sábado, dezembro 09, 2006

Todos p'á paragem!

A velha máxima, a atirar para o «filosófica», que diz mais coisa ou menos coisa que «a cada dia se aprende algo novo», não fica mal aplicada às nossas voltas domingueiras, dignas de compêndio. A tirada que se realizou esta sexta-feira, então, foi uma autêntica lição prática de ciclismo à chuva, de uma utilidade extrema, principalmente para os mais leigos como eu. Desde já, fica a saber-se que as regras de bem andar bicicleta ditam que, na iminência de uma violenta bátega de água – ou seja, quando céu se torna naquele cinzento ameaçador que não engana -, deve abandonar-se a estrada o mais rapidamente possível e tentar encontrar um local que sirva de abrigo. Dizem também as regras que à falta de melhor resguardo da intempérie, não fica nada mal recorrer à primeira paragem de autocarro que se avistar.
Nestas coisas os nossos dão os melhores exemplos, por isso seguiram à risca as directrizes para fazer face este tipo de condições meteorológicas adversas. Como as que ocorreram esta manhã, à chegada ao Forte de Alqueidão, onde tive o privilégio de assistir aos procedimentos que se deve ter nestas situações, e que não são mais que debandada geral às primeiras gotas em direcção ao improvisado aconchego: no caso, uma bela paragem. De cimento e mal caiada, por sinal.
Também foi um enorme ensinamento observar a capacidade de gestão de tão exíguo espaço, onde couberam, sem acotovelamentos, cinco ciclistas e respectivas bicicletas. Momento inolvidável que ficará conhecido como a «fuga-para-a-paragem-e-lá-ficar-enquanto-esteve-a-chover».
Cinco donzelas com medo de estragarem o penteado! Tinha mesmo de cá andar neste grupo há alguns anos para assistir a uma situação destas! Resta dizer que o «aprendiz» aqui, ficou às voltas, para a frente e para trás, à chuva, até S. Pedro se envergonhar daquelas figuras.
Já agora apresento as candidatas a Miss Paragem. A saber: Durão, Pintainho, João Silva, Carlos e o Roubaix.
Além desta, houve mais uma «lição» a retirar desta volta. O Pintainho ficou a saber, na pele, que não são precisas inclinações acima dos 15% para arriscar a ficar apeado – mas sim a fadiga de uma forma geral. Esta advém do esforço, e este não se quantifica apenas através do factor-desnível, mas também da distância, velocidade e outros ainda mais importantes: a alimentação e a forma física. E é este último que parece faltar actualmente ao nosso camarada da roda cardada – que começou a sentir grandes dificuldades curiosamente quando o relevo lhe era mais propício, depois de muitos quilómetros planos. De qualquer modo, o vento que fazia na subida do Sobral favorecia, de facto, os calmeirões e nada quem tem tão pouco peso e pedala tão leve. Depois foi a Louriceira, as caimbras e o penoso regresso. Rapaz, é melhor adiares as quatro subidas de Montejunto que querias para hoje.
Ah, e que grande subida fez o Carlos para o Alqueidão! Impressionante o momento e a forma como atacou. E só não deu para chegar isolado ao alto porque o Durão fez uma perseguição homérica!

2 comentários:

Anónimo disse...

EhEhEh e viva as paragens em tempo de chuva

pintainho disse...

“Calmeirões”:

Agora, que já consigo escrever, após a penúria do último feriado, venho agradecer o apoio e paciência que todos tiveram aquando do meu “empeno”. E foi tal o dito, que não tenho memória de nenhum semelhante nos últimos tempos (e até tenho boa memória!).
Como redigi por aqui recentemente, para acompanhar a “elite”, são necessários certos cuidados (treino, alimentação, muita atenção aos “abusos”,…) que, de todo, não pratico.
Provavelmente, o que me terá sucedido, foi originado pela falta de rodagem (não pedalava há 4 semanas) aliado aos “abusos” cometidos na “folia” da noite de 5ª feira… E esses “pecados” pagam-se … caro!! Mais ainda quando se tem a ousadia de tentar acompanhar a “Cavalaria Pesada”, tão afamada pelos habituais ritmos … “tresloucados”!

Contudo, gostei muito da volta, especialmente das paisagens da zona da Louriceira que tive o prazer de apreciar calmamente, ou não fosse a pedalar com a pedaleira … pequenininha!! Pois… É útil quando as inclinações são muito acentuadas, mas também quando o “empeno” é tal que qualquer pequena inclinação parece … muito acentuada!
Apesar das enormes dificuldades, fiquei contente por ter feito a volta na íntegra (desistir não é algo que faça com muito agrado…) e por a ter finalizado sem por pé no chão, embora os últimos quilómetros após o Tojal tenham sido feitos com as “pernas às costas”.

Abraço ao Durão e ao Ricardo pelas dicas que me foram dando e pelo apoio no final da rampa da Louriceira, cujo topo me parecia mais negro que as nuvens que tanto nos fustigaram no Forte do Alqueidão.

Já agora: para a eleição da Miss Paragem eu voto … no Durão!! Ao invés, voto no Ricardo para … Mister Molhado!!!