segunda-feira, abril 16, 2007

Moderado... mas não para sempre!


Em Loures, à partida para a última volta domingueira, o sr. Zé (pai do ZT) despediu-se do pequeno mas bem composto grupo de ciclistas que se fazia à estrada com um arrepiado: «Hoje vai ser batido o recorde da média!». Entre habitués, algumas baixas de vulto, considerando que o percurso era quase integralmente plano, o minipelotão estava bem recheado e fazia sentido aquela previsão.
Todavia, não se confirmou! O andamento foi quase sempre moderado e não teve houve grandes oscilações. Mas não se pense que a média não foi respeitável, acabando acima dos 31 km/h. Nada mau, mas, ainda assim, aquém dos augúrios do sr. Zé.
O grupo foi quase sempre conduzido «à parelha», em regime de endurance médio, a espaços médio-alto, e só se andou bastante depressa quando o grupo de triatletas (que começa a ser companhia frequente nas voltas ribatejanas) nos interceptou já no regresso (iam em sentido contrário, na zona de Vila Nova da Rainha, e rapidamente fizeram inversão de marcha, juntando-se a nós).
A partir daqui, o figurino da tirada alterou-se. Os novos inquilinos não se fizeram rogados a tomar o comando das operações, sempre sob nossa vigilância apertada. Com a aproximação ao Carregado, a tensão aumentou a olhos vistos e uma passagem musculada (a única do dia, para mim) sobre o viaduto do Campera acicatou ainda mais os ânimos. As cautelas no cruzamento do Carregado foram apenas um ligeiro hiato na correria, pois, imediatamente a seguir regressaram as hostilidades, desta vez fomentadas por um dos nossos: a mais recente «contratação», o possante amigo do Abel. Teve o mérito de surpreender o pelotão e logrou adiantar-se algumas dezenas de metros, mas teve companhia. O grupo perseguidor, sempre sem perder unidades, fez um compasso de espera, mas logo se lançou no encalço dos fugitivos, que foram absorvidos rapidamente. A partir daqui, sentiu-se que não havia mais permissão a aventureiros. Na condução do grupo, um jovem Esperança da equipa Fonotel, revezando-se com o mais espevitado dos triatletas, mas sempre com o Freitas e o Jony em apertada marcação.
Assim, galgaram-se quilómetros e chegava a hora de medir forças no tradicional sprint de Vila Franca. Os dois Liberty (equipamento comum ao Freitas e ao Jony) tomaram conta da ocorrência e dominaram a concorrência a seu bel-prazer, com o Freitas a lançar e o Jony a culminar, com esmagadora superioridade, um trabalho de equipa (a dois) muito eficaz. Os restantes limitaram-se a esboçar a reacção. Aquela capacidade de explosão, para mais, beneficiando de tão bom lançamento, garantidamente só está ao alcance de «sprintosos» de altas andanças.
Aliás, com esta demonstração de força, e com o Fonotel a dar a volta ao cavalo à saída da cidade, não restaram condições para mais desafios. E assim rolou-se até Alverca e depois, a três, para Sacavém e regresso. Na minha contabilidade pessoal: 165 km.
P.S. No regresso de Sacavém para Alverca, na companhia do Jony, somos surpreendidos ao avistar o Salvador, em sentido contrário, a fazer-se ao topo da fábrica da Robiallac. Ele que não alinhara à partida e cujos motivos da ausência foram então questionados. Ali estava ele, sem capacete, rosto marcado pelo esforço, à procura de uma réstia de forças para continuar. Uma visão dantesca, de um empeno monumental. O que se terá passado? Por onde terá andado? Ainda não se conhecem respostas...

3 comentários:

Anónimo disse...

