terça-feira, março 03, 2009

Santarém 2009: a crónica

Santarém, a primeira grande clássica da temporada 2009, superou fortemente as expectativas, demonstrando, desde já, inesperada adesão, de dentro e de fora do grupo Pina Bike, a esta nova série de voltas domingueiras com características especiais, mais exigentes, que nos propusemos a cumprir ao longo deste ano.
Foi um pelotão muito bem composto – com mais de três dezenas de ciclistas – que se fez à estrada, partindo de Loures a caminho da capital escalabitana, por percurso de 155 km quase sempre plano e com as (poucas) dificuldades reservadas para a segunda metade. Pelotão bem composto, não apenas pelo número de unidades, mas também pelo nível qualitativo, integrando estreante conjunto de «outsiders» proveniente de Pêro Pinheiro e outros mais assíduos este ano, defendendo as cores de Negrais, que vieram a revelar categoria apreciável, contribuindo com competitividade e sã camaradagem para o sucesso do evento. Uma agradável surpresa, que deixa antever novas oportunidades de encontro.
O andamento nos primeiros quilómetros foi ligeiramente superior a 30 km/h, sempre em pelotão compacto, cumprindo-se a ligação a Vila Franca de Xira sem sobressaltos. A passagem pelo empedrado também não trouxe mexidas, tal como a travessia da ponte Marechal Carmona e todo o longo trajecto que nos levou a Santarém, por Porto Alto, Samora, Benavente, Muge, Benfica do Ribatejo e Almeirim. Moderação e andamento certo, apesar de, gradualmente, ter aumentado (Benavente-Muge: 35 km/h; Muge-Almeirim: 37 km/h) com a aproximação à primeira dificuldade de relevo do dia: a subida das Portas do Sol (1,5 km a 4,7%).
Na primeira metade da ascensão meti o ritmo, fazendo alongar o pelotão e criando na frente a selecção dos mais fortes. No entanto, foi o Paulo Pais a «mexer» com o alinhamento, acelerando em acção que obrigou os «galos» a cerrar fileiras. O primeiro grande esforço da tirada permitiu, acima de tudo, retirar azimute à capacidade de uns e outros. Conclusão: muitos demonstraram tê-la! Mais do que (eu) esperaria.
Após a neutralização em Santarém, para reagrupamento – perdão, para alguns aproveitarem para (des)reagrupar, antecipando a saída... –, partiu-se para a derradeira fase da jornada, que se previa (e confirmou) ser a mais exigente e rijamente disputada.
Um furo antes de Vale de Santarém refreou o ímpeto, obrigando a um compasso de espera. Mas só durante alguns minutos, ainda a tempo de se atacar a fundo a curta subida que atravessa a localidade. Tomei a iniciativa mais uma vez e o pelotão voltou a estirar-se, embora longe de acusar desgaste, pois, na aproximação ao topo, sucederam-se os golpes e contra-golpes, sempre com resposta eficaz do grosso da coluna.
Por estas alturas, o Jony e o Freitas mostravam-se bastante activos, partilhando uma ou outra situação que colocou a cabeça do grupo em estado de alerta. A movimentação mais vistosa e consistente, fez o Jony na rampa à saída do Cartaxo, tendo, pela primeira vez, deixado, sem capacidade de resposta imediata, todos os restantes. Todavia, não teria seguimento e o figurino manteve-se como até aí: pelotão compacto, algo desgarrado e sem ritmo certo e duradouro. Creio que excesso de ansiedade e alguma desconfiança por desconhecimento no seio do pelotão principal teve influência no normal decurso da tirada, não se justificando tantos temores quando ainda faltavam tantos quilómetros.
Entre esticões e picardias, lamentou-se uma queda aparatosa, felizmente sem consequências graves para o acidentado, embora impedindo-o de continuar em acção, subindo ao carro de apoio. Entre Santarém e o Cartaxo rolou-se à média de 35 km/h – apenas razoável, mesmo considerando o constante sobe-e-desde do terreno e os constantes repelões do andamento. Do Cartaxo a Azambuja, fez-se 36 km/h.
Pouco antes de Vila Nova da Rainha deu-se o ataque que, considero, ter marcado um ponto de viragem na tirada. Mais do que poderá ter parecido. Deu-se, quando o Paulo Pais (após perguntar-me sobre o percurso que faltava...) desferiu um bom golpe que lhe permitiu isolar-se, levando o Freitas na sua roda, a responder prontamente. Estaria o autor da façanha com pretensões que a iniciativa durasse até final? Os dois ganharam metros com rapidez e obrigaram, pela primeira vez, as hostes no pelotão a agruparem-se na perseguição – a mais empenhada e a exigir cooperação até àquele momento.
