domingo, março 19, 2006

Um domingo... diferente!

Estava longe de prever terminar a semana em Montejunto. Mas são assim as partidas do tempo e do nosso amigo Freitas. Os últimos dias foram de impiedosa intempérie e estava convicto que hoje só um verdadeiro milagre demoveria S. Pedro de prolongar a sua ira. Apesar de o dia ter nascido enganosamente ensolarado, por precaução reservei um bolso para o impermeável. E fiz bem, porque mal pus o pé fora de casa o céu cobriu-se de nuvens negras e em Vialonga já chovia torrencialmente. Antes de me cobrir de plástico já estava conformado de que iria ser mais um dia de pinto. Mais: a bátega foi tal que não deu para ficar com pinga de dúvida.
Encharcado e atrasado, detive-me à entrada do Tojal perante os sinais de luzes de uma conhecida carrinha de transporte de produtos, perdão, de medicamentos urgentes. Ao volante, o Freitas. Destino: Montejunto. No início pensei que ainda estaria a sonhar, mas com a água fria que me chegava ao corpo vi logo que não. «Então e a malta? Não iamos para Runa?», perguntei. «Estão nas bombas, alguns. Mas vão em direcção ao Sobral. Para apanhar chuva, pelo menos que faça alguma coisa de jeito», respondeu com cara de enfado. Fazia sentido. Todavia, chuva, vento e dor não fazem o cocktail mais apetecível. Reconheço que tive alguma (grande) renitência em aceitar a ideia, mesmo sabendo que as oportunidades para treinar em Montejunto não são frequentes, ainda para mais (bem) acompanhado. Mas naquele estado as alternativas não eram muito melhores, e por isso lá fui sentado no banco revestido a panos de desenrasco e com a ventilação no quente. A meio caminho, a coisa esteve muito mal parada, quando começou a cair da grossa na variante de Alenquer – que nos fez recordar aquele dia terrível do acidente do Miguel. E a visão sobre a serra era aterradora. No entanto, caiu forte, mas durou pouco. E o sol, embora timidamente, pôs-se sorridente.
Próxima paragem: Abrigada. Parque de estacionamento da escola secundária, ponto de partida para a jornada que se avizinhava… dura. Direcção: Espinheira e Cercal, para atacar a montanha por Pragança – por onde gosto mais! Até lá, ficamos (ou fiquei?!) a saber que até à subida propriamente dita o trajecto não é fácil. Topos e mais topos tocados a vento, que – nessa altura ficou evidente – soprou de cara ao longo de toda a subida, tornando-a ainda mais difícil por ter inclinações muito acentuadas. Foi, por assim dizer, uma subida sofrida, por não ter tido possibilidades de «meter» rotação (quase sempre sem passar das 60 na rampa dos 15% e na parte final depois do quartel). O ideal para mim é 80-90. Mesmo assim, o «crono» final foi razoável.
Nota ainda para a boa subida realizada pelo Freitas, que preferiu ir no seu «passo» logo de entrada, mas manteve-se sempre a distância curta, chegando ao alto com menos de 1 minuto de atraso.
Meia volta ao cavalo e nova subida, agora por Vila Verde dos Francos, a única vertente a favor do vento. Agora, tal como sucedeu há algumas semanas, quando aí estive a treinar sozinho, o «elan» foi muito superior. Boas sensações para a época (ou seja, sem deslumbrarem), possibilidade de fazer alterações de ritmo e sem aquele sintoma nada animador de «quando é que é que isto acaba!».
O Freitas voltou a optar por subir no seu ritmo, mas terá pago o esforço da primeira subida (aliás, fiquei com essa ideia logo que o vi chegar após esta), e foi sempre em perda até ao alto. Assim, no final, a diferença foi bastante maior (cerca de 4 minutos).
Cumprida a pesada pena a que nos submetemos regressámos à base, voltando a enfrentar os topos e… o vento forte a partir da Espinheira. Mas pelo menos não voltou a cair pingo de chuva. 80 km às voltas por Montejunto: um domingo, de facto, diferente e inesperado!

13 comentários:

Anónimo disse...

em dia de intempérie porque não adicionar um "pouquinho" de sofrimento para que a manhã fique completa. dito isto fiz-me á estrada na "melhor" companhia possivel para este tipo de estravagancia, visto ser apenas o primeiro de muitos dias de subidas acho até que correu melhor que as expectativas, naturalmente quando as subidas são feitas a um ritmo superior ao meu as diferenças são abismais (em rotação e não em força), por outro lado a finalidade da coisa era fundamentalmente tentar passar nas subidas o melhor possivel, mas creio que isto melhora com a continuação.
agora gostava de saber como correu a volta do pessoal que estava nas bombas(passo o termo BP). para a semana mantém-se o programa de festas previsto.
um abraço
JACKIE DURÃO

Anónimo disse...

