quarta-feira, outubro 12, 2011

Cronica de Alenquer

Os equipamentos branco e negro eram mais que muitos, esbatendo a cor do extensa e esfomeado pelotão que se fez à estrada no domingo para a volta de Alenquer. Esfomeado, entenda-se como bem mais motivado e unido que nos últimos tempos, o que é sempre razão de elogio.


A fase inicial do percurso foi semelhante à da volta do fim-de-semana anterior (Belas) e foi abordada da mesmíssima forma: andamento moderado até passar o topo de Unhos, velocidade de cruzeiro estabilizada nos 35 km/h até Alenquer (naquele dia, a ligação pela EN10 interrompeu-se na rotunda dos Caniços, em Sta. Iria). E se há uma semana tinha sido maioritariamente o Freitas a impor o ritmo desde os primeiros quilómetros, este domingo foi o Ricardo Gonçalves que chamou a si essa tarefa, conduzindo com mestria o grande grupo, apenas a espaços curtos com colaboração (minha, do Capela, do Duarte – escassos para tão recheado pelotão). À excepção de mim, a disponibilidade dos restantes foi prova evidente de bom momento de forma.


Em Alenquer, a média fixa-se em apreciáveis 33 km/h, sem grande esforço para... os que não passaram à frente!


Após a rotunda de entrada na cidade, o Freitas tomou a dianteira e lançou a subida a um ritmo selectivo, na ordem dos 30 km/h. E logo que surgiu a primeira rampa (a mais íngreme de toda a ascensão) desmoronou-se a coluna, tocada pelo esforço adicional (e imprevisto) a que tinha sido submetida. Quando a estrada impinou destacou-se imediatamente um grupo de 6/7 unidades, de outro, de igual número, que procurou perseguir – ou atenuar as diferenças imprimindo seu próprio ritmo. No primeiro, sobressaiu o Mário Fonseca, com renovada BTT, em celebrada visita à capital com pontual regresso ao convívio do grupo que se habitou às suas façanhas com uma máquina «estranha» ao tipo de terreno. Não esteve diferente dos seus melhores dias, marcando presença na frente em todos os momentos de intensidade desta volta. Em Perrotes, não facilitou e foi dos poucos que não perdeu fulgor com a extensão imprevista (ou talvez não...) da subida. A verdade é que esta pareceu ter sido, por alguns, demasiado «atacada» no início.


Por isso, no alto as diferenças entre os que logo se adiantaram e os que geriram melhor o esforço foram quase irrelevantes. Houve, ainda, entre os que se lançaram em cavalgada madrugadora, alguns que vieram a perder bastante terreno...


A «subida» que mais surpreendeu foi a do Evaristo, que teve a ousadia de entrar com os primeiros e conseguiu manter andamento muito certo e constante até ao final. A prestação do Capela também foi positiva, mas partindo de trás, do grupo que eu integrava inicialmente para chegar ao topo a morder a roda dos mais rápidos. Já o Pedro da Amadora manteve as boas indicações da volta de Belas, e tal como o jovem João Silva, o Jorge «Contador» e o Ricardo Gonçalves, chegou entre os primeiros.


Ressalvo, igualmente, os esforços desenvolvidos pelo Alex e o Gonçalo, que se mantiveram durante grande parte da subida comigo, no grupo secundário, não perdendo muito após a necessidade de refrearem o ímpeto.


Depois da neutralização para reagrupamento e de uma ondulada ligação a Santana da Carnota, de novo... em subida. Andamento progressivo, a permitir de quase toda a gente se mantivesse perto da frente até muito perto do cume. De qualquer modo, às tantas o Duarte assumiu as rédeas e elevou o nível, abrindo a estrada para a aceleração final, em sprint, em que o jovem corredor João Silva «carimbou», após o Pedro da Amadora ter aberto as hostilidades, procurando surpreender. Todavia, era um final de subida para músculos mais explosivos.