Só por isso os fugitivos nunca tiveram mais de 200/300 metros de vantagem, sempre controlados, mas exigiram aos homens de Pêro Pinheiro e de Negrais que assumissem as operações, exibindo a sua organização.
O final da aventura do duo chegou à passagem pelo Campera, no Carregado. E foi seguido por novo ataque, agora do André e do Hugo (o baixo), de Negrais, que beneficiaram da desorganização gerada pela barafunda do trânsito e pelo cruzamento com a EN10, dentro do Carregado. Mais: ainda se deu a coincidência de por aí passar o tradicional grupo de jovens triatletas, no qual os dois fugitivos apanharam uma conveniente boleia.
Por esses motivos, cá atrás gerou-se algum nervosismo – desproporcionado para a situação, creio. Mas o Freitas e o Jony não estavam pelos ajustes, tomaram as rédeas e muito antes de Castanheira já tinham fundido (eu disse, fundido...) os dois pelotões. Entre Azambuja e Vila Franca: 35,5 km/h.
Na segunda passagem pelo «pavé» nada sucedeu, mas a chuva que começou a cair à saída da cidade dos «touros e toureiros» não arrefeceu os ímpetos. Pelo contrário, lançou definitivamente a tirada para a fase decisiva, e logo com a movimentação determinante que permitiu isolar o Paulo Pais, o Jony, o Filipe de Negrais e o Ruben. O quarteto ganhou paulatinamente vantagem sobre o já bastante reduzido pelotão, que às tantas pareceu resignado.
Face ao prolongamento deste cenário, chego-me à cabeça do grupo (onde já não estava há longos quilómetros – talvez desde o Cartaxo... protegido de uma toada que me desgasta bastante, principalmente em terreno plano: os esticões) e ouço reprimenda do Freitas pela minha falta de comparência em altura tão decisiva. Dizia-me, que perdera oportunidade única de entrar na fuga....que poderia ser certa! Num primeiro instante tratei de desdramatizar, respondendo-lhe, com convicção, que os fugitivos não iriam longe...
Mas os quilómetros que se seguiram demonstraram que quem estava certo era... ele! De tal modo, que, depois de Alverca vi-me na contingência de ter de assumir a perseguição, sabendo que estaria a expor-me a esforço que certamente pagaria. Até à rotunda de Sta. Iria, ao início da subida dos Caniços, o meu voluntarismo só tinha possibilitado manter a distância (que rondava os 30 segundos) para o quarteto (que ali perdia um elemento: o Ruben).
De qualquer modo, na abordagem à subida já tinha interiorizado que não haveria volta a dar: devia jogar tudo por tudo, tentando anular (ou condenar...) a fuga já naquele troço, correndo o risco (muito provável) de hipotecar possibilidades de disputar a parte final; ou apostar que o meu andamento pudesse também causar desgaste aos demais elementos do grupo. Resultado: aconteceu a primeira hipótese, mas, felizmente, não as consequências físicas tão nefastas que temia.
O Paulo Pais e o Felipe foram absorvidos no final da subida, e o Jony, que se tinha adiantado, foi «apanhado» algumas centenas de metros mais adiante, agora sob perseguição partilhada entre o «chefe-de-fila» de Pêro Pinheiro (bom atleta) e o Hugo (alto) de Negrais (idem) – que assim revelavam as suas ambições.
Novamente em pelotão (já não restavam mais de 10 elementos) compacto, ainda houve alguns ataques ténues, prontamente neutralizados. Até que, na abordagem ao topo do viaduto do nó da CREL (Variante junto ao Tojal) aproveitei a desaceleração do grupo e forcei o andamento pela esquerda, saindo em progressão mas sem sinais de resposta. Passando o «caroço», piquei para a descida que leva ao segundo topo e a nova descida para a Rotunda das Oliveiras (Tojal), ainda apercebendo-me de não haver iniciativa de perseguição.
Todavia, sabia que passar São Roque isolado ainda não garantia chegar isolado a Loures, mas quando me fiz, com réstia de forças, à subida para a rotunda do Infantado, soube que não iria ser apanhado.
Antes de chegar ao final, ainda «cumprimentei» alguns dos resistentes que se tinham despachado mais cedo em Santarém. O grupo chegou logo a seguir, em sprint desenfreado, com o Freitas à cabeça. Quiçá a antever o desfecho da próxima superclássica, a rainha da planície – Évora, no próximo dia 29.
Média final: 34 km/h

