domingo, outubro 09, 2005

Maré de azar

Definitivamente, navego em maré de azar nas andanças do ciclismo. Depois de há uma semana ter batido o recorde pessoal de furos numa única volta – nada menos que três! –, este domingo somei mais um ao currículo, o definitivo sinal de que os pneus suspiram por merecida reforma após 12.000 km de carreira.
Mas este até foi um final adocicado de uma volta em que tive o que mais amargo se pode provar quando se anda de bicicleta: uma queda. A causa foi o piso escorregadio à saída da rotunda do Cabo, em Vialonga, que fez o Capitão estatelar-se mesmo à minha frente, levando-me como ele para o asfalto encharcado, e comigo também foi o Pina, ao não conseguir evitar o imprevisto obstáculo prostrado à sua frente.
Apesar de ter sido aparatosa, a queda, felizmente, não teve consequências graves, dela resultando apenas algumas escoriações e hematomas – mais profundas no Capitão –, mas nada que nos impedisse de continuar. Afinal, são ossos do ofício.
No entanto, a motivação do grupo para cumprir a volta completa (Ota) ficou agarrada ao alcatrão com a nossa pele, tanto mais, que o trajecto implicava a passagem, pouco recomendável nestas condições de piso molhado, pelo empedrado de Vila Franca – que deveria estar como sabonete. Por isso, decidiu-se dar meia volta à entrada da cidade, junto à Praça de Touros, e rumar a Sacavém e subir para a Apelação, regressando depois a Loures – e finalmente a Alverca. Fora de jogo ficaram o Freitas, que tinha entrado numa fuga madrugadora com o regressado Hélder, que, com tanta demora, por esta altura já estavam… no Carregado. O que restou do percurso decorreu sem mais incidentes e a bom ritmo até Loures. O pelotão saiu dividido de Vila Franca – com um intervalo superior a 3 minutos – e só voltou a reagrupar-se quando o primeiro foi alcançado à entrada da Apelação, rolando depois compacto e sempre veloz até ao Infantado – onde, finalmente, revemos o Freitas e o «esquecido» Samuel, que realmente estava ainda mais adiantado.
Pessoalmente, à parte da queda e do furo (como se fosse pouco!) não acusei demasiado a paragem de uma semana. Desta vez, no final o que estava mais dorido não eram os músculos. Mas estou em pleno abaixamento de forma, normal e recomendável em cada final de época.
Desejei-me melhor sorte para a próxima semana.

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