Sou um leitor assíduo deste Blog sensivelmente desde Fevereiro, altura em que conheci um Senhor de nome Abel que me pediu para vir aqui dar uma espreitadela, lá fui lendo todas as semanas este espaço de culto a ciclistas, desportistas, etc., de leitura fácil e contagiante, juntamente com o Sr. Abel a dar mais ênfase ao que estava a ler, contando as aventuras deste grupo fantástico, lá me fui entusiasmando…
Rapidamente me juntei ao Sr. Abel com a minha bicicleta de montanha (adquirida á um mês) para o acompanhar a casa (rapei forte para ir com ele), dado que ele tinha começado a vir para o trabalho as 3ªs e 5ªs de bicicleta e eu mal treinava (só ao fim-de-semana), fizesse chuva ou não, lá íamos nós com as luzes para a noite, saíamos por volta das 19h (na hora antiga, portanto já era noite) com o Sr. Abel já com 34km feitos de manhã e um dia inteiro de trabalho em cima das pernas, sempre com a boa disposição que o caracteriza (sem falar no bigode), e sempre pronto a ensinar o que sabe.
Na semana a seguir um colega de trabalho, que infelizmente teve de largar este tipo de modalidades devido a problemas de saúde, disponibilizou-me a sua CAAD4 que há 8 meses que estava parada, o Sr. Abel preparou-a como só ele sabe, e lá fui eu montado numa bicicleta porreira para o acompanhar até casa e vir novamente até Torres Vedras (+/- 46km). Adaptei-me bem à montada e senti-me a subir de forma e a descer de peso controladamente, ou seja, em Fevereiro encontrava-me com ~97 kg e neste momento estou com os 87 kg, sempre seguido da sabedoria do Sr. Abel. Faz nesta altura também 2 meses e meio que o acompanho nos treinos semanais.
Ia sempre lendo este blog semanalmente, aguardando a sua actualização com as peripécias do último Domingo, imprimindo as folhas logo de seguida para dá-las ao Sr. Abel, que as lia com um entusiasmo que só visto mesmo. No dia que saiu a crónica intitulada de ‘’ O ««Grande»» Abel! ‘’ foi no dia que o vi a soltar uma lágrima, perante o reconhecimento reconfortante do grupo que o acolhe todos os Domingos, em que ele tem uma estima que as palavras não conseguem expressar.
Montejunto foi o dia que resolvi encher-me de coragem e ir conhecer alguns dos fantásticos do grupo, e realmente conheci pessoal muito porreiro, com um gosto pelas bicicletas singular e uma boa disposição que também me contagiou, o saldo foi um empeno porreiro, mas com alegria…, e sobretudo querer melhorar as minhas performances para tentar numa próxima vez tentar acompanhar mais.
De semana no trabalho, o Sr. Abel deu a ideia de eu arranjar um quadro a minha medida, e ‘’revolvendo’’ a loja lá encontramos uma bicicleta porreira para mim, só que a bicicleta tem uma história, foi a 1ª Cannondale a ganhar uma Volta a Portugal e foi ganha pelo Victor Gamito quando corria com o patrocínio da Bicigal, prometi ter cuidado e dar bom uso a ela dado que ela está também para venda. Preparada e afinada pelo Sr. Abel decidi ir dado que era a rolar e nunca tinha feito tantos km de seguida, fui um pouco a medo, mas com os km´s percorridos apercebi que me estava a sentir bem, e até podia dar um pouco mais de mim, esta insegurança toda vem um pouco por desconhecimento das minhas capacidades, que aos poucos vou forçando controladamente…, continuando por falar na volta deste domingo, foi uma volta extremamente agradável, companhia porreira, e um pouco de adrenalina entre o Carregado e Vila Franca que me deu um gozo enorme não vou negar. Escrevi estas linhas um pouco para me conhecerem melhor e para vos dizer a forma como os conheci e que concerteza irei crescer com vocês em muitos aspectos.

Obrigado e até uma próxima vez.

Henrique Santos a.k.a Chuo

Ricardo Costa disse...

Camarada Henrique (ou preferes que te tratemos por a.k.a Chuo?) sê bem-vindo ao convívio do grupo.
A tua integração dificilmente poderá ser mais fácil, pois reúnes três dos maiores requisitos para o fazer: bom espírito de camaradagem, força física e vibrar com momentos de picardia.
Honra essa «bike»! E até domingo!

Anónimo disse...

Olá Ricardo, obrigado pelas palavras e concerteza estarei este domingo com vocês.

Cumprimentos

Henrique