No próximo fim-de-semana, no sábado reitero o convite para uma saída bastante interessante, dura, como o próprio nome indica: Roteiro dos Muros.
O grupo do «Quebra-2009» já confirmou presença, que se justifica, para criar rotinas de subida... e sofrimento!
Local de encontro: BP de Loures
Hora: 8h30

No domingo, a volta de grupo é para o Gradil.

Informações detalhadas sobre estas tiradas, a partir de amanhã.

35 comentários:

Anónimo disse...

Se o empenado do Ricardo foi o primeiro a chegar se eu fosse ai coitadinho de vosses!

Anónimo disse...

Parabéns poupadinho.
Se o grupo pinabike anda assim tanto como está ai podem vir fazer umas corridas aos veteranos pois logo se vÊ se realmente valem alguma coisa.

Anónimo disse...

Pois até podiam desde que nos veteranos se toma-se menos.
Que bem vejo o que andam nos treinos e nas corridas.
Abraço ao pessoal.

Anónimo disse...

então ai no grupo anda de olhos fechados ou secalhar ta se a fazer de vitima. já me contaram que no domingo havia ai vários sujeitos que tavam carregadisimos.... devia ser só nervosos

J. Manso disse...

Boas Ricardo,

Queria fazer apenas uns reparos à tua crónica:
1) A saída da BP foi feita em pequenos grupos tendo inclusivé ficado 3 elementos que nos visitaram surpresos pela pressa de sair de algumas pessoas...
2) As fugas que referiste foram todas permitidas pelos jogos de equipa, devendo-se o reagrupamento muito mais ao demérito dos fugitivos do que aos esforços redobrados dos perseguidores. A este propósito queria ainda referir que os jogos de equipa com tão pouca gente nem ficam nem bem nem mal! E ter de travar a frente do pelotão deixou algumas pessoas confusas...
3) Salientar a presença, no pelotão, do Sr. Abel e do miúdo de 13 anos, que fizeram a 1ª parte perfeitamente integrados e sem quaisquer problemas!

Ricardo Costa disse...

Concordo, só em parte, com o que disseste, camarada Manso. De facto, o dito jogo de equipa não é fácil de interiorizar, principalmente quando não estamos habituados a fazê-lo. Aos domingos impera a política do «todos contra todos», e nestas ocasiões é difícil resistir, como afirmaste, travando a cabeça do pelotão. Mas é mesmo assim! Só penso que essa concertação de esforços carece de entendimento prévio, pois quando não existem rotinas, tudo é mais confuso na prática.
Quanto à parte em que dizes que as fugas de domingo não vingaram mais por demérito dos fugitivos, que por mérito do pelotão, discordo totalmente! Num terreno plano, como aquele, extremamente rápido, existe uma enorme diferença de esforços entre os que se tentam manter isolados e os que vão no «conforto» do pelotão. E este não precisa de muito para embalar (em terreno plano, friso). E ao fazê-lo é aglutinador, muito difícil de resistir à aceleração. Dificilmente, em campo tão aberto e com escassa vantagem, como foi a maioria das fugas de domingo, os fugitivos não são alcançados... quando o pelotão decide. E não precisa de haver grandes acelerações, basta que o andamento seja certo.
O melhor exemplo, curiosamente, pode ser a minha escapada final que, no entanto, vingou. No entanto, tenho a consciência que a ter havido perseguição mais cedo (ou quase imediata), dificilmente resistiria à frente. Aquele topo beneficiava-me, e arrisquei com as forças que restavam (é preciso tê-las, caso contrário...). E garanto-te, amigo, não seria por falta de empenho (mérito, como referiste) – a aventura saiu-me bem do pêlo.
Ainda outro exemplo: o ano passado, para Évora, o Jony isolou-se nos últimos quilómetros e conseguiu chegar à frente, num terreno que é muito mais rápido que o de aproximação a Loures. É impensável pensar em retirar mérito à sua (magnífica) prestação só porque – e isso é indesmentível – no pelotão não houve colaboração entre nós, os Pina Bike e, naquela ocasião, a malta de Negrais. E quando foi lançada a perseguição (limitada a estes), já era tarde. No final, a vantagem do Jony foi bem menor que a minha, mas bastou...
A propósito, faço-te uma pergunta: alguma vez, durante todo o percurso, tiveste a ideia que a qualquer participante (incluindo tu, claro!) seria fácil chegar isolado (e um metro bastava) ao final? Se ainda te restarem dúvidas, em Évora certamente ficarão esclarecidas!
Assim é que é o ciclismo, mesmo o domingueiro: as pequenas vantagens, muitas vezes, fazem-se em pormenores e são dificílimas de alcançar... Por isso gostamos tanto... tornando-nos corredores de fim-de-semana. Por mais que isso custe a alguns!

