segunda-feira, outubro 30, 2006

«Encerrar» em beleza!

É o que se chama encerrar (o calendário) em beleza! Pelotão tão numeroso só nas Super-Clássicas de Fátima ou Évora; clima de Verão de Outono e percurso propício a todo o tipo de «especialidades», ainda que favorecendo os roladores. Estes foram os condimentos da Clássica de Encerramento, a última etapa do Circuito 2006.
Mas a voltinha saloia a Malveira-Mafra, Ericeira, Pêro Pinheiro e Negrais superou todas as expectativas. Terá sido pelos dias de recolhimento forçado devido ao mau tempo ou porque esta fase do ano é tão pródiga em promover a boa forma de uma grande parte dos elementos do grupo, a verdade é que se assistiu ao soltar de algumas «feras».
Os sinais de espevitamento surgiram logos nos primeiros quilómetros, com a ligação Tojal-Bucelas a não ser de habitual «aquecimento». Por isso, não surpreendeu que a primeira rampa, depois de Bucelas, provocasse a divisão do pelotão, com um grupo numeroso a destacar-se, ainda que nunca mais do que 30 segundos durante a longa subida para a Venda do Pinheiro, mas obrigando a não descurar a perseguição. Na Malveira, onde se fez o reagrupamento, só o Nando e o Fantasma se mantinham isolados – indicativo que seriam eles os principais animadores da jornada.
Até Mafra, o figurino manteve-se. Nova e previsível cisão no grupo à passagem por Alcainça, mas o grosso da coluna repunha-se na Carapinheira. A partir de Mafra, a animação foi ao rubro. O Nando estava endiabrado e o Fantasma não fazia por menos, por isso depois de Paz voltaram a isolar-se, evidenciando a disposição de levar a aventura avante nos 12 km de falso plano descendente até à Ericeira. Mas o pelotão, lá atrás, percebendo a gravidade da situação não demorou a reagir e anulou rapidamente a fuga. Todavia, estava lançada a semente para a correria desenfreada – tanto mais que, mesmo com o «comboio» a 50 km/h, o Nando insistiu em manter-se activo na frente, motivando respostas e contra-respostas, com «picos» que chegaram a superar os 60 km/h! Grande ciclismo! Para dar ideia da loucura, refira-se que na secção Carapinheira-Ericeira fez-se uma média de 43 km/h! Por isso foi com algum alívio pessoal que se chegou ao «descanso» programado, na Ericeira.
Mas depois da Foz do Lizandro, o terreno volta a ser convidativo a mais movimentações. Sem causa aparente, houve um primeiro grupo que iniciou a subida para o Pobral destacado e assim «cavou» um fosso importante para o segundo, que, para mais, tinha o andamento condicionado pela presença dos elementos mais desgastados. Durante a subida, foi o Salvador que primeiro assumiu as despesas à cabeça do grupo da frente, contando depois com a colaboração do Fantasma – principalmente este claramente interessado em não deixar cair o andamento quando o terreno voltou a endireitar. Então aí, houve outros a colaborarem no esforço, casos do Carlos, do Nuno Garcia e do Pedro, dividindo a pesada factura que estava a impor o vento frontal. Folgaram: eu, o Pina, o ZT e o Duarte. Ainda assim, a média rondou os 30 km/h entre o Pobral e Terrugem, onde a distância entre os dois grupos foi superior a 5 minutos.
A partir daqui, de novo, com pelotão compacto, seguiu-se em direcção a Pêro Pinheiro, voltando a haver «selecção» na aproximação e passagem por Negrais (Sta. Eulália), onde o Nando e o Carlos «tiraram» à frente do mini-pelotão. E para terminar em beleza, na descida de Sta. Eulália regressou a animação, gerando um ambiente «altamente» selectivo a partir de Ponte de Lousa (o «Scott carbono», eu, o Nuno Garcia e o Durão) culminado com um sprint vigoroso no alto de Guerreiros, onde o Durão e o Nuno demonstraram que são os mais fortes neste final de temporada, que se afigura altamente competitivo.

4 comentários:

Ricardo Costa disse...

Eis alguns dados sobre a volta do último domingo que reflectem bem o bom andamento praticado:
- Retirou-se cerca de 15 minutos ao tempo realizado no mesmo percurso, no dia 1 de Dezembro de 2005. Eis a comparação entre alguns parciais:
Bucelas-Venda (-1m00)
Venda-Carapinheira (-1m20)
Carapinheira-Ericeira (-2m30)
Foz do Lizandro-Pobral (+20s)
Pobral-Terrugem (-9m00)
Terrugem-Sta. Eulália (+2m20)
Sta. Eulália-Loures (-1m15)
- Excluíndo o tempo perdido nas paragem para reagrupamento, a média final foi de 28,5 km/h.
- A velocidade instantânea MAIS BAIXA registada entre a rotunda de Paz e a Ericeira foi de... 40 km/h!

Já agora, para uma ideia do que é um tratamento de choque a um desportista no «defeso», basta referir que passei 23,3% do tempo total da volta (ou 47m30) entre as 160/170 ppm, sendo que 42m foram acima das 168 ppm (regime anaerobio) e 35,6% (ou 1h12) entre as 150-167 ppm. Média final: 151 bpm
Mesmo assim, distante do meu recorde pessoal, que é 158 bpm, na «saudosa» Clássica da Abrunheira deste ano.

Nem a propósito: o Duarte, em Negrais, dizia-me que ainda há pouco tempo tinha passado naquele local a 40 km/h (numa prova de ciclodesportistas), e que agora ía a apenas 25 km/h e... todo rebentado!

Anónimo disse...

Put… que pariu!!! Mas afinal o que que é esta merd… será que as leis da Física não tem efeito sobre algumas “pessoas” ou essas pessoas não meditam um pouco nos dados que vêem/lêem no Polar!?
Passo a citar:
- A velocidade instantânea MAIS BAIXA registada entre a rotunda de Paz e a Ericeira foi de... 40 km/h!
- Excluíndo o tempo perdido nas paragem para reagrupamento, a média final foi de 28,5 km/h.

Anónimo disse...

Outra excelente Classica, com um percurso algo acidentado e a deixar as suas marcas, falo por mim, que simplesmente me arrastei apartir de Negrais até Loures (Ai tanta dor.....).

Bom pessoal como é que é agora que acabaram as Classicas, continuamos a encontrar na BP aos Domingos para treinar? ou continuam as Classicas??

Amanhã Feriado dia 01 vamos andar?
Querem combinar algum Treino?
Digam qualquer coisa.

Um Abraço a todos
Pedro Fonseca

Ricardo Costa disse...

Pedro, amanhã nas bombas à mesma hora (8h30)!