Olá "Trepadores", boa noite.
A manhã não podia ter sido melhor. Saímos em direcção a Alverca (grande pazada de água!!!), "subimos" para a Arruda e depois para o Sobral.
Uns fizeram treino de força utilizando andamentos pesados a baixa rotação e outros tentaram não se atrasar/descolar!!!.
Os "Bravos" do dia foram: L-Glutamina, Fantasma (os Homens estão em forma), Abel, Zé Pai e Filho (muito gozo me deu poder disfrutar da compania do meu neste dia especial!), 1 grd ab a todos os "Pais".
Subimos para o Forte do Alqueidão e nos ferros velhos vimos o Carlos do Barro em sentido contrário num passo fantástico...e não seria para menos...a descer mal conseguiamos dar + de 30Km/h tal era o vento por isso para cima ele ía aquela velocidade! Ainda exclamou: "já de volta" só não deve ter reparado como íamos molhados...!!!
Eu e o Fantasma virámos para a Tesoureira e os outros 3 seguiram para Bucelas e Loures.
Passagem ainda pelos Casais da Serra, Lousa e Loures.
+ 1 dia de diversão. +/-74Km num passo moderado e sem excessos a ajudar a recuperação de Évora e a preparar a próxima tirada.
Vimos o Nando na BP, ía trabalhar...azar o dele!

Ainda Évora,
Não tive oportunidade/tempo para fazer o meu comentário mas gostava de agradecer os elogios que me foram feitos...de facto depois de só ter andado no dia 19Fev e depois fazer 140balas tem a sua dose de...dor/coragem/ferida entre pernas, etc...(que ainda cá estão...!!!).
Enfim, mas o gozo é muito e quando tudo corre bem ficamos com esta boa sensação de ter cumprido. Eu estava preparadao psicologicamente para o que ía passar e sinceramente não me custou assim tanto. Obrigado ao Nuno pela companhia, pelas conversas e pelo minimizar do empeno!

Ah , é verdade, o João também saiu de BTT para a Expo não perdendo a oportunidade de se gozar deste dia de "Primavera"..."ai tanta dor"!!!

1ab e boas pedaladas,
ZT

Anónimo disse...

Olá pessoal do pedal.
Ricardo, a Clássica do próximo fds é a do calendário ou faz-se a que não foi feita???
Morales, tá a correr? Os Duatlos/Triatlos começam o mês que vem!

1ab,
ZT

Anónimo disse...

quando é que é o próximo feriado?
acho que é boa ideia realizar a clássica que ficou para trás, aproveito para dizer que quinta e sexta estou de férias, quem estiver disponivel para ir treinar de manhã é favor acusar-se.
um abraço
JACKIE DURÃO

Ricardo Costa disse...

Oi ZT. Em princípio, realiza-se a Clássica que está prevista no calendário, a do Reguengo, para não alterar o calendário. Penso que assim é mais correcto, ponderando-se a realização da Clássica de Runa (não disputada este fim-de-semana) noutra data em que não há nada marcado (ou para um próximo feriado a meio da semana). A Clássica do Reguengo é quase toda plana, mas tem um percurso bastante agradável e pitoresco. Esperemos que o tempo ajude!
Entretanto, já te sentes melhor? Estás de volta aos treinos? Se estiveres disposto a aceitar o repto, porque é que não apontas como objectivo a ida a Fátima, que será precisamente daqui a um mês? Seria interessante encarar essa super-clássica com ambição - depois da boa experiência de Évora. Além disso, tem percurso mais exigente e será ainda mais rijamente disputada que a de Évora, pois alguns elementos vão estar certamente em muito melhor forma, caso do Miguel ou do Nuno Garcia. E todos os outros, que têm dado boas indicações, nessa altura terão ainda mais rodagem. Além disso, estou a precisar de um co-equipier de grande nível (atenção: não para trabalhar para mim, mas mutuamente!) Que dizes? ;)

Abraço

Anónimo disse...

Olá a todos,
Jackie, dá-lhe com força para dares festival no Domingo! Para quem gosta de ciclismo é sempre agradável ver as sapatadas que dás encetando as fugas (possíveis) e animando as tiradas, mesmo que para isso os outros(tipo...Eu!!!) fiquem para trás nesses teus arranques "à doida"!
Ricardo, concordo com o cumprimento do calendário e quando acontecerem as situações como as deste fds, repete-se a Clássica em falta na 1ª oportunidade, entenda-se, feriado, ponte, etc...
Quanto às tuas "questões" quero dizer-te que "Sim", estou novamente a treinar, ou seja, nadar/correr (para já todos os dias) e vou tentar andar de bike aos Sábados/Domingos.
Estou a apontar para fazer o 1º Triatlo (1,5Km de natação, 40Km de bike, 10Km corrida) a 23Abril.A propósito, qual é a data de Fátima?
Penso que tens razão, nessa altura estarão todos a andar +, lote onde me espero incluir!
As tiradas planas não me seduzem e desejo vivamente aparecer melhor com o evoluir do ano e do acidentado do terreno. Sem dúvida que as minhas melhores performances são em terrenos com subida.
Resta-me agradecer considerares que posso ser 1 co-equipier de grande nível mas como sabes eu ando de bike ao fds e isso tem as suas limitações...não obstante, posso garantir que com o aproximar da época de Duatlos/Trialos a motivação aumenta e naturalmente que vou dar o melhor de mim para estar a bom nível nos próximos meses! Também eu fico a aguardar com curiosidade para ver o que consigo fazer nos pontos chave da época...