Anónimo disse...

só frisar um grande aspecto, tu chegas te lá na frente graças a teres manipulado o percurso na parte final pelo topo da variante. e todos sabem que e verdade senão a corrida tinha outro rumo.

Anónimo disse...

ixu concordo! o normal e ir por dentro do tojal. porque desta vez foi pela variante? AGRADEÇO A RESPOSTA RICARDO

Anónimo disse...

isto já é o caso da bicicleta dourada ou quÊ?

Anónimo disse...

ouve lá o manso tu palavras aqui tens mas em cima da bicicleta deichas muito a desejar.

Anónimo disse...

Só estes elementos é que foram a Santarém? Parece que chegaram alguns antes...e esses é que são os primeiros...e coxos!!

O Ferreiro

Anónimo disse...

Queria apenas dizer que gostei bastante de participar nesta clássica, embora no início tivesse algumas dúvidas no que diz respeito ás minhas capacidades físicas não para a distância mas sim para a velocidade média que se iria andar. Mas movido por um espírito de aventura decidi participar e partir ás 08.00h e não mais cedo como por vezes tenho feito. O balanço foi extremamente positivo, pois cheguei a Loures em boas condições físicas e melhor que isso voltei a ganhar a confiança de andar em pelotão, pois andava perdida desde a queda junto ao Porto Alto.
Foi com enorme agrado que verifiquei que todo o grupo parou quando tive um furo depois de Benavente. Queria agradecer especialmente ao Evaristo ao Alex e ao Freitas a ajuda que me deram.
Filipe

Anónimo disse...

Que coxos? Os que têm mais de 40 anos...? Têm de treinar mais...

Ai és o Ferreiro? Então eu sou a carraça! Ahah

Anónimo disse...

Bem tenho k começar a dar razão ao fantasma do blogge,voces os 3(F,R,J) são bons ao pé dos domingueiros,kero velos a levantar os braços é no meio das feras!
Cambada de frustrados.

Anónimo disse...

Para o mete nojo que anda para ai a dar postas de Pescada.
O pelotão de Veteranos é conhecido no meio dos Profissionais, Bttistas, Ciclotoristas, Triateletas, etc, como um pelotão de BOMBADOS e PASTILHADOS.
Com isto não sei quem e que é frustado se é a malta que anda por diversão ao Domingo se és tu que queres andar com o pessoal e tens a mania que és bom por ser um BOMBADO.
Abraço aos BOMBADOS EHEHEH.

Anónimo disse...

o mete nojo aqui deves ser tu!! deves também por pouco para dentro que é um gosto.frustados são voces que carregam se de produto para fazer voltas domingueiras.... se querem fazer corridas existem locais previamente definidos...

