quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Dia de Carnaval

Principais «partidas» de uma volta em dia de Carnaval:

O Freitas meteu um passo rijo, contra o vento, a caminho do Forte de Alqueidão, fazendo evidente mossa no pelotão, o que motivou queixas do Fantasma à passagem por Arranhó. Para ele, no rescaldo de um fim-de-semana a alta voltagem, aquele ritmo cardíaco não era definitivamente o mais indicado para limpar o ácido. O «chefe» não gostou e… amuou.

O Fantasma, porém, não terá ficado bem com a consciência. Não só adiou o seu regresso mais cedo a casa (segundo vinha dizendo, do Sobral cortaria para Arruda), como lhe deu para se meter à frente do grupo, a 35 km/h de média, desde a Merceana ao Carregado. Foi uma iniciativa elogiável, apesar arriscada devido ao piso molhado, e que voltou a demonstrar que o homem está em boa forma! Depois, sim, cumpriu a penitência pelo pecado mortal de melindrar o «chefe»… e seguiu directo para Vila Franca na companhia do João e do Abel.

Então, menos oprimido, o Freitas voltou a desabrochar e enfrentou o vento de Cadafais a Arruda, liderando um grupo reduzido a cinco unidades: ele, eu, Jony, Nuno Garcia e Salvador. Muito bom desempenho do Durão, em prol dos seus objectivos pessoais, mas que, tendo em conta o arcaboiço dos beneficiários, só poderia merecer o agradecimento geral.
De resto, a labuta continuou até A-do-Barriga, em subida mais inclinada, onde, no final, o Salvador mostrou as garras, depois de o Jony as ter exibido e recolhido estranhamente ao aperceber-se que o Freitas reagira em sentido contrário, tirando tudo. Este, todavia, acabou por ainda disputar o sprint... com o Salvador. Enfim, Carnaval…

A descer para Alverca, finalmente a favor do vento, chegámos a ultrapassar os 60 km/h (com a estrada sequinha…) e à saída da cidade cruzámo-nos com o Carlos do Barro (atrasou-se à partida de Loures e andou por aí a fazer km). Muito disponível, tomou ele próprio a dianteira e conduziu o sexteto até Sacavém, só parando na Apelação (33 km/h de média na totalidade). Sem parecer querer qualquer tipo de ajuda. E não teve. Por isso, aplausos!

Mais aplausos, também para o Salvador. Com excelente prestação durante toda a volta, demonstrou realmente por que já foi apelidado de «senhor 15.000 km», a que não terá sido alheio o facto de ter adoptado uma atitude muito mais defensiva que o habitual – ou melhor, mais racional. O que dizes das novas sensações, camarada?

No próximo domingo, a volta é a de Sintra-2. Percurso: Loures-Guerreiros-Ponte de Lousa-Negrais-Pêro Pinheiro-Lourel-Sintra-S. Pedro de Sintra-Alcabideche-Malveira da Serra-Cabo da Roca-Pé da Serra-Colares-Várzea-Sintra-Lourel-Algueirão-Belas-Caneças-Montemor-Loures
Distância: 100 km

Recorde-se que faltam pouco mais de 2 semanas para a Clássica de Évora (11 de Março). As «inscrições» estão abertas. Estou em crer que este ano, a coisa promete com tantos em tão boa forma. Para mais, sendo um percurso pouco selectivo, será que teremos chegada em pelotão compacto?

