensem um pequeno-almoço reforçadíssimo e comida e bebida abundante durante os treinos e as voltas. Sem combustível, a máquina não carbura! E pior, pode trazer implicações graves para a saúde!
Vá lá malta, não facilitem!

Ricardo Costa disse...

A volta do próximo domingo é a seguinte: Loures, Alverca (16 km), Vila Franca (24), Alenquer, Ota (pela EN1 - 43 km), Abrigada (47), Espinheira (55), rotunda do Cercal (57), Alcoentre (59) em direcção a Aveiras de Cima (68), Azambuja (70) e Carregado (82) e regresso a Loures. Distância total: 125 km.
O percurso é praticamente plano, apenas com alguns topos «doces»: em Alenquer (que termina na rotunda já conhecido da volta da Ota), na Ota (até perto do cruzamento da Abrigada), e mais um ou outro nos 8 km que restam até à rotunda da Espinheira/Cercal. Logo a seguir a Alcoentre ainda se sobe, suavemente, mas depois é sempre a descer, em falso plano, para Aveiras e daqui para a Azambuja (à excepção dos dois «topecos» a chegar a esta vila).
Como tal, devido ao carácter acessível do revelo, sugere-se apenas UMA PARAGEM PARA REAGRUPAMENTO na rotunda da Espinheira/Cercal, com aprox. 57 km percorridos. Esta será, de resto, uma etapa para roladores. Tomara que o tempo ajude!

Anónimo disse...

Bela volta a de Domingo!
Boa companhia a dos(as) "novatos" Triatletas.
Salvador: Qual o limite??? Tás brutíssimo...
Fantasma: Penso q tás num dos teus melhores momentos!!!
Senti-me bem, penso q talvez associado a 1 diferente gestão da alimentação durante o exercício.
Estou a comer sensivelmente o dobro do q comia anteriormente o q me tem dado melhores sensações em esforço, menos fadiga e chego ao final sem entrar nas caimbras!
Nas provas de "Triatlo", n dá p comer mt pq vamos nadar e na bike tb n dá p meter mt gasolina pq imediatamente a seguir vamos correr e pode surgir "dor de burro", assim, acho q sp me habituei em provas/treinos, a comer pouco...talvez "pouco demais"...
Com a experiência da Serra da Estrela meditei 1 pouco e experimentei outra atitude. Tou a dar-me bem pelo q aconselho aos q têm queixas ao Domingo q reflitam neste assunto.

1ab e boas pedaladas,
ZT

P.S- Qt a Domingo q vem...acho q só "a remos"...