segunda-feira, abril 13, 2009

Ota-Fátima-Ota: a crónica

A edição de 2009 do Ota-Fátima-Ota, realizada na passada sexta-feira, confirmou os prognósticos que fiz, neste blog, a meio da última semana. Esteve longe de ser mero passeio de peregrinação para a maioria dos participantes, consistindo em excelente treino, de tipo competitivo, para os que se empenharam em (tentar) permanecer entre os mais rápidos.
Repetiu-se também a boa organização do RBikes, liderado pelo Miguel e os seus fiéis do clube da Ota, que souberam conduzir em segurança e sã convivência o enorme pelotão que, de manhã cedo, se fez à estrada em direcção a Fátima. Devido a essa competência, a grande adesão e a popularidade do evento prometem continuar a crescer nos anos vindouros. Com mérito!
Este ano, ao esforço dos 170 km em terreno complicado juntou-se vento, frio e aguaceiros, factores meteorológicos que implicaram fortemente no decurso da tirada, contribuindo para uma ou outra queda de onde resultaram pequenas mazelas – entre as quais, a que envolveu o Filipe pouco antes de Alcanena, infelizmente a forçá-lo a abandonar. A intempérie não teve menos influência, igualmente, na média realizada: 1 km/h inferior (32 km/h) à de 2008, correspondente a mais 9 minutos que na edição do ano passado.
A maior penalização veio da acção do vento noroeste, prejudicial principalmente na primeira fase da prova. E que teve dois efeitos... contraditórios: por um lado causou mais desgaste, principalmente aos que estiveram mais tempo na frente do pelotão; mas, por outro, tornou o andamento, no trajecto de ida, muito mais acessível à generalidade dos participantes – se comparado com o ano passado, a chegada a Rio Maior, a média rondava os 35 km/h! Desta vez, esteve pouco acima dos 30 km/h.
Até Alcanena, onde se iniciou a dupla subida (Moitas Vendas/Covão do Coelho), o Marco Almeida (GNP) foi um dos ciclistas mais activos, procurando, diversas vezes, adiantar-se ao pelotão, algumas vezes levando companhia. Todavia, devido às dificuldades impostas pelo vento ou pela reacção eficaz do grande grupo, acabaria, invariavelmente, por ser reabsorvido. Os demais em fuga, idem.
Na abordagem a Moitas Vendas fez-se a primeira selecção, devido andamento imprimido por um de sete unidades, que já desceu isolado para Minde. A junção com o pelotão principal, em perseguição, ainda sucedeu mas coincidiu praticamente com o início da dura ascensão do Covão do Coelho, e foi apenas fugaz... O mesmo septeto voltou a destacar-se logo aos primeiros metros das duras rampas, então parecendo que definitivamente. No final da subida, entre o grupo destacado, também houve diferenças. À frente, o trio Duarte (Salvaterra), André e o elemento «Y», que lançou o ataque; seguido por dois duos: o primeiro, com o Hugo, de Loures, que surgiu com as cores do GNP, e o Marco Almeida (GNP); e o segundo, comigo (Pina Bike) e o Jony (Almodôvar). As diferenças eram escassas, até para o pelotão, que depois de excelente recuperação no falso plano ascendente (11 km) até Fátima, liderado pelo Freitas (Pina Bike) recuperou praticamente da desvantagem acumulada no Covão do Coelho.
Todavia, no preciso momento em que se cruzavam os grupos, deu-se o «desencontro» decisivo: o septeto, já refeito, optou por não fazer a tradicional paragem na rotunda dos Pastorinhos; ao contrário do pelotão, que parou para retemperar forças. Resultado: a divisão foi definitiva e a história que passo a contar remete-se à do grupo da frente que, de resto, já mais se tinha destacado nas partes mais selectivas do percurso.
O regresso não se antevia fácil. Tanto mais, que o vento não era totalmente favorável, soprando, amiúde, em rajadas laterais. E porque, à partida, se a tarefa limitada a seis (o tal elemento «Y» abdicara algures) já suficientemente desgastante considerando os quilómetros (85) em relevo «parte-pernas» que restavam, pior ainda quando se verificou (para mim, sem surpresa!) que o trabalho ficaria restringido apenas a cinco elementos, por omissão voluntária do André, que sem justificação plausível prescindiu de colaborar... num grupo pequeno e restrito que se revezou, solidário e em empenho total, durante, pelo menos, 55 km, de Fátima a Rio Maior.
Contudo, após a passagem por Rio Maior, a 30 km do final, a toada de cooperação alterou-se radicalmente. O Duarte atacou logo na primeira rampa à saída da cidade e quebrou o entendimento. A partir daí, após resposta eficaz dos restantes, os ataques sucederam-se, com protagonistas diferenciados, mas sempre com o mesmo desfecho: o insucesso. Ou seja, o grupo, que se manteve unido até Rio Maior, teimava em não se separar depois, apesar de momentos de dificuldade que todos os seus elementos passaram.
Os golpes mais fortes vieram, quase sempre, do Duarte, que, confirmou os bons indicadores de forma revelados no fim-de-semana anterior, em «acesa» saída domingueira À Volta da Serra. Mas também eu e o Jony procurámos a sorte, sempre sem êxito. Os demais mostraram-se mais interessados em responder, e fizeram-no a preceito.
A unidade continuava não querer quebrar-se na iminência da passagem pela rampa da Espinheira (160 km), a derradeira passagem mais selectiva do percurso, onde haveria a possibilidade de surgir as diferenças. Nesta altura, ajudadas pelo peso dos quilómetros. Após um período de acalmia que se seguiu a Vale de Judeus, o Hugo deixou-se «enganar» ao ficar na frente no início da curta e rápida subida (1 km que se faz em pedaleira grande), principalmente depois de já vir a trabalhar há algum tempo. Por isso, acusou naturalmente o desgaste na primeira metade da rampa, quando acelerei o andamento. E mais ainda quando o Duarte – sempre ele! – fez o movimento decisivo, a pouco mais de 100 metros do alto. Aí, o Jony também passou menos bem, embora este tivesse recuperado muito melhor que o Hugo.
À frente, o Duarte ganhou mais de 50 metros e parecia decidido a levar o esforço, isolado, até à Ota. Mas o Marco Almeida e, mais tarde, o «regressado» Jony, retiraram-lhe, para já, essa hipótese. Depois de reintegrado, o Duarte voltou à carga, mais uma e outra vez, mas sempre sem êxito. O sexteto – entretanto, o Hugo, muito bem, reentrara – durou até à recta final, onde só as «embalagens» na descida, em frente à loja de bicicletas, marcaram distâncias... insignificantes, demonstrando o equilíbrio entre cinco dos seus abnegados elementos – Duarte, Jony, Marco, Hugo e eu – os únicos cujo esforço foi igualmente repartido e só assim possível de avaliar.
O «segundo» grupo – mas não secundário... – também se empenhou verdadeiramente e traçou o seu próprio destino durante o sector complementar do percurso, com árduo envolvimento do Freitas, do César (Salvaterra), do Hugo (Ciclomix), João Rodrigues (GNP), entre outros. Para eles, e todos os que participaram neste evento, contribuindo para a repetição do seu sucesso, e em especial para os seus organizadores, uma grande homenagem. Para o ano há mais!

