No dia seguinte ao último
treino duro, de preparação para o Skyroad da Lousã, a volta domingueira com o
grupo, num percurso totalmente plano, para as intermináveis retas da lezíria
ribatejana, o famoso «Triângulo das Bermudas» do Infantado (como alguém o apelidou...),
não surpreendeu quem, contrariando a lógica que as facilidades do terreno pudessem
ser sinónimo de facilidades na intensidade imprimida ao andamento, já está acostumado
a que aconteça precisamente o contrário - que planura rime com tortura!
Enfim, sem exageros. A
saída que, no (meu) total, ultrapassou os 140 km, não foi bem ao encontro das
minhas pretensões, mas, à exceção da ligação Alverca-Vila Franca, a uma média
de 42 km/h, imposta pelo Hugo Ferro – que acabou por terminar aí a sua presença
nesse dia -, e de, logo a seguir, na reta do Cabo até Porto Alto, a 40 km/h sob
vento lateral, o resto da jornada não foi mais aziaga. Bom, se não contarmos que
também dispensaria – e estava longe de prever – ter feito cerca de 60 km a
puxar, ainda que em ritmo moderado, apenas na companhia do camarada Paulo Pais.
Mas já lá vamos...
Antes, destaque para a extraordinária
ligação entre o Porto Alto e o cruzamento do Campo de Tiro de Alcochete, a uma louca
média de 43 km/h durante 17 km. Embora auxiliados pelo vento, foram apenas três
os responsáveis «maiores» pela proeza: Os Brunos Felizardo e de Alverca, e o
Carlos Santos. Num coordenado revezamento, levaram o pelotão nas suas rodas,
sem momento de descanso. De qualquer modo, para os elementos protegidos, a
intensidade foi moderada. Apenas a velocidade – algumas ocasiões a roçar os 50
km/h, foi causa de algumas vertigens...
Então, logo após o
cruzamento, quando o vento voltou a bater de lado e o ritmo parecia não baixar,
surpreendentemente o Paulo Pais abdicou. Eu tinha feito os últimos quilómetros
na sua roda e felizmente apercebi-me da sua decisão. Esta deveu-se, certamente,
ao treino de véspera também duro, em Montejunto, e a sentir que o esforço além
do recomendado. No entanto, «largar» naquele ponto do percurso, talvez o mais
distante – constatei pouco depois que ele não conhecia a localização -, não
seria nada agradável fazer todo o restante «a solo». Por isso, não hesitei em
ficar na sua companhia, imprimindo um andamento muito mais moderado que nos
permitiu completar a volta sem estragos. Ainda assim, daí até Vialonga, 32 km/h
de média. De qualquer modo, as retas infindáveis daquela planície não são
propriamente a melhor motivação para um esforço individual e já algo
condicionado – e ainda menos para mim, que «convivo» mal com este tipo de
relevo...
Muito mais à frente, antes
de chegar, de novo, ao Porto Alto, alcançámos o Zé Correia – igualmente deixado,
por sua conta e risco, pelos seus parceiros (outro grupo que seguia desde o
início adiantado ao nosso), e pouco depois o seu filho, Zé-Tó, que, o aguardava.
Dos restantes sabe-se que mantiveram o ímpeto que traziam até à nossa
despedida...
Este domingo, a volta
continua «a rolar»... Agora desde Sacavém (com início por Frielas e Unhos) até
Azambuja, e regresso pelo caminho inverso (volta na 1.º rotunda) até Alverca,
onde depois se seguirá por Vialonga e Tojal, de regresso a Loures.
3 comentários:
Meu caro
As boas atitudes são sempre tomadas pelos grandes homens.
Parabéns
Lá nos encontramos amanhã no GrandFondo Skyroad - Lousã um encontro com uma organização digna de registo.
Quanto à volta de Domingo vou aproveitar dar uma volta com o "pessoal da região - Lousã" e poder admirar outros lugares e pontos turísticos para além dos de sábado, ehhh
Pedro Fernandes
Mais uma cronica de cortar a respiração. Grandes atletas que são vocês.
Abraços e boas pedaladas.
Sempre ganga, grandes atletas que voçes são.
Abraços e boas pedaladas.
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