sexta-feira, maio 12, 2006

Lagos de Covadonga - 1

A Clássica Internacional Lagos de Covadonga tem uma característica determinante que a diferencia das grandes provas do género, em Espanha e França, que já participei. A sua quilometragem é relativamente baixa (111 km), que acaba por torná-la bastante rápida… até à subida final.
Além da distância curta, esta Clássica tem outras especificidades, como o facto de a primeira grande subida (Mirador Del Fito, 9,3 km 5,7%, contagem de 1ª cat.) ser logo aos 8 km. Ou seja, sempre é cerca de meia hora de esforço intenso, e se formos a «tope», como dizem os espanhóis, pode representar uma factura demasiado alta, a pagar na subida final, dos Lagos.
E há outra questão: quanto mais depressa se subir El Fito, em grupo de melhor nível se fica a partir da descida. E quanto mais elevado for o nível do grupo que integremos, mais depressa rolará nos 40 km seguintes, em terreno praticamente plano. Por exemplo, no ano passado chegou a rolar-se a mais de 50 km/h.
Depois, a partir dos 63 km inicia-se a segunda montanha, o Alto do Ortiguero, uma longa subida de 14 km, embora só os último 5 km sejam mais difíceis (5%) – onde, em 2005, o Miguel, tal louco imprevisível, decidiu atacar o pelotão espanhol, desintegrando-o.
Uma vez no alto (77 km), seguem-se 15 km de descida, com alguns falsos planos, daqueles em que é preciso pedalar para andar depressa. Foi aqui que, no ano passado, debaixo de chuva, dois matulões roladores espanhóis, rebocaram o grupo em que eu e o Nuno Garcia seguíamos até ao do Miguel, alcançando-o praticamente, no final, perto da rotunda em que se faz a viragem à esquerda em direcção a Covadonga. Aqui, o Miguel assegurou, em definitivo, o cognome por que passou a ser conhecido, ameaçando seguir em sentido contrário – neste caso, de regresso ao local da partida (Cangas de Onis) -, desestabilizando por completo o pelotão, que entretanto tinha engrossado com a junção dos dois grupos. Daqui até ao início da subida dos Lagos são 7 km que devemos nos alimentar, repor forças e preparar a «psique» para a duríssima subida final. Esta, então, fica para outro dia…

Para já, fica uma imagem frequente nas altas... percentagens

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