1ab e boas pedaladas,
ZT

Ricardo Costa disse...

Caro Durão, podes contar comigo. Todavia, amanhã é mais apertado, porque às 7h30 tentarei já estar na estrada já que às 10h30 (em ponto!) tenho de estar em casa.
Mas na sexta-feira tenho quase todo o dia por conta do ciclismo. Proponho partilharmos cerca de 5 horas de (bom) sofrimento, que tal!? Não é propriamente um convite apetecível, mas será escusado dizer-te que são estes tratamentos de choque que nos fazem ficar mais... durões. Acredita, no dia 20 de Maio, quando virares à esquerda no cruzamento do Santuário de Covadonga, irás lembrar-te de todo este «sacrifício»!

Abraço

Anónimo disse...

olá Amigos,

Estou com vontade de vos dar uma tareia. Mas apareçam é a horas, pois a hora muda no domingo.

Um abraço

Tinôt

Anónimo disse...

amigo zé-tó infelizmente a data de fátima é coincidente com a do triatlo (23 DE ABRIL), mas haverá por certo mais oportunidade de testemunhar a tão desejada subida de forma e quem sabe talvez até o adicionar de mais um valioso "guerreiro" ás nossas batalhas domingueiras.por outro lado as coisas parecem estar a querer aquecer para a clássica do reguengo, veremos se finalmenteos nossos amigos mostram as garras.
um abraço
JACKIE DURÃO

Anónimo disse...

O Reguengo inicia o lavar dos cestos para os grandes roladores. A partir da próxima semana, poucas mais hipóteses terão de mostrar serviço. Então chegará a hora de reunirem em «grupetto» e deixar as cavalgadas para os que se poderão chamar de todo-o-terreno. Ver-se-ão as unhas que mais se afiaram durante estes primeiros três meses do ano. E quem não se lembra da última volta de Sintra? A reedição é já daqui a 15 dias, e penso que haverá certas contas a ajustar!

Alessandro Patacas

Anónimo disse...

Então resta-me esperar pelo aproximar da data e decidir qual é o maior desafio...Triatlo vs Clássica!
Ainda bem que o Reguengo é o início de uma nova fase...!!!
Eu lembro-me da última volta a Sintra...fiz "pódio"...ahahah!

1ab e boas pedaladas,
ZT

Ricardo Costa disse...

Nem mais, ZT! Embora tendenciosa, a minha opinião é que preferisses a Clássica, preparando-a em grande estilo. Ou seja, para a batalha que se avizinha após a... Batalha! A concorrência será forte, certamente!
Em relação a Sintra, o que recordaste só pode servir de incentivo. Mas também aqui, com mais certeza, a concorrência vai estar melhor!

P.S. Procura-se ciclista-navegador, que foi visto pela última vez hoje de manhã a navegar à bolina lá pelos lados de Torres/Cadaval. A quem souber do seu paradeiro, solicita-se que entre em contacto urgente com a capitania de S. Roque (Loures), o porto seguro mais próximo, e onde costuma acostar a sua embarcação construída integralmente em carbono. Que dia!!

Ricardo Costa disse...

Eu conheço a Arrábida, principalmente a vertente da cimenteira, que é bem exigente. Fazia 3 vezes o seguinte circuito: deixava o carro na Figueirinha, depois ia em direcção à cimenteira, subia, descia pelo Convento e regressava à Figueirinha. Sempre neste sentido. São voltas de aprox. 25 km.
A subida cimenteira tem partes bem duras, nomeadamente a longa recta final bastante inclinada, que parece não acabar, e duas ou três curvas em cotovelo a fazerem lembrar... o Alpe d'Huez! Além disso, a paisagem é lindíssima sobre a baía do Sado, e à medida em que se vai subindo torna-se verdadeiramente arrebatadora.
Gostava de lá voltar.
Mas tens razão Miguel, Montejunto por Pragança e Abrigada é mais difícil; por Vila Verde dos Francos talvez não. A subida da cimenteira tem cerca de 6 km não é? E que percentagem média? Para aí uns 6,5% ou mais, não? Com vento, ai, ai!
Já agora, pergunta ao teu co-equipier como é que se saiu hoje de cara ao vento pelo Sobral, Mata e Ribas acima!

Abraço