segunda-feira, março 06, 2006

Carmões para todos os gostos

A Clássica de Carmões voltou a provar o mérito das tiradas com terreno-para-todos-os-gostos. Ou seja, teve um bocadinho de tudo: rolou-se calmamente, outras vezes moderadamente, e também como se não houvesse amanhã. Houve subidas, nomeadamente a do Sobral, a partir da Quinta do Paço até ao Forte de Alqueidão, e depois a de Carmões, feitas a grande intensidade, com direito a lutas férreas e ferozes perseguições. Enfim, espectáculo para todos os gostos.
As hostilidades começaram, como referi, no Sobral, a partir da Quinta do Paço, numa subida feita contra o vento, cujo andamento, até aí, foi quase sempre pautado pela dupla Freitas/Miguel. Imediatamente após o reagrupamento com o Pina, o Salvador e o Samuel (trio que partiu adiantado), o Freitas lançou o primeiro de alguns ataques. Começa a habituar-se tanto, que qualquer dia a coisa pode correr bem!! Mas teve sempre resposta eficaz da minha parte e do Carlos. O Miguel também não perdeu terreno, aproveitando as boleias para se manter à frente.
De resto, partiu dele uma ou duas acelerações fortes, na tentativa desgastar os restantes elementos, na habitual parceria estratégica com o seu chefe-de-fila. Infelizmente, devido ao acidente, ao que parece deverá continuar a ser gregário por mais tempo do que esperaria. No entanto, embora esteja a caminho da boa forma após a longa paragem e não seria, até ver, capaz de aguentar o ritmo até ao alto. De resto, quem também acabou por ceder aos constantes esticões, antes do planalto, foi o Carlos, deixando ao trio, e depois apenas a mim e ao Freitas - quando o Miguel acabou igualmente por ficar para trás nas últimas rampas - a discussão do sprint – ganho, para variar, pelo especialista.
Diga-se que os restantes elementos do grupo não chegaram muito depois, com o Vidigueira, o Daniel, o Pina e o Samuel (estes dois mais folgados) em bom plano.
Após o reagrupamento, seguiu-se em direcção ao Sobral e depois a Dois Portos, para enfrentar a dificuldade seguinte: a subida de Carmões, curta (1,7 km) mas ainda assim algo selectiva. O primeiro golpe de teatro foi o Miguel ter-se perdido depois de se adiantar na descida do Forte de Alqueidão, virando à esquerda para a Feliteira em vez de à direita para rampa que vai dar ao centro do Sobral. A notícia foi dada pelo próprio quando o pelotão estava prestes a iniciar a subida de Carmões, em perseguição a um trio – Daniel, Carlos e Pina – que entretanto se adiantara com autorização explícita do grupo – ou melhor da maioria, porque o Salvador bem «implorou» para que o ajudassem a apanhar o Daniel – sob pena de o ouvir! Todavia, com a complexa conversa telefónica com o Miguel sobre a sua localização certa, às tantas, quando se iniciou a subida já os fugitivos tinham aberto algumas centenas de metros, decisivas para terem conseguido manter ligeira vantagem no alto de Carmões - excepção feita ao Daniel que, como lamentou no final, acabou por «morrer na praia». E apesar da caçada cerrada movida por mim, com o Freitas a seguir a roda. A prova que o andamento foi vivo foi o facto de ter retirado 22 segundos (4.24 m) em relação ao tempo realizado ali, no passado dia 11 de Dezembro, então também na companhia do Miguel – o que é bom indicador de subida de forma.
Depois houve que esperar pelo desorientado Miguel. Eu e o Freitas voltámos a descer, esperámos e desesperámos, desdobramo-nos em telefonemas, alguns cruzados via central de comunicações de Camarate, para saber do paradeiro (depois do homem já se ter mandado contra um carro, não é de fiar!), até que finalmente apareceu. Não escapou a uns impropérios do seu chefe-de-fila. Bem merecidos, diga-se.
Quando voltámos a Carmões já tinham passado quase 15 minutos depois do restante grupo ter abalado, tornando desde logo impossível alcançá-lo – a não ser que decidisse parar. Mas não foi por falta de esforço da nossa parte. Finalmente com a ajuda do vento rolou-se freneticamente até… Alverca.
Para dar uma ideia aqui ficam os andamentos médios:
Carmões-Alenquer: 39 km/h
Alenquer-Carregado: 44 km/h
Carregado-Vila Franca: 42 km/h
Vila Franca-Alverca: 36 km/h
Foram 38 km fatigantes - é óbvio -, mas muito recompensadores. Para mim, representou uma espécie de desforra em relação ao vento que tanto me fustigou durante a última semana.

No próximo domingo realiza-se a Super-Clássica Loures-Évora (140 km)
Partida prevista para as 8h00 (da BP)
Mais informações aqui em breve (ou na loja do Pina)
Que o vento esteja… connosco!

3 comentários:

Anónimo disse...

meus caros venho por este meio "adverti-los" para a grande tirada que se avizinha, assim passo a explicar o percurso de aproximadamente 145kms:
-saída bp de loures ás 8.00
-alverca-vila-franca pela e.n 10
-á drt para o porto-alto
-em frente até á rot. de pegões
-a partir daqui já com cerca de 90 kms feitos começam os topos.
-rot. á esq. em direcção a vendas novas
-em frente até montemor-o-novo(quanto a mim a parte mais dificil e selectiva do percurso,já com 120kms feitos)
-finalmente os "restantes" kms aonde as forças já vão escassiando e onde vamos ter ainda que enfrentar duas ou tres rampas mais teimosas
-fica já assente que mesmo que por alguma razão o grupo se separe o mesmo voltará a juntar-se na paragem em frente ao feira nova cinco kms antes de évora.
espero sinceramente que seja uma tirada proveitosa em termos de grupo, com alguma animação lá mais para os últimos kms.
pela minha parte ajudarei no que me for possivel.
um abraço grande
JACKIE DURÃO

Anónimo disse...

Boa volta, nesse percurso até Évora. Não sei se existem troços onde se tem de andar a pé … mas, se existirem … tenham cuidado com a malta que tem vindo fazer giros de pneu com cardos! Os gajos são mesmo muito bons nisso!! Têm treinado essa “técnica pedestre” afincadamente! Eh, eh!

Ricardo Costa disse...

Eh lá, Pintainho! Por isso é que estava a achar estranho ainda não ter lido nenhum comentário sobre a famigerada ida à Serra do Socorro. Não me digas que os «nossos» não honraram a classe?! Para a próxima vai a élite! ;)

P.S: Como é que é, contam ou não. Acima de tudo gostaria de saber a dureza da subida

Abraço