Após a ligação ao Sobral e ao Alqueidão – esta com os mais frescos e em melhor forma a destacarem-se na subida: Duarte, João Silva, Jorge, Pedro, Ricardo Gonçalves, Capela, com este a causar impasse forçado ao furar a cerca de 300 metros do topo do Forte. Atrás, os restantes, já abatidos, não estavam para mais correrias... não houvesse ainda a descida para Bucelas como «happy ending». A média não atingiu os 50 km/h das mais rápidas, mas pouco faltou. Ainda, por cima, o grupo dividiu-se logo no início e o gato teve de se esforçar (muito...) para apanhar o rato.


No final, em Loures, a média da volta rondava os 32 km/h, fruto da motivação generalizada. Mas, contra ventos e tempestades, a verdade é que todos arrancaram juntos, fizeram-na e acabaram juntos. Ou quase...


No próximo domingo, o camarada Paulo Pais vai reunir as tropas no anual Caneira-Óbidos-Caneira (aprox. 110 km). A hora de partida é às 9h00.


PERCURSO DA VOLTA DO INFANTADO (DOMINGO, DIA 16)


Por cá, realiza-se a volta do Infantado, 100% a rolar, antes da Clássica Pina Bike, no dia 23. O percurso – que promete! – será apresentado na próxima sexta-feira.



5 comentários:

Pedro Fernandes disse...

Meus caros companheiros

Estranhamente não vos vi no AUDAX Ota-Montejunto-Ota.
Sei que a vossa volta ao Domingo é sempre digna de registo.
Mas este evento na região, muito bem organizado, também foi extraordinário com a sempre “bela” passagem pelo Montejunto.
Os vários grupos naturalmente foram criados, em sistema roda livre, o que proporcionou um evento desportivo-lazer digno de registo e de futura referência regional.
Um abraço para todos
Seja saudável pratique desporto de bicicleta, ahhh
Pedro Fernandes (Carregado)

Anónimo disse...

Lá consegui chegar a horas... a Alverca! Lá fui pela EN10 ao vosso encontro e entrei no grupo em "stealth mode".
Depois foi só re-encontros :D
Mudei-me para Évora em Abril e já tinha saudades desta malta!
Finalmente tenho uma montada nova que comprei em Junho e que já tem (feitos hoje) 10000km (sim, dez mil)!
Em vez de estar a bater com a cabeça nas paredes em casa (estou de novo desempregado) passo os dias a pedalar pelo Alentejo, ou melhor, por toooodo o Alentejo ;)
Como tenho má memória fiz um pequeno vídeo da malta para me lembrar de vocês:
http://www.facebook.com/photo.php?v=2402038723400

Até à próxima
Mário (BTT)

pedro amadora disse...

Olá caros biciclistas,

Foi uma boa volta com uma boa moldura humana e muita gente em boa forma. Um abraço para o Mário e parabéns por continuar sempre em forma. Abraço a todos e até dia 23 na clássica.

Ricardo Costa disse...

Pedro (o Fernandes): não tive conhecimento, antecipado, do Audace da Ota, mas dadas as características do percurso (passagem por Montejunto), estava claramente acima das minhas capacidade físicas actuais, ainda mais integrado num grupo de nível. Fica para a próxima.
Vê se apareces na Clássica Pina Bike (dia 23). Abraço

Mário, é sempre com agrado que «recebemos» no seio do nosso grupo um atleta com as tuas capacidades. Aliás, é com a referência dos melhores que progredimos - por isso, reforço sempre a opinião que presenças (mesmo pontuais como a tua e de outros «poderosos» de elite) no seio do nosso grupo são bem-vindas e oportunidades a não desaproveitar pelos «residentes». Também a estes, o nosso grupo deve a fama, com todas as contrapartidas (boas e menos boas) inerentes.
Que tudo te corra bem, Mário!

Pedro (o da Amadora): gente em forma, a quem o dizes! És um deles. A Clássica da Serra 2012 espera por nós! Quando te vi em «crenques», a bailar à minha frente na fase final da subida da Carnota, tive uma espécie de «dejá vu»...
Tens o nome no livro de ponto para dia 23!

Bons treinos

Anónimo disse...

Ricardo...
um sincero obrigado pelo elogio :)