terça-feira, maio 15, 2007

Oeste sem calmaria...


Ao terceiro fim-de-semana, não houve Veteranos, mas nem por isso se fez calmaria. Aliás, essa toada não entra no léxico dos Pina Bike. No domingo, até existiam algumas «limitações» entre os habituais instigadores de cavalgadas: eu acordei com más sensações – provavelmente devido a mau descanso, no sábado, do treino forte de sexta-feira, em Montejunto, que o vento inclemente só piorou. Enquanto o Freitas e o Jony ressacavam de uma maratona de 200 km realizada na véspera, na lezíria ribatejana.
Assim, quem assumiu o protagonismo foi o Carlos, capitalizando a ascensão de forma, que já demonstrara em Fátima. No primeiro momento de intensidade, a subida para a Venda, meteu andamento de respeito sem pedir licença e foi até ao fim...
E não se ficou por aí: mais tarde entrou destacado na subida de Catefica (saindo, como quis, do grupo que se tinha adiantado desde Vila Franca do Rosário) e só à custa de enorme esforço foi possível alcançá-lo – ainda assim, já mesmo no alto. Foi um dispêndio de forças desaconselhável para quem não estava com os músculos viçosos.
Mas o Carlos fez mais: voltou a tomar o comando em S. Pedro da Cadeira (depois de o Jony ter «metido» bom andamento desde Torres), passou firme na subida da Encarnação, impondo um ritmo que fez selecção muito restritiva no pelotão, e só cedeu nas primeiras rampas da Picanceira.
Então, o Freitas rendeu-o na liderança e parecia, na parte mais dura (inicial) da Picanceira, querer repetir a superior exibição de Março, naquele mesmo local. Todavia, as pernas não eram as «mesmas». Arrisco dizer que não só devido ao cansaço dos 200 km da véspera, mas também pelo desgaste acumulado em Catefica e entre S. Pedro da Cadeira e Encarnação. Porque também o senti no corpinho...
Assim, acabou por sucumbir à minha alteração de ritmo (que nem foi forte) ainda naquela parte da subida, o mesmo sucedendo ao Carlos. Ainda mais estranho foi o facto de a quebra ter sido, naquele momento, bastante acentuada.
Quem resistiu em pleno foi o Jony, a demonstrar maior capacidade de recuperação do esforço da longa tirada da véspera. De resto, não se satisfez em ir na minha roda, e muito bem o fez, expondo-se a igual desgaste. Mas ele não quis que o ritmo continuasse alto e convenceu-me... facilmente. Lá atrás, o Freitas trabalhava arduamente para recuperar, conseguindo-o mesmo antes do topo da Barreiralva, trazendo o Carlos na roda. Quando «entrou», passou imediatamente para a frente (nova manobra estranha nele, mas elogiável). Porém, naquele topo, ambos acusaram o esforço da recolagem e não conseguiram responder à aceleração do Jony, fundamental para provocar nova separação.
Depois disso, parou e eu passei imediatamente para a frente, ganhando ligeira vantagem – com a sua total permissão. Foi necessária a voz de comando do Freitas para que ele não enjeitasse a possibilidade de seguirmos e de, assim, cavarmos mais o fosso. (Mesmo contra si, o Freitas fez o que lhe pareceu certo, e que, mais uma vez, foi de enorme desportivismo) As suas palavras foram bem audíveis: «Vai à roda, vai à roda, já passou o pior, agora não largas mais!». Foi mesmo e ganhou importante estímulo à auto-confiança.
Juntou-se a mim e acabámos por nos revezar na frente para não sermos alcançados até à Murgueira – não sem que os perseguidores tivessem batalhado bastante (pelo vistos, quase exclusivamente o Freitas) para que tal não acontecesse...
De resto, o mérito do Jony não se resumiu à Picanceira. Teve-o, bastante, como referi, na condução do pelotão, contra o vento e a bom ritmo, entre Torres e Ponte do Rol.

Quanto ao Carlos, apenas um aviso à navegação: cuidado com ele, no próximo domingo, em Montejunto!
À saída da Murgueira, o Fantasma foi porta-voz da vontade do grupo e pediu tréguas até casa... e respeitou-se.

Os restantes provaram também muito boa condição física: o Fantasma tem tudo para fazer uma óptima prestação na Maratona de Mafra; tal como o Steven, que continua no bom caminho. O Polícia, o João, o Salvador e o Zé-Tó (que chegou no terceiro grupo à Murgueira, com o Fantasma e o Steven) idem.

Igual a si próprio: o grande Abel, obviamente! Aliás, ontem voltou a ser exemplo citado: desta vez, para justificar porque é que o Zé e o Carlos não tiveram motivos plausíveis para, na passada semana, terem encurtado caminho depois de Carmões, com receio da «companhia». O Abel esteve sempre presente! Renunciar é palavra que não conhece!
P.S: No gráfico (clicar em cima duas vezes para aumentar), o último «pico» é o Cabeço da Rosa (pela Quinta da Romeira), e não o regresso a Loures.

17 comentários:

Anónimo disse...

Bela jornada a de Domingo!
Depois de tanto me cortar ao longo da tirada lá consegui na Picanceira seguir na roda dos poderosos do pelotão nacional (n esquecer q 1 deles tem o dobro dos Kms e o outro tem o triplo!!!) mas será tarefa a repetir mt poucas vezes pq o sofrimento é exagerado, a diferença de treino é imensa!
Ricardo, qual é o percurso da volta do próximo Domingo a Montejunto?

1ab e boas pedaladas,
ZT

Anónimo disse...

Zé Tó, o que é que queres dizer com essa conversa? Será que és um fenomeno.
Se tivesses o triplo dos Km serias o novo Armstrong...

