sábado, fevereiro 17, 2007

Regresso... a mais!

Depois de quase uma semana sem tocar na «chicha», pensava eu aproveitar este sábado para desentorpecer da inactividade. Fazer algumas horas de selim sem forçar até estava nas minhas perspectivas, mas o tiro saiu-me pela culatra. O convite chegou e foi prontamente aceite. Fiz a volta de Santarém pela primeira vez no já longínquo dia 14 de Abril de 2006, e ficaram boas recordações. A companhia de então foi praticamente igual à de hoje: saiu o Daniel, entraram o João Santos e o Fantasma. O Freitas e o Carlos da Póvoa foram repetentes.
O percurso é praticamente plano, como atenta o desnível acumulado em 140 km: 510 metros (de Alverca a Alverca são 122 km) e convida a andamento elevado, por isso, à custa de mais de 4300 calorias, no final superou os 31 km/h de média!
Todavia, as primeiras horas da manhã trouxeram chuva que deixou o piso encharcado, a recomendar moderação. Assim, até o sol ter aparecido para ficar e secado o asfalto (o que só aconteceu depois do Cartaxo) pedalámos ligeirinho, mas sem excessos para evitar incidentes…
Chegámos a Santarém com 1h47m decorridos, após 71 km. Até então, a nota dominante foi a coesão do pequeno grupo, mesmo quando o andamento foi mais forte nos topos entre Azambuja e o Cartaxo. E só se quebrou na subida de Santarém (1 km a 6,3%), onde o Fantasma e o Carlos evitaram, e bem, esforços que poderiam hipotecar o resto das suas prestações.
O regresso foi significativamente mais rápido. O Freitas deu o mote logo à saída de Almeirim e meteu o comboio a 37 km/h. Lá atrás, o Fantasma deu a alfinetada. «Aproveita agora que é descer…» O Durão, tão empenhado, nem deve ter ouvido a atoarda e andou naquilo uns bons 6 km, deixando-me depois na frente até Muge (+5 km). Média Almeirim-Muge: 35 km/h.
Chegava então a vez do Fantasma dar ao canelo até Marinhais. Ordens do patrão Freitas. Nada menos que um presente envenenado, pois entrava-se em falso plano ascendente, definitivamente, pouco favorável, tanto mais que o vento soprava de frente/lateral. Seria a vingança do fel?
O ritmo caiu e o homem não durou muito tempo na frente. Rendeu-o o João, no seu primeiro contributo digno desse nome à frente do pequeno pelotão desde o início da volta – com quase 90 km! Mas quando pegou ao trabalho, fê-lo bem. O andamento voltou a subir e assim se manteve até Salvaterra (35 km/h de média). Com o aproximar dos últimos 20 km, o Fantasma fez contas às energias que restavam e começou a aparecer mais na frente. O mesmo se pode dizer do Carlos, que experimentou uma passagem muito profícua pela liderança do grupo na recta do Cabo. De resto, o Fantasma não cedeu nem um milímetro na derradeira inclinação e também a última fase de maior intensidade – a ponte de Vila Franca.
Nesta altura, as minhas pernas já sofriam dos efeitos do ácido láctico que intoxiquei os seus músculos (2h37 acima das 150 bpm, das quais 24 m acima das 168 bpm – o meu limiar anaeróbio). Regresso mais sofrido do que o previsto. O terreno plano, para mais sob o efeito do vento, é-me sempre adverso. E por ter dado ao corpo ao manifesto não me devo queixar. Além disso, valeu muito a pena o esforço pela calorosa companhia numa excelente manhã de ciclismo. Agora toca a (tentar) recuperar (alguma coisa), pois amanhã é domingo. E a volta tem um percurso bastante interessante.

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