P.S. No domingo realizou-se volta totalmente plana, com «epicentro» no Infantado, em plena lezíria E naturalmente, pouco teve de higiénica – principalmente na primeira metade. E tão mais produtiva (para mim) seria, se tivesse sido apenas de limpeza.
De qualquer modo, não poderei deixar de destacar a extraordinária média realizada entre Vila Franca e o cruzamento do Infantado, em 25 km. Acredite-se: 40,5 km/h – mais de 10 km/h acima dos meus desejos! Para tal contribuíram, quase em exclusivo, o Freitas e o Hugo Silveira (Ciclomix) – sinceramente, impressionantes!!! -, mas também o Carlos Coelho (Salvaterra).
Fica o registo deste desempenho, porque, repito!, teve tanto de «severo» como de excelente.

No próximo domingo, realiza-se a 3ª Clássica da temporada: Santa Cruz. Em breve, a apresentação da prova e as informações adicionais.

16 comentários:

hugo disse...

Olá Ricardo, devo dizer que foi uma jornada de ciclismos espectacular!! Nunca tinha feito uma distancia com tantos km.


Hugo

Anónimo disse...

só uma informação adicional houve dois elementos do sexteto que não cumpriram o percurso na integra, ou seja, não foram á rotunda dos pastorinhos

Anónimo disse...

