segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Domingo «maior»

Este domingo acabou por ser «maior» do que previa. Sob ameaça de chuva desde as primeiras horas da madrugada, já me tinha resignado a uma sessão higiénica de rolos. Mas embora o dia tenha amanhecido cinzento, da prevista intempérie... nada!
Abriam-se, então, duas alternativas. A primeira – que logo exclui – era meter-me no carro e fazer-me ao caminho para a Caneira, onde às 9h00 arrancaria o (tão aguardado) treino organizado pelo Paulo Pais, que durante a última semana passou a ser uma miragem por não me encontrar em condições físicas para enfrentar a exigência de um treino que se previa intenso, devido à paragem com gripe.
A segunda - a que optei - era decidi sair de casa e, enquanto não começasse a chover, fazer «piscinas» nas imediações, sempre pronto para regressar rapidamente à base, onde me recolheria, em conforto, sobre os rolos. Assim fiz, a pensar que iria dar a volta ao quarteirão. Mas a verdade é que os minutos passavam e teimava em não chover.
Às tantas, depois das 9h00 já tinha quase 1h30 de treino, e foi, nessa altura, que, após subir a Cervejeira para Vialonga, me cruzei com um pequeno grupo de resistentes do Pina Bike: Pina, o Steven, o Zé Morais e o Salvador, aos quais me juntei. O Pina fez as honras da casa: «os profissionais foram para a «corrida» da Caneira, os nacionais tiveram medo da chuva e nós, os fraquinhos, vamos dar uma voltinha a... Santarém».
A ideia de alinhar pareceu-me despropositada, pela ameaça de chuva, pela distância, pelo vento forte, mas o quarteto estava decidido a meter quilómetros e eu já começava a duvidar que chovesse naquela manhã. Entre continuar sozinho e juntar-me, a segunda pesou naturalmente bem mais. Em Alverca, o Evaristo engrossou o grupo. E foi um sexteto que deu «cordinha» para Santarém. Onde, porém, não fazia tenção de chegar!
Os quilómetros iniciais foram complicados. O grupo estava animado e demorei a entrar no ritmo... definitivamente perdido na semana horribilis. Escondi-me o melhor que pude e a primeira vez que passei pela frente fui quase «obrigado» e já foi depois de Vila Nova da Rainha. Andou-se relativamente bem até Santarém, apesar do vento forte que soprava quase sempre de cara, cumprindo-se uma média a rondar os 30 km/h. Entretanto, antes do Cartaxo, o Zé Morais sucumbia às dores nas pernas e deu meia volta. Estive quase a fazer-lhe companhia, mas os restantes companheiros demoveram-me. Devia tê-lo feito!
O grupo rolou sempre compacto, mas com a aproximação a Santarém, e o acumular de topos na zona do Cartaxo a disponibilidade já não era a mesma de até aí. Sentia-se cada vez mais aversão ao vento – que, felizmente, passaria a favor a partir de Santarém. A subida a entrar na cidade cavou algumas diferenças... mas escassas.
À saída, sobre a ponte velha, o vento tornou-se ainda mais forte. Ainda seria assim até Almeirim. Entretanto, o Evaristo fura e eu, completamente fora do horário para o regresso, não tive outra alternativa que continuar sozinho. Até Almeirim disse mal à vida por não ter voltado para trás com o Zé Morais. E a partir daquela cidade, meti a velocidade de cruzeiro, finalmente embalado pelo vento. De qualquer modo, não foi sempre a favor e por vezes vinha em rajadas.
Rodei bem, mas sempre limitado de forças e a baixa rotação. Ainda assim fiz média de 34 km/h até Vila Franca – abaixo das possibilidades em condições normais (em boa forma, entenda-se) considerando a força do vento a favor.
Antes, porém, na estrada da lezíria começou a chover e bem! À medida em que avançava, a ver pelo alagamento da estrada, apercebia-me que ia ao encontro da intempérie. Não demorei a ficar também encharcado. Degradavam-se rapidamente as condições para a prática do ciclismo e Alverca nunca mais chegava. Quando, enfim, cheguei a casa reparei na contabilidade: 5 horas de treino e 155 km. Largamente fora da previsto!

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