Na volta da semana
anterior, a ligação Bucelas-Venda do Pinheiro já tinha sido de altíssimo nível,
mas neste último domingo foi... estratosférica! A caminho da Ereira, no dia 9, a
subida Freixial-Venda «fizera-se» à média de 30 km/h, elevando a fasquia ao um ponto
que se não se antevia que viesse a ser superado... Pelo menos, da maneira que
foi! Naqueles 7,7 km, menos 1m30s e 33,3 km/h! Surpreendente? Não para um dos
grupos mais fortes dos últimos tempos em voltas domingueiras ou até em
clássicas. Um punhado de grandes atletas em ótima forma e claramente empenhados
em meter a «lenha toda», incluindo o Rui Torpes, o Tiago Silva, o Renato
Ferreira, o Ricardo Gonçalves e ainda com colaboração do Duarte Salvaterra e
até do André, estabeleceram um novo recorde (KOM) no Strava para o referido «segmento»,
com 13m48s (Hugo Arraiolos, o primeiro a passar no alto, adiantando-se ao
sprint).
Para os
restantes, em que me incluo, alguns momentos de sufoco, o maior na Chamboeira.
O pelotão partiu-se, naturalmente, mas já na segunda fase da subida, para Forno
do Coelho, e um segundo grupo acumulou um atraso já significativo de 1m30s à
chegada ao alto. Na Venda do Valador, neutralização. Pulso médio: 168. Nível de
esforço: 8,5 com alguns «picos» a deixarem as pernas a latejar! E a volta não
acabava ali. Longe disso.
Sem dúvida, foi
um estímulo madrugador fortíssimo (sim, demasiado forte, demasiado cedo!) que
poderia ter aberto as hostilidades para uma volta a ritmo infernal. Pelo menos,
poderá ter criado essa expectativa (ou mais o receio...), de resto reforçada
pela presença dos supracitados elementos de «topo». Mas não só estes. Justiça a
outros com muito pedal: Nuno Mendes, Felizardo, Bruno de Alverca, Jony, Ricardo
Afonso, Tiago Martins, Luís Veloso, David Inácio, etc. Contudo, não se
confirmou. Apesar do andamento ter sido sempre de muito bom nível desde logo a
descer da Malveira para Alcainça e daqui para a Abrunheira, em nova subida, a
fazer nova seleção que foi dissipada até Mafra com a benevolência dos
primeiros.
De Mafra a
Ericeira, um corte no pelotão foi providencial. Deixou os mais fortes atrás, forçados
a desgaste na perseguição a um pequeno grupo em que me incluía (com o Jony, o
Bruno, David Inácio e mais um elemento que não me recordo: Mendes?; Félix?). O
David Inácio trabalhou bem, tendo sido bem rendido pelo Jony na última fase,
antes de chegar àquela vila costeira. Só pouco antes é que o pelotão anulou a
iniciativa. Média de 45 km/h!!
Da Ericeira
à Foz do Lisandro, assumi a liderança, impondo depois o andamento na subida
para a Carvoeira, na subsequente descida e nos primeiros metros da longa ascensão
da Sra. do Ó para Mafra. Algumas centenas de metros de fama, até o grupo dos
«principais» se assumir, com o Renato Ferreira a comandar. Fê-lo sem grande aceleração,
progressivamente, mas naquela fase ainda inicial da subida, a mais íngreme, não
demorou a deixar-me em dificuldades (as pernas ainda não estavam à altura da
exigência...) para manter entre os da frente, que incluíam, além do Renato:
Torpes, Tiago Silva, André, Ricardo Gonçalves, Luís Veloso, Arraiolos e David
Inácio. Então, este último decidiu atacar. Numa primeira fase, ninguém
respondeu de imediato (apenas um pequeno aumento do ritmo), talvez surpreendidos
ou somente expectantes. A verdade é que para mim foi o golpe decisivo. Larguei!
Logo a seguir também o Veloso, com quem fiz a restante parte da subida em
excelente parceria. No alto, em Mafra, 40 segundos de atraso para os homens da
frente que, pelos vistos, mantiveram-se juntos. Junto ao convento, prestes a alcançá-los,
decidi(mos) esperar por que viria atrás de nós. Em recuperação, um grupo bem
composto: Ricardo Afonso, Bruno, Nuno Mendes, Duarte, Tiago, o Jony, o Jorge...
No alto, passaram a apenas 15-20 segundos de mim e do Veloso. Excelente subida
também.
Em frente ao
convento juntámo-nos e passámos a colaborar bem, no regresso pela Abrunheira,
no carrossel de Igreja-a-Nova até alcançarmos o grupo da frente no início da
subida para a Malveira. Entre estes, houve quem ficasse surpreendido pela boa
(e rápida) recuperação. Mas não foi tanto pelo esforço na perseguição a partir
de Mafra, mas por as diferenças não terem sido assim tão significativas na
própria subida.
Na Malveira
o pelotão separou-se: metade foi para a Avessada, metade seguiu para Loures,
ainda e sempre em bom andamento (quase 40 km/h de média até lá), a culminar uma
excelente volta.
Próximo
domingo, Clássica de Santa Cruz. Todas as informações amanhã.
1 comentário:
Posso comprovar que o troço Bucelas - Venda foi ao mais alto nível. Recordes atrás de recordes, este grupo se estiver em peso no Domingo, ou muito me engano ou teremos empeno garantido. A ver vamos....
A volta do Ó, percurso bastante agradável, companhia 5* e o tempo a melhorar a cada semana que passa. Um abraço a todo o pessoal domingueiro.
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