segunda-feira, dezembro 18, 2006

Voltas duras e outras especialmente duras

Há voltas naturalmente duras e há voltas especialmente duras. A diferença entre ambas pode ser, por exemplo, quando ciclistas especialmente fortes por qualquer razão se destacam do pelotão e o «obrigam» a perseguir intensamente durante muitos quilómetros. Foi isso que sucedeu, na aproximação à Ota, quando o Miguel e o Nuno Garcia se isolaram do grupo, ganhando rapidamente uma distância considerável (chegou a ser quase um minuto), que forçou o pelotão (ou que restava dele após ter perdido metade dos elementos no Carregado) a cerrar fileiras na perseguição, que durou desde o início do topo da Ota (EN1) até ao cruzamento da Labrugeira, mais de 15 km.
Resultado: a volta endureceu… especialmente, ganhando um nível bastante elevado de exigência, que a tornou altamente selectiva. Assim, dos elementos que compunham o grupo perseguidor original apenas eu, o Durão e o João Santos conseguimos fazer a junção.
Felizmente, o Pedro estava em «dia não» e começou a sentir dificuldades ainda antes do andamento aumentar, optando, muito bem, por ficar por sua conta. Todavia, o Salvador, o ZT e o Roubaix não resistiram ao ritmo da perseguição. Muito cedo, o Salvador, logo no topo da Ota, e mais tarde também os restantes, no troço Abrigada-Labrugeira. O pior caso foi o ZT, que acabou por pagar pela insistência (e foi muita!), cuja factura foi um final penoso.
Os responsáveis já foram aqui denunciados – Miguel e o Nuno –, mas, por aquilo que deu para ver cá detrás, terá sido muito mais o primeiro. Assim sendo: grande classe, sr. Louco Imprevisível! Óptimo andamento, sempre muito regular, denotando bom apuro de forma nesta fase inicial da temporada, sem que constitua prenúncio de uma precocidade negativa, mas, pelo contrário, uma base já muito sólida para todo o trabalho que aí virá.
Aliás, o «grand finale» estava reservado para o Alqueidão, onde, com ele, recriei o interessante mano-a-mano de A-dos-Loucos, há cerca de dois meses. Fez-me recordar, igualmente, uma célebre subida da Mata, em que também impus o ritmo (naquela altura muito constante, ao contrário deste, muito irregular) e que, como agora, ele soube resistir e obrigar-me, no final, a estrebuchar para recuperar a sua roda – que, cheguei a ver à distância de 2/3 metros. Assim vale a pena sofrer! Por isso, deixo desde já o repto para um reencontro em breve. Creio que concordas que momentos destes valem o esforço de te levantares da cama um bocadinho mais cedo para estar à partida de Loures. , É certamente unânime, no grupo, a opinião de que deveria ser mais assídua a tua presença. Para benefício mútuo…

P.S. O mesmo se estende ao Nuno Garcia, que ontem deu mais uma demonstração cabal do seu calculismo no treino invernal, ao reservar-se a ajudar efectivamente o seu companheiro de fuga, que, aliás, nunca pareceu reinvidicá-la, facto que só abona a favor da inabalável confiança (amizade) existente entre ambos.

Notas de observador

Elogio ao desempenho do Durão e do João Santos, que, na véspera tinham roçado os 150 km. O Carlos do Barro fez-lhes companhia nessa longa tirada, mas ontem optou por fazer um treininho mais higiénico, encurtando o trajecto no Carregado, com mais alguns. Foi o melhor que fez, porque seria muito difícil limpar o ácido!

O Durão é um atleta acima da média, uma força da natureza, mas, por vezes, a ânsia tolhe-lhe o discernimento. A perseguição de ontem foi um bom exemplo. Creio que teria mais a ganhar e a dar, se não fosse tão impaciente, tendo querido «liquidar» a fuga o mais rapidamente possível, quando a categoria dos fugitivos desaconselhava precipitações sob pena de infringir dura tareia, em si e nos demais do grupo perseguidor. Bastava ter lido mais ponderadamente a situação (à frente, só o Miguel trabalhava, e havia que saber rentabilizar a nossa vantagem numérica) e também confiado mais nas suas próprias capacidades (mesmo com os músculos pisados do esforço da véspera) e nas dos seus parceiros também! E a volta não acabava na Atalaia!

12 comentários:

Anónimo disse...

A volta deste Domingo passado aconteceu-me algo que só visto, digamos que chamei a mim proprio todo o tipo de nomes desde a burro, asno, ... enfim, e quando vos disser o porquê tambem vão pensar neste nomes (mas não me chamem porque é Natal...). Passo a explicar, seguia no grupo e na passagem na nova variante de Alenquer o grupo seguia a bom ritmo (nada de mais) mas eu não conseguia acompanhar, e com o começo de algumas pequenas subidas fui ficando, ficando, comigo ficou o Ricardo que me perguntou como me sentia, ao qual eu não soube responder por não estar a perceber o que se passava comigo, e acabei por deixar o grupo e optar por outra volta (até á rotunda do Cercal) mas o certo é que não conseguia pedalar, por muita força que fizesse a bicicleta não andava, acabei por voltar para trás antes do Cercal e simplesmente arrastava-me e a bicicleta não andava. Pensei se seria da alimentação, se estava a ter algum problema fisico e com isto fui-me arrastando na bicicleta até que na rotunda de Cheganças parei para ver bem a bicicleta (OK é esta a parte do otário, do borrego...) e reparei que a roda de trás estava coladinha, encostadinha ao quadro, com o pneu todo raspado do lado onde ia preso, depois de por a roda no sitio e de chamar-me todos os nomes em voz bem alta, lá fui e não é que a bicicleta já não ficava presa.......
O certo é que ia sofrer se continua-se no grupo e é como diz o ditado "Há males que vêm por bem"...
No proximo Domingo há mais (!!!!), até lá um abraço a todos
Pedro Fonseca

Ricardo Costa disse...

