quarta-feira, março 19, 2014

Crónica da Carvoeira Sra. do Ó


Na volta da semana anterior, a ligação Bucelas-Venda do Pinheiro já tinha sido de altíssimo nível, mas neste último domingo foi... estratosférica! A caminho da Ereira, no dia 9, a subida Freixial-Venda «fizera-se» à média de 30 km/h, elevando a fasquia ao um ponto que se não se antevia que viesse a ser superado... Pelo menos, da maneira que foi! Naqueles 7,7 km, menos 1m30s e 33,3 km/h! Surpreendente? Não para um dos grupos mais fortes dos últimos tempos em voltas domingueiras ou até em clássicas. Um punhado de grandes atletas em ótima forma e claramente empenhados em meter a «lenha toda», incluindo o Rui Torpes, o Tiago Silva, o Renato Ferreira, o Ricardo Gonçalves e ainda com colaboração do Duarte Salvaterra e até do André, estabeleceram um novo recorde (KOM) no Strava para o referido «segmento», com 13m48s (Hugo Arraiolos, o primeiro a passar no alto, adiantando-se ao sprint).

Para os restantes, em que me incluo, alguns momentos de sufoco, o maior na Chamboeira. O pelotão partiu-se, naturalmente, mas já na segunda fase da subida, para Forno do Coelho, e um segundo grupo acumulou um atraso já significativo de 1m30s à chegada ao alto. Na Venda do Valador, neutralização. Pulso médio: 168. Nível de esforço: 8,5 com alguns «picos» a deixarem as pernas a latejar! E a volta não acabava ali. Longe disso.  

Sem dúvida, foi um estímulo madrugador fortíssimo (sim, demasiado forte, demasiado cedo!) que poderia ter aberto as hostilidades para uma volta a ritmo infernal. Pelo menos, poderá ter criado essa expectativa (ou mais o receio...), de resto reforçada pela presença dos supracitados elementos de «topo». Mas não só estes. Justiça a outros com muito pedal: Nuno Mendes, Felizardo, Bruno de Alverca, Jony, Ricardo Afonso, Tiago Martins, Luís Veloso, David Inácio, etc. Contudo, não se confirmou. Apesar do andamento ter sido sempre de muito bom nível desde logo a descer da Malveira para Alcainça e daqui para a Abrunheira, em nova subida, a fazer nova seleção que foi dissipada até Mafra com a benevolência dos primeiros.

De Mafra a Ericeira, um corte no pelotão foi providencial. Deixou os mais fortes atrás, forçados a desgaste na perseguição a um pequeno grupo em que me incluía (com o Jony, o Bruno, David Inácio e mais um elemento que não me recordo: Mendes?; Félix?). O David Inácio trabalhou bem, tendo sido bem rendido pelo Jony na última fase, antes de chegar àquela vila costeira. Só pouco antes é que o pelotão anulou a iniciativa. Média de 45 km/h!!

Da Ericeira à Foz do Lisandro, assumi a liderança, impondo depois o andamento na subida para a Carvoeira, na subsequente descida e nos primeiros metros da longa ascensão da Sra. do Ó para Mafra. Algumas centenas de metros de fama, até o grupo dos «principais» se assumir, com o Renato Ferreira a comandar. Fê-lo sem grande aceleração, progressivamente, mas naquela fase ainda inicial da subida, a mais íngreme, não demorou a deixar-me em dificuldades (as pernas ainda não estavam à altura da exigência...) para manter entre os da frente, que incluíam, além do Renato: Torpes, Tiago Silva, André, Ricardo Gonçalves, Luís Veloso, Arraiolos e David Inácio. Então, este último decidiu atacar. Numa primeira fase, ninguém respondeu de imediato (apenas um pequeno aumento do ritmo), talvez surpreendidos ou somente expectantes. A verdade é que para mim foi o golpe decisivo. Larguei! Logo a seguir também o Veloso, com quem fiz a restante parte da subida em excelente parceria. No alto, em Mafra, 40 segundos de atraso para os homens da frente que, pelos vistos, mantiveram-se juntos. Junto ao convento, prestes a alcançá-los, decidi(mos) esperar por que viria atrás de nós. Em recuperação, um grupo bem composto: Ricardo Afonso, Bruno, Nuno Mendes, Duarte, Tiago, o Jony, o Jorge... No alto, passaram a apenas 15-20 segundos de mim e do Veloso. Excelente subida também.

Em frente ao convento juntámo-nos e passámos a colaborar bem, no regresso pela Abrunheira, no carrossel de Igreja-a-Nova até alcançarmos o grupo da frente no início da subida para a Malveira. Entre estes, houve quem ficasse surpreendido pela boa (e rápida) recuperação. Mas não foi tanto pelo esforço na perseguição a partir de Mafra, mas por as diferenças não terem sido assim tão significativas na própria subida.

Na Malveira o pelotão separou-se: metade foi para a Avessada, metade seguiu para Loures, ainda e sempre em bom andamento (quase 40 km/h de média até lá), a culminar uma excelente volta.

Próximo domingo, Clássica de Santa Cruz. Todas as informações amanhã.          

1 comentário:

Ricardo Afonso disse...

Posso comprovar que o troço Bucelas - Venda foi ao mais alto nível. Recordes atrás de recordes, este grupo se estiver em peso no Domingo, ou muito me engano ou teremos empeno garantido. A ver vamos....
A volta do Ó, percurso bastante agradável, companhia 5* e o tempo a melhorar a cada semana que passa. Um abraço a todo o pessoal domingueiro.