J. Manso disse...

Boas Ricardo,
Relativamente ao ponto de discórdia nas nossas apreciações digo-te apenas que a perseguição do pelotão fica favorecida sempre que há rotação nos elementos que encabeçam a perseguição... Não foi o caso na maioria das vezes!
Isto não retira nenhum mérito a quem tentou a sua sorte... porque é necessário dispender energias que poderiam ser aplicadas mais tarde.
Particularmente na tua fuga, que foi bem planeada e aplicada, eu notei, porque fui um espectador bem atento, que a resposta dos elementos que poderiam responder foi "tardia" embora a bem da verdade se deva referir que já vinha tudo morto e que pelo teu posicionamento na abordagem da súbida o mais natural era que tentasses a tua sorte!
Relativamente à tua questão, pensando friamente, acho que o mais natural é alguém chegar isolado! Porque se como nesta volta os homens de Negrais fizerem equipa com os Pinas restam 2 ou 3 gatos pingados...
E assim é como ganhar com 1 ou 2 a mais...
Aliás já na chegada a Vila Franca quando saltei e ninguém respondeu imediatamente... Num dia normal havia de ser bonito!

Anónimo disse...

ouve la caro manso claru que a ti te deram ordem de soltura porque mais tarde ou mais sedo ias "pifar"

J. Manso disse...

Ao anónimo (deve ser filho de pais desconhecidos) que disse:

"ouve lá o manso tu palavras aqui tens mas em cima da bicicleta deichas muito a desejar."

que pelo estilo parece o mesmo que referiu

"ixu concordo! o normal e ir por dentro do tojal. porque desta vez foi pela variante? AGRADEÇO A RESPOSTA RICARDO"

e ainda:

"ouve la caro manso claru que a ti te deram ordem de soltura porque mais tarde ou mais sedo ias "pifar""

tenho apenas a dizer:

A iliteracia é muito triste!

Um dia destes ainda perdes a piada e o pio e depois não vais ter um monitor à tua frente...

Anónimo disse...

Sinceramente ao inicio destas ''bocas'' dos ''anónimos'' pareceu-me algo dramático, mas agora, sinceramente dão-me vontade de rir, acho que devem continuar, sempre representam um lado cómico da modalidade do tipo '' ah...a minha é maior que a tua'', etc...

Ainda há a vertente de serem tão ignorantes que nem sabem como se identificar, o que será normal pelo tipo de comentários...

Provavelmente seria melhor fazer um tutorial (vulgo guia) para ensinar estes senhores a se identificarem.

Ou então em vez de ''Anónimo disse...'' coloca-se '' Frustado disse...''

Bem Hajam

Anónimo disse...

Ah..., tenho-me esquecido de dizer uma coisa importante de destacar, os dotes de escrita do Ricardo estão sempre impecáveis, bons relatos, conseguem transmitir emoção, dou-te os meus parabéns, dado que é um atributo a valorizar para que todos tenham acesso a belas crónicas como tu fazes.

Obrigado Ricardo

Ricardo Costa disse...

Camarada «Cancellara», ainda sobre a nossa troca de ideias, ficou bem clara a tua visão desde o grupo principal, aquando da minha saída no final.
Mas confesso não ter compreendido, mais à frente, quando dizes: «acho que o mais natural é alguém chegar isolado!» (penso que te referes a Évora) «Porque se como nesta volta os homens de Negrais fizerem equipa com os Pinas restam 2 ou 3 gatos pingados...» (desculpa-me, mas não captei... ou quererás dizer que se um «outsider» a estes dois grupos tentar a sorte vai ter a vida facilitada?)

P.S. Henrique, palavras sábias as tuas sobre os comentários anónimos. Sempre a considerar-te!

Anónimo disse...

para si uma pessoa que menciona a verdade e um frustado?
não deve ter conhecimento da modalidade.

J. Manso disse...

Amigo Ricardo,

Aquilo que pretendo dizer é apenas o seguinte:
1) É manifesta falta de desportivismo, na minha óptica, ganhar com tanta gente a ajudar contra tão pouca oposição. Digo isto sem retirar mérito ou diminuir os adversários. Devido às circunstâncias do momento, os homens de Negrais, que até nos têm acompanhado ultimamente nas nossas saídas,(e em determinados momentos os colegas do Paulo Pais - pessoal duma simpatia fantástica!) juntaram-se ao nosso grupo em termos de estratégia... isso a para mim é demasiado!
2) Na próxima ida a Évora se se repetirem as alianças verificadas nesta etapa o mais lógico é chegar alguém isolado desde que pertença aos Pinas. Caso algum outsider consiga fazê-lo só há uma coisa a fazer - Tirar-lhe o chapéu!
3) Este tipo de estratégia diminui, injustamente, as prestações dos aventureiros do grupo.
Reportando-me à tua escapada final não era necessário haver jogo de equipa! Penso que naquele momento ninguém estava em condições de responder, visto que todos se tinham exposto muito mais ao longo da etapa!