A terminar, queria dizer que conheci, finalmente, dois dos maiores colossos da nossa região. Ambas subidas que, pela sua fama, começam a ganhar estatuto de quase mito. Refiro-me à Serra do Socorro e ao Avenal (Montejunto) - e esclareço antecipadamente que fi-las… de carro.
Pois bem, o famoso pico do Socorro (infelizmente) é interdito a bicicletas de estrada. A maior parte da subida (2 km) é empedrada (piso muito irregular), que com a inclinação elevadíssima invalida qualquer esperança de subir com roda fina, sem amortecedores e andamentos adequados. Mas é um enorme desafio para betetistas!
Quanto ao Avenal, finalmente o conheci depois de tanto ouvir falar das suas assombrosas «paredes». Admito que, por vezes, me soou a exagero. Mas nem pingo! Aquilo é terrível, dói até subindo de carro. A partir da localidade do Avenal são 2 km duríssimos, com passagens a percentagem muito elevada, certamente entre os 15 e os 20%. Não são pernas quaisquer que vencem este mini-Angliru, onde ter andamentos leves é fundamental. E depois do cruzamento com a subida de Vila Verde dos Francos ainda são mais 5 km até às antenas. Arrisco, ainda sem experimentar, que será a vertente mais difícil das quatro de Montejunto. Confesso não ser apreciador de subidas muito inclinadas e que agora fiquei com menos vontade de «tirar os três» ao Avenal. O Pintainho não poderia estar em melhor habitat!

4 comentários:

Anónimo disse...

Efectivamente,não me parece prudente ... ao fim de 20´de pedal em plena subida para o Sobral, ainda «frios» e «apalpados» do fim de semana, começar logo ali a meter «ferro», ao ponto de «encostar» prematuramente 3 elementos dos que corajosamente apareceram.
Depois de quentes e acautelada o resto da volta, «ferro» até cair...para os que puderem e aguentarem o andamento dos MAUS!!!
Grande SALVADOR!!!

AB

PS:

Rapaz DURÃO

Para quando o almoçinho oferecido à «rapaziada» pela promoção a «CHEFE»?...
HEHEHE

AB e bons treinos...só com o peso dos sapatos!

Ricardo Costa disse...

Interessante, embora curta, a subida da sub-estação eléctrica de Fanhões. São 1,7 km a 7,3% (percentagem de montanha), com piso rugoso a dificultar a progressão. Além disso, a estrada não te saída, obrigando a dar meia volta. Boa para fazer séries.
De qualquer modo, desde o início da subida, a partir do cruzamento de A-das-Lebre/Manjoeira (pouco depois da rotunda do Tojal) são 4,4 km bem acima dos 5% (2,7 a 4,3% mais os tais 1,7 a 7,3%).

pintainho disse...

Muito bem! 'tou a ver que estar a tomar-lhe o gosto...

Concordo plenamente quando dizes que a vertente do Avenal é a mais difícil de Montejunto. Sem dúvida que aqueles 2 Kms a seguir ao Avenal fazem a diferença.

Essa rampa de Fanhões até à central eléctrica é "engraçada". Só é pena a inclinação não ter quase assimetria nenhuma, mantendo-se constantemente entre os 7/8% e pontualmente "roçando" os 10%.

Não tenho tido disponibilidade para avançar com a minha base de dados de altimetrias, apesar de já ter os dados de imensas rampas de estrada e Btt.
Posso, contudo, adiantar as mais "interessantes" de estrada:
Sete Casas - Malhapão - Cabeço de Montachique (marco geodésico);
Freixial - Ribas de Cima - Cabeço de Montachique (marco geodésico);
Freixial - Ribas de Baixo - Fanhões - Cabeço de Montachique (marco geodésico);
A-das-Lebres - Bº Municipal - Casaínhos - Cabeço de Montachique (marco geodésico);
Carrascal - Salemas - Cabeço de Montachique (marco geodésico);
Bocal - Choutaria;
Ponte de Lousa - Fontelas;
Loures - Montemor - Monte Maior.

pintainho disse...

O "Roteiro dos Cumes", quase integralmente em trilho, com 60 e poucos Kms e mais de 2.000 mts de acumulado, tem 11 rampas, algumas onde se pedala a mais de 30%!! Quando apareceres, é este o "petisco" que tenho preparado para ti... Vai ser engraçado ver-te a andar a pé... Podes falar com o Fantasma, o Glutamina ou o Garcia que te darão umas dicas sobre essa "técnica", à qual costumam dar imenso uso... :-)