A estreante subida da Serra de S. Julião, no Parque Eólico da Carvoeira, confirmou todas as expectativas, reunindo consenso sobre a sua dureza e espectacularidade. A inclinação média dos 2,2 km da ascensão não traduzem, nem de perto, o seu grau de dificuldade, acentuado pela passagem em rampas acima dos 15%.
Todavia, na altura em que o extenso pelotão abordou as íngremes vertentes já contabilizava 65 km de Loures, após exigente traçado através de Bucelas, Chamboeira, Milharado, Dois Portos e Runa. Aliás, os primeiros quilómetros à saída de Loures não foram, como se previa (e recomenda), de moderação.
De tal modo que, quem não se agarrou imediatamente ao pelotão principal, conduzido pelo inabalável Freitas, ficou desde logo cortado. Foi o que aconteceu ao grupo de retaguarda de que eu fazia parte, e que integrava ainda o ZT, Welder, Samuel, Zé Morais, João do Brinco, Alexandre e Carlos Gomes. Este, porém, fez a transição atempadamente. Eu preferi permanecer, uma vez que começava a gerar-se descontentamento devido ao andamento imposto no grande pelotão. Nestes casos, considero que deve haver solidariedade dos mais «disponíveis» no esforço recolagem, cabendo a estes assumir (quase) totalmente as despesas.
No entanto, entre Loures e Bucelas não chegou mais de 27 km/h de média para alcançar o pelotão; e mesmo procurando atenuar os desgastes entre os mais «curtos», só subindo a Chamboeira a 30 km/h e cumprindo a ligação Vale de S. Gião e Póvoa da Galega a 45 km/h, permitiu finalmente chegar ao grande grupo. A partir daí, rolou-se sem grandes alterações de ritmo, a não ser nos metros finais da subida do Milharado (Sapataria), possibilitando à maioria dos participantes guardar reservas para a inédita subida de São Julião.
Durante os quilómetros antecedentes à ascensão, continuou a ser o Freitas, maioritariamente, a impor o andamento no pelotão: bastante adequado, destaque-se, para «levar» o pelotão compacto e mais ou menos desafogado em terreno acidentado e na iminência de superiores dificuldades.
Enfim, a subida. À saída de Curvel, viragem à esquerda e eis as primeiras rampas complicadas. Só por elas, o grupo seleccionou-se, embora o André tivesse, ao seu jeito, acelerado logo no início para «apalpar» a reacção dos que também alimentavam ambições de «performance». Destes, teve resposta tranquila mas eficaz. E como é seu timbre, aliviou os pedais e deixou-se absorver.
Ultrapassadas as primeiras centenas de metros de subida e o rápido «descanso», enfrenta-se a sequência de duas rampas terríveis, a mais de 15%. No pequeno grupo da frente reinava a paz podre, quando, na abordagem às elevadas inclinações, o Mário Fernandes decide atacar. «Se ninguém se mexe, mexo-me eu!...», exclamou antes de desenvolver pesada desmultiplicação. A sua iniciativa determinou o desfecho da contenda: o André aproveitou o ensejo e contra-atacou ao primeiro sinal de debilidade do Mário, o Jony também respondeu com prontidão, tal como eu, mas sem a eficácia do «puto», que ganhou cerca de 20 metros decisivos.
Entretanto, a meio da segunda rampa, o Mário entrava em descompensação, e eu passava a ser o único perseguidor do André, que preservou cerca de 30/40 metros no alto, após a derradeira secção, bem mais suave, onde controlou a vantagem. É difícil resistir-lhe, para mais em subidas com tão forte inclinação!
Atrás de mim, o Freitas culminava boa recuperação, tal como o Jony, e chegavam a escassa distância. O Mário pagou os seus «quilinhos -extra» mas terminou pouco depois, tal como o Duarte e o Carlos Gomes, em pedalada descansada.
Entre os demais, o ZT voltou a demonstrar bom nível, sobressaindo, mas começa a ser o Farinha que mais surpreende nas (suas) tão mal-amadas subidas... Os mesmos elogios para o Welder (o brasileiro, que fez uma excelente subida!), o João do Brinco e todo os que atingiram o alto do Parque Eólico. Os que estarão domingo, à partida do Fundão, terão tido um teste proveitoso.
O meu registo da subida: 2,225 km a 7,3% em 7m52s, a 17 km/h e 183 de pulsação média e 192 de máxima.
Nota final, para a descida entusiasmante (e escaldante, porque a 35º C) do Alqueidão para Bucelas, do grupo que me incluía. Eu e o Duarte abrimos as hostilidades ainda na fase terminal da subida da Seramena, o Rocha deu continuidade nos primeiros quilómetros da descida, até aos ferro-velhos, e depois foi principalmente o Mário Fernandes a conduzir o «comboio» a 50 km/h de média até muito perto do final, em Bucelas – onde o sprint tradicional acabou por ser afectado por automóveis.
RECORDE-SE:
PRÓXIMO DOMINGO (dia 6), CLÁSSICA DA SERRA DA ESTRELA
PARTIDA DO FUNDÃO: 8H30
SUBIDA PELA COVILHÃ
DISTÂNCIA: 86 KM
3 comentários:
Boas noites, não é bem o post ideial para colocar esta questão mas desejava saber se seria possivel juntar-me ao grupo em voltas futuras (que não já está da Serra da Estrela obviamente). Sou do Infantado, comprei uma bicicleta de ciclismo na Loja do Pina o ano passado após também uma compra de BTT. O meu andamento não é dos melhores mas necessito de motivação para andar, quando quebrasse voltava para trás para não empatar o grupo. Obrigado pela atenção.
Boa dia, Kajo.
Naturalmente, serás bem recebido no nosso grupo! Aparece aos domingos. Concentramo-nos no posto de abastecimento da BP (junto ao Infantado) por voltas das 8h15 para arrancar às 8h30. Este horário não sofre alterações, exceptuando se os percursos foram especialmente longos e/ou «montanhosos». Então, antecipamentos a saída para as 8h00. Essas alterações são anunciadas aqui, no blog, ou através do Pina, contacto ou loja.
Espero que encontres connosco a motivação que necessitas, e é muito importante teres consciência das tuas «limitações» de andamento actuais. É natural que sintas dificuldades nas primeiras semanas, mas se treinares e alinhares com assiduidade, verás com facilidade a participação nas actividades do grupo.
Aparece e faz o favor de te identificares durante concentração, à partida, para seres melhor «integrado».
Abraço
Boas pessoal,
Como alguns sabem não vou a Serra devido a problemas pessoais.
De quaquer forma espero dar uma volta por aqui,por isso pergunto?
Fica por cá alguem que queira fazer um treininho calminho tipo;irmos ao bombarral e na volta embicamos para a ereira?
Fica a deixa...08,30 nas trouxas.
P.S.Boa viagem e SOLTEM A MONTANHA
Abraços
ROCHA
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