Não me parece que a abordagem da grande maioria dos participantes fosse a de ganharem alguma coisa...
Era muito mais a de passarem um dia diferente em termos ciclísticos, com o coração mais acelerado certamente, mas sem o nervosismo verificado à saída de Santarém que só teve o condão de gerar atritos desnecessários. Aliás houve alguns elementos que ficaram para trás e que só colaram a quando do furo do Hugo porque nem deram conta do pessoal sair. Seria preferível que se marcasse uma hora para sair, ou então, pura e simplesmente ninguém parava!

Espero, a bem do desportivismo, que na ida a Évora apareçam grupos bem mais compostos e que nos dificultem mais a vida. Assim será do meu agrado que seja um dos nossos a "limpar" podendo a estratégia ser delineada nesse sentido.

Anónimo disse...

caro manso isso e turdo força? percebi mal ou ainda queres mais opositores? o que se consta e que não chegaste naquele grupo directo de perseguidores ao ricardo.

Anónimo disse...

Boa tarde pessoal,o que eu retiro destas conversas todas e que todos têm razão e ninguem a tem.
Reflitam "EXISTE SEMPRE ALGUÉM MELHOR DO QUE NÓS",e se queremos ser igual ou superior, temos de pagar um preço muito alto "ATÉ OS MAIS FRACOS PRECISAM DE SER RESPEITADOS.

Anónimo disse...

manso, as idas para évora eram com pessoal pinabike. agr precisam de contratar profissionais, e deixou de ser o grupo pinabike para ser o grupo dos injectados que não treinam e andam de bicicleta.

Anónimo disse...

agora quando ouver clássica certamente que não vai ser um pina a ganhar só se os seus elementos andarem carregados como para santarem.

Ricardo Costa disse...

Caro «Cance», permite-me rectificar, questionando-te sobre o seguinte: após ficarem mais ou menos definidas algumas cooperações entre ciclistas da «mesma cor» (entre os Pinas era evidente, a dos Negrais creio que também se justificava, e da malta de Pêro Pinheiro idem), vislumbravas mais alguém naquele pelotão com capacidade para fazer a diferença no final? Mesmo que beneficiasse de ser «outsider»? Se sim, diz-me quem?

No fundo, entre os participante, a surgir alguém que levasse vantagem, seria sempre, sem surpresa, pertencente a um destes três grupos. Isto, obviamente, integrando o Paulo Pais no de Pêro Pinheiro. Embora, mesmo fazendo valer as suas indiscutíveis qualidades e grande espírito combativo, lhe fosse bastante difícil resistir sozinho. Entre supostos grupos (ou equipas, se quisermos) não há alianças amigáveis, digamos, mas de conveniência.

E quando dizes, se algum «outsider» conseguir fazer a diferença – e tenho de reforçar: em terreno plano, como Santarém ou Évora -, concordo que tenhamos de lhe tirar o chapéu. No entanto, como já afirmei, vai ser tão difícil a este como a qualquer elementos dos ditos grupos. Refiro-me a chegar isolado, não a destacar-se ao sprint em grupo!

E quando referes o meu exemplo no domingo como excepção, posso reconhecer que terá sido a aposta no momento certo, além de uma conjugação de factores como os que referes, a fazer a minha iniciativa resultar. Mas se, por exemplo, o Freitas ou o Jony tivessem respondido (ou tentado, pelo menos...) - como em qualquer domingo «normal» -, teria muito menos hipóteses. Na verdade, no grupo estavam o Hugo (alto), o mais forte dos Pêro Pinheiro, que se tinham mostrado mais activos depois da anulação da fuga dos Caniços, e destes deveria ter partido (mais) rapidamente a perseguição, logo fossem capazes. Creio que aquele local, dadas as circunstâncias passadas, era ponto-chave.