Ricardo Costa disse...

Percurso da Clássica de Montejunto-1:

Loures-Tojal-Bucelas-Forte de Alqueidão-Sobral-Freiria-Merceana-Freixial do Meio-Atalaia-Vila Verde dos Francos-Montejunto.
O regresso é pelo caminho inverso.

Distância total: 110 km
Distância até ao início da subida: 47 km

Anónimo disse...

Fenomeno não sei. Nem toda a gente tem tempo para poder treinar bem. E ainda para mais falam e não têm coragem para admitir quem são.

Homem da peixaria.

Anónimo disse...

HA HA HA!!!


Homem do Talho

Anónimo disse...

Quando se quer arranja-se tempo.
Até no Lidl se vendem luzes para a Bike.
Ai se eu.... ai e tal...talvez se...

Homem do Hipermercado

Anónimo disse...

Já agora, alguém se lembra do que se passou nesta volta de Montejunto em 2006?

Está na hora de eu voltar a ver meter «internacionais» no bolso!

Em Fátima, já foi um a ficar nas covas. Quem se seguirá!?

O verdadeiro Homem do Talho

Anónimo disse...

( MAIS UMA DICA )E SE ESTÃO RECORDADOS PARTIREI NO MESMO SITIO E QUEM TIVER PERNAS QUE VENHA COMIGO ATÉ AS ANTENAS

Anónimo disse...

Lá porque cada vez mais estás perto dos internacionais, e andas com eles a combinar tacticas, não deves andar ás bocas e a dizer que os outros são o Armstrong...

Homem da Peixaria

Anónimo disse...

Ei, o peixeirada eu treino o mesmo que tu e queres medir pulso estou a tua discrição

Anónimo disse...

Esta etapa já ferve, já está ao rubro a 2 dias ...
Mas tenham calma e deixem o peixe e a carne toda derretida no asfalto da subida para as antenas ...
eu vou tentar estar presente (se conseguir levantar-me da cama!!!!) para seguir com o grupo até Bucelas... (é até aonde devo conseguir ir na roda...)

Um Abraço a todos e até Domingo ás 8:30 na BP
Pedro Fonseca (o mangas...não o mancas ou o tangas OK!!!!)

Anónimo disse...

Oi, oi, oi, não confundam as coisas. Cada «macaco no seu galho». Não percam tempo em manobras de desestabilização. Quem treina muito deve ter objectivos a condizer. Quem treina pouco, não se deve meter em bicos de pés. E tanto uns como outros não devem dar ouvidos aos «incendiários».
A minha aposta é que no domingo vai cair outro (ou outros) dos ditos inalcansáveis. E até podem cair todos... Carlitos agarra-te a eles!!!!

Homem do Talho

Anónimo disse...

Aguardo com espectativa pelo resultado. Qual dos três chegará ao topo na frente? Deixarão um out sider fugir e ficarão na marcação individual? Será que o sprinter melhorou na montanha a ponto de fazer a diferença? Ou o calculismo e o pulso do rotativo e poupadinho vai continuar a fazer estragos? Ainda temos o "pirata", longe do pirata original, mas que também se recusa a deitar a toalha ao chão.
A não perder no domingo, numa montanha perto de si.

Anónimo disse...

Malta, caiam na real. O único que na montanha pode ir com o Ricardo é o Nuno Garcia dos melhores dias. Ficaria surpreendido pela positiva se o Freitas resistisse, apesar dos progressos em subida. Mas penso que Montejunto é demasiado selectivo e ainda não chega a ponto de aguentar o «pulso» e o «calculismo» do Ricardo.
Mas os restantes aspirantes podem aproveitar, e é isso que gostaria de ver!

Também estou ansioso pelos resultados.

Anónimo disse...

A coisa promete!...
Que pena não estar lá para os ver ir...e só atacar na descida de regresso.
O segredo está em não ter "medo" de atacar; Se não se colocarem na expectativa a olhar uns para os outros à espera de quem se exponha ao desgaste mais cedo, aí sim será uma etapa gloriosa! Quanto mais cedo se provocarem desgastes, menor será a possibilidade de haver surpresas.
Que pena o Garcia não estar presente! Se aparecer é naturalmente candidato!
Onde é que tu andas companheiro?
Por certo a comer pó nas maratonas do trilho...

Boa jornada e atenção aos VAMPIROS no início da volta...

Podem beber/tomar TUDO menos ÁGUA!...

Por volta das 16h00, espero que de domingo...já estarei em condições de saber quem é o PIOR dos MAUS !!!

AB e SAUDAÇÕES LEONINAS!!!

Ricardo Costa disse...

Obrigado pela confiança depositada em mim (em comentário anónimo), porém, o meu objectivo principal é fazer a «minha» subida, e se possível (e o vento ajude também) fazê-la num tempo muito próximo dos 27 minutos. Há pouco mais de uma semana, fiz 27.30, e se baixar 15/20 segundos ficaria satisfeito.

Por isso, provocar desgastes antes da subida não me preocupa, nem está nos meus planos. Preocupa, isso sim, é o meu desgaste antes e durante a subida. Mas o Fantasma tem razão, se não houver desgastes acentuados, os trepadores são levar vantagem!

Anónimo disse...

Nem mais, ó campeão! Vais precisamente ao encontro do que eu já disse. O andamento de poupança para o Alqueidão e daí em diante até Vila Verde vai favorecer os que sobem melhor em montanha, tal com as marcações pessoais já em Montejunto. Quem lançar a cartada certa, no momento certo, pode ser feliz. Mesmo sem esperar.
Quanto a ti, Fantasma, acertaste na muche! Boa sorte em Mafra

Homem do Talho