Foram em grande gostei de ver

Luis Novo disse...

Foi muito bom!!!
E ainda melhor foi ter encontrado este blog!
O regresso custou...as montanhas ao pé da Ota...(entenda-se pequenas ladeiras...)

Ah é verdade ficaram a dever uma coca cola á menina do café de Fátima!!

Ricardo Costa disse...

A informação do anónimo das 17.10 está totalmente correcta: os elementos «incumpridores» fui eu e o Jony, que cortámos a menos de 100 metros da rotunda, quando alguém do grupo sugeriu que dessemos a volta, para não parar.
Pergunto então: terá sido por essa razão, e só por essa, que nos conseguimos juntar ao «quarteto» que deu a volta na rotunda? E que sem tal manobra, dificilmente ou nunca os apanharíamos? E que tão grande relevância teve para o decurso da jornada?
Será que o andamento do quarteto, naquela altura, era inalcansável.

Creio que suficiente - e mais relevante - foi referir que tanto eu como o Jony (tal como o Hugo e o Marco) não conseguimos acompanhar o ritmo dos primeiros na subida e após.

Creio que, por norma, os meus relatos estão acima do defeito por omissão... das minhas próprias limitações

Abraço

hugo disse...

Eu e o Marco não conseguimos acompanhar o trio da frente na subida e acabamos por perder o contacto, mas após a subida fizemos um trabalho enorme para voltar a encostar ao trio que ia a andar muito bem, o que conseguimos alguns km antes de chegar á rotunda dos pastorinhos.
Á chegada á rotunda o ritmo abrandou e era possivel quaquer um poder reentrar. Devo confessar que tive alguma dificuldade com o frio e só depois da descida é que comecei a sentir novamente o calor.

Ricardo Costa disse...

Grande Hugo, sempre a bateres-te ao mais alto nível. Não reparei que vocês tinham encostado antes da rotunda - são erros de observação por impossibilidade de estar em todo o lado ao mesmo tempo... neste caso,por estar algo mais para trás.
Mas o que se pretende deste espaço de discussão também é a rectificação/correcção desses (meus) lapsos na apreciação, através da apresentação de comentários e de pontos de vista pessoais como a que acabaste de fazer. Aparece sempre!

Só não apreciei foi «venderes-te» aos GNP, passando para o «inimigo»... Estou a brincar, porque é tudo malta super-porreira!

Abraço

Duarte disse...

PARA O "ANONIMO" DAS 17.10H PENSO KE NAO FOI OS 200/300MT KE 2 ELEMENTOS FIZERAM A MENOS KE NÓS, KE FEZ A DIFERENÇA, ATÉ PORK SÓ NAÕ PARAMOS DEVIDO AO FRIO E A XUVADA (PEDRA) KE TINHAMOS APANHADO MINUTOS ANTES, O KE FICA É KE FOI MUITO BOM, PARABENS Á RBIKES E A TODOS OS PARTICIPANTES...
PRÓ ANO À MAIS...LOLIMPENO!!!

Anónimo disse...

nem que fosse só dar a volta á rotunda o que se trata é que isso é desrespeito pelos colegas de passeio.

Anónimo disse...

Essa história da rotunda nem dá motivo para discussão. É atirar areia para os olhos dos outros sobre o seu próprio mau comportamento. Primeiro, cresça, ou desapareça!

Anónimo disse...

o ricardo diz q nao pode comentar o q n ve!mas tambem o q de pior faz,tambem n comenta.atalhar?nunca pensei,ricardo.tantas liçoes de moral aqui ha malta e depois estas atitudes.

Anónimo disse...

Ricardo,

Nem tudo o que reluz é ouro! Deixa lá o artista ter os seus minutos de fama...
J. Manso

Anónimo disse...

qual a volta do próximo domingo?

Anónimo disse...

o manso so no blog.porque agora nem aparece.finalmente deve ter percebido q nao tem mesmo dotes para pedalar.

Anónimo disse...

o manso so no blog.porque agora nem aparece.finalmente deve ter percebido q nao tem mesmo dotes para pedalar.

Anónimo disse...

Miúdo, eu logo falo contigo...
Não confundas desprezo com falta de atitude!
J. Manso