quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Bonança de Carnaval

Enfim, a bonança de Carnaval, depois da tempestade de domingo, proporcionou uma animada manhã de ciclismo. Ponto prévio: nota-se, desde já, o «efeito» Évora no apuro de forma de alguns elementos do pelotão, embora a retracção, evidente nalguns sectores com relevo mais acidentado, não seja a melhor maneira de preparar a longa e plana clássica alentejana, mas certamente muitíssima intensa nos momentos decisivos. Mas sim, enfrentando sem constrangimento as dificuldades que se colocam, acima de tudo as que se impõem em terreno desfavorável.
Depois de bom aquecimento até Bucelas, o início logo intenso da subida para o Forte de Alqueidão apanhou «a frio» o duo acabado de chegar, Pina e Salvador. Principalmente ao Salvador, que, em condições normais, não prescindiria de acompanhar os mais fortes. Mas foi o que fez... não sem demonstrar que acordara especialmente contestatário.
Ainda voltando à questão da retracção, convenhamos que o facto de o grupo principal ter acumulado nada menos de 7 minutos (!) de atraso no Forte do Alqueidão não se justifica pelo andamento do quarteto da frente (eu, Renato, Carlos do Barro e Nuno Garcia) ter sido realmente selectivo até ao alto. Tanto mais que, nesse grupo, havia elementos interessados em tirar «azimutes» para Évora e não só, e outros em nítido crescendo de forma. Impunha-se andamento mais «digno». O Fantasma tem desculpa porque cometeu «haraquiri» ao parar em Bucelas para despir o impermeável.
O Carlos do Barro, de resto, foi o primeiro a dar o mote, ainda na Bemposta, juntando-se a ele o Renato e mais tarde, o Nuno Garcia e eu. A partir daí, a velocidade não voltou a baixar, pelo contrário foi aumentando paulatinamente até ao Alqueidão, onde se deu a (tal) demorada espera pelos retardatários.
Entre estes, dois passaram rapidamente a fugitivos. Salvador e Fantasma lançados a pique em direcção ao Sobral e depois para a Feliteira. Todavia, o pelotão não estava pelos ajustes e empenhou-se na perseguição, mesmo à custa de umas curvas bem «cortadas». Antes do cruzamento de Dois Portos, o duo estava «caçado».
Rolou-se, então, a caminho de Carmões, cuja subida estava exposta ao vento, obrigando a esforço adicional. Fiz a subida ao meu ritmo, sentindo que a bicicleta só penetrava o ar com muita força nos crenques. Desta feita, não houve o «corte» quase generalizado do Alqueidão, mas o Salvador – perdoa-me a insistência, camarada, mas é só picardia! – voltou a cara à luta.
Acabando as dificuldades do relevo começaram as escaramuças. Muitos participaram com desapego ao ácido láctico, mas poderiam ter sido mais... Finalmente apareceu o Salvador, mas também, o Pina, o Samuel, o Fantasma e o Zé Morais participaram activamente, experimentando algumas mudanças de ritmo que pareciam lançar a correria. Contudo, como o pelotão estava atento e a planura do terreno facilitava a sua missão, rapidamente se retomou a velocidade de cruzeiro – sempre bem viva, esclareça-se! –, que se manteve durante muitos quilómetros, até Alverca, sempre com muita gente a passar pela frente. Entretanto, no sprint de Vila Franca, o Zé Morais demonstrou que, à falta dos especialistas, era o mais «explosivo», mas a aceleração acabou por ficar algo curta, destacando-se, então, o Fantasma... menos exuberante mas mais consistente. Eu fiquei pelas intenções logo que as pernas não corresponderam ao primeiro pique.

1 comentário:

Ricardo Costa disse...

No próximo domingo - Ericeira.

Percurso: Loures-Guerreiros-Lousa-Venda do Pinheiro-Malveira-Alcainça-Mafra-Paz-Ericeira-Foz do LIzandro-Pobral-Odrinhas-Terrugem-Pêro Pinheiro-Negrais-Sta. Eulália-Ponte de Lousa-Guerreiros-Loures

Distância: 82 km

Opinião: traçado parte-pernas, com clássico troço final, para Sta. Eulália, que já foi palco de algumas cavalgadas gloriosas.