terça-feira, fevereiro 26, 2008

Pela Marginal com Évora no horizonte

Como se previa, a volta deste domingo pôde ser, para muitos, aproveitada para ultimar a preparação para a Super-Clássica de Évora, já no próximo fim-de-semana. Percurso quase sempre plano, com alguns sectores mais selectivos, bem ao jeito do que se vai apanhar a caminho da cidade alentejana. Além disso, o fascínio do cenário da Marginal dá sempre um estímulo adicional, mesmo em manhã que nasceu tristonha.
O piso molhado impôs um desvio ao percurso na subida de Frielas para evitar o empedrado de Unhos, levando o grupo até ao alto da Apelação. Logo aí, apesar do andamento moderado cavaram-se diferenças anormalmente acentuadas – desde logo, o Steven e o Salvador começaram a ressentir-se de indisposições, que, mais tarde, lhes provocaram estados de grande debilidade: o Steven, com o pequeno almoço às voltas acabou por dar meia-volta já no Estoril, decidindo enfrentar sozinho o vento (não se sabe com que resultado); e o Salvador, a partir daí, arrastando-se penosamente até Loures, também a contas com uma forte indisposição. Para eles, não foi definitivamente o melhor ensaio para Évora.
Quanto aos restantes, contribuíram para uma tirada interessante. O Jony, por exemplo, mostrou-se empenhado no trabalho específico, fez várias «saídas» do pelotão em bom estilo e deixou, na retina, uma passagem de registo pela frente do «comboio», em Belém, conduzindo-o a mais de 45 km/h durante 3 minutos, revelando confiança e apuro de forma. A 15 dias de iniciar nova etapa desportiva, na competição, sabe-se que a sua presença no seio do nosso grupo será menos assídua. Compreende-se, embora se lamente, pois é sempre privilégio contar com ele, principalmente quando se apresenta «solto» como neste domingo.
A partir de Pêro Pinheiro, os seus «ataques» não voltaram a ficar sem resposta, mas revelou-se muito complicado estar ao nível da sua capacidade explosiva. Eu que o diga, no regresso a Alverca, já depois de Loures: foi engraçada a nossa «brincadeira» em cada topo – com o Capitão a não querer ficar de fora!
O momento mais selectivo do percurso foi a ligação entre o Estoril (ao deixar a Marginal) e S. Pedro de Sintra, primeiro em subida quase até à saída do Estoril e depois em falso plano ascendente ao final. O Freitas tomou a dianteira e meteu um passo intenso que fez imediatamente a selecção nas primeiras centenas de metros. Com ele, apenas eu, o «Paulo Ferreira» (pelas suas parecenças com o antigo ciclista profissional, como bem frisou o Grande Abel), eu e o Evaristo. Apesar de sentir as pernas pesadas, passei para frente ainda antes de terminar a primeira subida e depois de Alcoitão permaneciam na roda apenas o Freitas e o Evaristo.
A partir do Autódromo, a velocidade manteve-se sempre na ordem dos 30 km/h, mas com muita dificuldade imposta pelo vento. A cerca de 500 metros da rotunda de S. Pedro, o Freitas passou para a frente e forçou o ritmo procurando aproveitar «fraquezas» alheias e o... Evaristo acusou-as, perdendo o contacto após poucos metros. Castigo ingrato para quem tinha demonstrado tanto empenho em seguir os primeiros, fruto de indiscutível indicação de boa forma.
Mas estas situações são mesmo assim, camarada! A diferença entre resistir só mais 400 metros e partir imediatamente a corda foi aquele «forcing» que alterou o ritmo. De tal modo, que só nessa curta distância perdeu mais de 100! Apesar disso, o «homem dos extensores» deu um sinal de aviso à navegação para Évora!
Mais animação só na aproximação a Negrais – quando, como disse, as simulações do Jony deixaram de ficar sem resposta. No sempre áspero topo do campo de futebol saltei e a resposta não se fez esperar. O Jony deu-a com prontidão e passou logo ao contra-ataque, mas também se juntou o Freitas e o Capitão (acabadinho de chegar ao convívio e ainda fresquinho). No topo à entrada de Negrais, o Jony dispara mais uma vez. Agora sou eu que fecho o espaço! Ele não desarma na frente e havia que recuperar o fôlego na sua roda. Andamento estava vivíssimo na aproximação à recta final para Santa Eulália, até que... a passar por um buraco furei, invalidando o que seria «le grand finale»!
Eu, reconheço, já vinha curto de forças para me bater ao sprint com concorrência tão especializada. Mas suaria as estopinhas para limitar a desvantagem. Todavia, fica por saber o desfecho daquela árdua cavalgada: o Jony, que apesar de se ter dado ao desgaste na frente do mini-grupo tem sempre aquela chispa final a que poucos resistem; ou o Freitas, em vantagem por ter beneficiado das rodas naquela fase e sempre muito forte neste tipo de situações...

Na contagem decrescente para Évora, fica o perfil altimétrico do percurso para aguçar o apetite. (para aumentar a imagem clicar em cima). Já somos pelo menos 30 à partida e o clima parece que vai finalmente colaborar: a previsão é céu azul e 21 graus. Grande!!


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