Todavia, não percebo o teu ponto de vista, quando dizes: «Na próxima ida a Évora se se repetirem as alianças verificadas nesta etapa o mais lógico é chegar alguém isolado desde que pertença aos Pinas».
E quando acrescentas que «(...) este tipo de estratégia diminui, injustamente, as prestações dos aventureiros do grupo», só posso dizer que é uma inevitabilidade do formato da «prova», que tem como consequência o tal nervosismo em excesso na segunda parte que lamentaste (e eu também o fiz na crónica), pois existiu sempre perseguição montada a cada tentativa de fuga.
Mas pergunta-se: há condições numa distância tão longa (155 km) permitir uma fuga duradoura? É um facto. Contudo, desde que se iniciasse nos primeiros quilómetros e, muito importante!, nela não figurasse nenhum elemento de referência. Ora, havendo uma paragem programada para meio do percurso, esta possibilidade estava desde logo de parte. Ou seja, não fazia sentido aos aventureiros dispenderem energias em vão. Um condicionalismo que em Évora não sucederá, já que, por tradição, não há paragens previstas.
Assim, as iniciativas só se justificariam após Santarém. Porém, desde aí, impunham-se outras prioridades. Restavam muito menos quilómetros e o terreno era mais acidentado, por isso foi natural que os mais fortes tentassem causar desgastes entre si, reduzindo, desde logo, as chances aos «aventureiros». E as tentativas que se deram perto do final, teriam de ser rapidamente goradas. A do quarteto, pela demora na reacção e proximidade ao final, chegou mesmo a ameaçar. Pergunto: se eu não a tivesse feito, quem pegaria na perseguição daquela forma na subida dos Caniços? Estou em crer que, de outra forma, o Jony, uma vez libertando-se dos seus companheiros de fuga, não mais seria apanhado.
Numa volta com terreno acidentado e sem ponto de neutralização intermédio (duvido que será praticável nestas super-clássicas...), seria certamente mais conveniente ao pelotão deixar uma fuga madrugadora vingar e ir controlando-a, do que arriscar a constantes mudanças de ritmo e tentativas de fuga, em cada subida ou topo. Mas, volto a frisar: para a fuga vingar e poder durar, é indispensável que nela não figure qualquer elemento «perigoso». E isso de ser «perigoso» resulta de um critério que dificilmente é unânime.
Quanto a «(...) Não me parece que a abordagem da grande maioria dos participantes fosse a de ganharem alguma coisa... Era muito mais a de passarem um dia diferente em termos ciclísticos, com o coração mais acelerado certamente, mas sem o nervosismo verificado à saída de Santarém que só teve o condão de gerar atritos desnecessários»... 100% de acordo!! Aproveito para reforçar que, apesar da competitividade que trouxe a presença de novos grupos, imperou, entre todos, a sã convivência no seio do pelotão. Numa experiência a repetir!
Apenas um reparo: sou da opinião que as paragens devem ser o mais breves possíveis, para não quebrar o «élan» da tirada. Ok, o cafezinho, o pastel de nata e a mijinha, aceitam-se, mas com celeridade – e a saída deve ser em simultâneo.
É sempre um prazer debater contigo, companheiro Manso!

Hugo Garfield Silveira disse...

Anónimo(os)consultem o blog, não só para meter "ferros" mas tambem para recolher informação sobre as voltas, teriam constatado que o percurso da mesma estava prédefenido dias antes da classica.
Guardem as forças para os cranks. Grande abraço a todos.

Anónimo disse...

Interessante

Anónimo disse...

Boa tarde

Já me tinham dito que alguns de vós, tinham algumas qualidades, mas que eram tão bons, como se julgam...isso é que não.
Acho que este blogger, deveria ser dado ao conhecimento de alguns directores desportivos de ciclismo profissional...teriam aqui muita materia prima.
Devem continuar a treinar, porque alguns de vós ainda têm muita margem de progressão, e quem sabe, o ser profissional podera deixar de ser um sonho.
Eu tambem já fui assim....

Anónimo disse...

Concordo em pleno com a opinião do olheiro. existem varios casos de ciclistas que começaram no grupo pina bike e agora andam ai nas corridas o caso do joao santos e agora o salvador, como afirma o jormal cicloempenados.

Anónimo disse...

Entao pessoal como foi o fim de semana?

Anónimo disse...

dado que ouvi dizer que esgotou o stock das farmacias cuidado com as overdozes.