Pedro, essa é de doidos! E se eu te disser que quando ia atrás de ti na subida para a rotunda de Alenquer, ouvia um barulho estranho que acabei por concluir que era da tua bicicleta. Mas pensei que fosse daqueles barulhos estranhos, mas vulgares, que, de resto, estou habituado a ouvir na minha.
Então se eu te disser que cheguei a ter uma ligeira impressão que o travão de trás estava a roçar na roda e que até os movimentos que fazias na bicicleta davam mesmo a entender que estavas a fazer mais força do que a que seria necessário?
E que mais te poderei dizer se, conforme me apercebi disso (e pretendia alertar-te) mais rapidamente se me varreu?...
E depois o resto, aconteceu praticamente logo a seguir...

Olha, do mal o menos, pois apesar de tudo fica o consolo de não ter sido nada «físico» e que, além disso, também pudeste escapar a uma volta que se pôs muito dura e que certamente não te daria muita saúde. Percebes, não é!
Aliás, acredita que ao não insistir para continuares connosco não era alheio esse facto. Como deves ter reparado, a coisa já estava a acontecer...

Abraço

Ricardo Costa disse...

A volta do próximo domingo, véspera de Natal, é a seguinte:

Loures-Tojal-Vialonga-Alverca-Vila Franca-Carregado-Azambuja-Cruz do Campo (à esq. p/ Pontével)-Pontével (à esq. p/ Aveiras de Cima)-Aveiras de Cima-Vale do Brejo-Ota-Alenquer-Carregado-Vila Franca-Alverca-Vialonga-Loures.

A distância é cerca de 10 km superior à da tradicional volta da Ota, rondando 120 km.
Ideal para compensar os excessos da Consoada!

Abraço

Anónimo disse...

parabens zt pai babado acabou as noites bem durmidas
um abraço

Ricardo Costa disse...

Parabéns ao papá. A partir de agora, tudo muda... a começar pelo descanso.

Felicidades

Em relação à volta de domingo, a distância é de 115 km. E o troço «novo», entre Cruz do Campo, Aveiras e Vale do Brejo, é de um ondulado constante, deveras interessante.
Estranha também será a sensação de descer o Vale do Brejo (já a comprovei), por ser local de picardia... mas em sentido contrário.

P.S. E o que dizem de treinar com 2 graus. Brrrr!?

Abraço

Anónimo disse...

Salvador

Ricardo, é á mesma hora?

Ricardo Costa disse...

A hora é a mesma de sempre (8h30). Creio não haver razões para mudá-la, para mais na véspera de Natal

Abraço

Anónimo disse...

Obg pelas felicitações. A "Madalena" é 1 bébé linda!!!!!!!!
Obg tb pela volta de Domingo...estava mesmo a precisar de limpar carburadores!
P este Domingo...deve ser mesmo é...fraldas...!!!

Boas Festas,
ZT

Ricardo Costa disse...

Camarada Pintainho

Espero que tenhas aproveitado desde o calvário da Louriceira para te meteres «fino», porque vai preparando os melhores da tua «matilha» da roda cardada e uma das tuas voltas de alta percentagem para apadrinharem a minha estrada fora de estrada.
A partir de 3ª feira fico à espera da marcação do dia, hora e local - e já para intimidar posso revelar que irei estar... bem montado!
Da tua parte, conto com tratamento VIP!

Abraço e Boas Festas

Ricardo Costa disse...

E pá... onde se lê «a minha estrada» deve-se ler, obviamente, «a minha estreia». Perdão pelo lapso - é o estusiasmo!

Ricardo Costa disse...

... Bolas, não «estusiasmo», mas sim «entusiasmo»! Mau, mau!

pintainho disse...

Oi camarada.

Após me ter arrastado, penosamente, pela rampa da Louriceira, os quilómetros pedalados têm sido poucos (como é costume), mas sempre é melhor que estar 4 semanas sem pedalar, como nessa altura. A forma ainda está muito longe do razoável e a “matilha” do cardo tem aproveitado para me “moer”… Mas, a coisa vai, aos poucos, melhorando. Ontem fui fazer 35 Kms, “daqueles”, de “estradeira” e atingi as 200 bpm no topo do Cabeço, o que só me sucede quando a forma começa a melhorar (aquando da Louriceira “engasgava-me” às 190).
Fico contente por quereres experimentar uma volta “das nossas”. Temos feito giros de 60 Kms razoavelmente acidentados, o que penso ser, actualmente, o ideal para ti. Se te puseres a “vergar” rampas muito inclinadas, vais ter muitas dificuldades derivadas das limitações técnicas que, com toda a certeza, terás. Contudo, o Roteiro dos Cumes será algo bem a teu gosto (60 Kms com mais de 2.000 de acumulado e muitas rampas superiores a 20%).
No próximo fim-de-semana não sei quem irá pedalar, pois entra-se em 2007. Mas, no seguinte, a voltinha será, provavelmente, a teu gosto.

Já editei a crónica da escalada ao Angliru com algumas fotos que vos irão "agradar".

http://opintainho.blogspot.com/2006/07/el-angliru-16-de-junho-de-2006.html

Este seria, sem qualquer dúvida, um desafio digno dos “Selvagens do Asfalto”. Seria deveras hilariante ver os “Calmeirões” a arrastarem o dito por ali acima…
Camarada Durão: ali, ou se vai fazendo cócegas aos pedais … ou se arranha o alcatrão …