Os Ciclomix’s estão a coleccionar Clássicas! Depois da Classíssima de Évora, e que a par de Fátima é a que «todos querem facturar», agora foi a vez da primeira edição da Clássica de Santa Cruz, a terceira da temporada, disputada no último domingo. No Alentejo, foi o Hugo Lopes «Maçã»; no Oeste, outro Hugo, o Silveira «Garfield».
Sucesso conquistado com muitíssimo mérito, culminando uma fuga iniciada cerca dos 70 km, em Casalinhos de Alfaiata, a 35 km do final, na Malveira. No início da escapada ainda teve a companhia do Rocha, fundamental para consolidar vantagem decisiva para um grupo intermédio (Filipe, Evaristo e o Pedro) que se formou alguns quilómetros adiante, na perspectiva de conseguir chegar-se à frente. Sem êxito. Aliás, tal como não teve a intensa recuperação realizada pelo Freitas, desde Torres Vedras, que acabou por se revelar tardia... para alcançar o líder. Chegou logo a seguir, a escassas centenas de metros.
A história da tirada até ao momento da fuga resumiu-se a algumas acelerações do André, sempre com resposta eficaz do pelotão. Apesar da sua insistência, aproveitando o relevo acidentado do percurso, o grande grupo não iria permitir-lhe grande liberdade, sempre com os Pina’s (eu e o Freitas) no comando das perseguições.
O magnífico cenário do troço entre A-dos-Cunhados, Vimeiro, Maceira, Praia Santa Rita e Sta. Cruz, que caracteriza esta prova, apenas trouxe andamento certo, que se tornou mais elevado a partir da passagem pela marginal à praia, então quando o vento se pôs a favor. As maiores acções partiram do Freitas e do Hugo Silveira – já ele, em terreno que lhe é muito favorável!
O Freitas fez, sem dúvida, excelente sector Santa Cruz-Silveira à frente do pelotão, e que, de certa forma, terá aberto a porta às iniciativas de fuga que se seguiram – e que se revelaram decisivas poucos quilómetros mais tarde.
Cerca de Casalinhos de Alfaiata, o «Garfield» e o Rocha adiantaram-se sem que houvesse qualquer reacção do grupo. Excelentes roladores, os dois fugitivos ganharam rapidamente vantagem, e quando um segundo grupo, de três elementos, acelerou para tentar ir no seu encalço, já a tarefa de se juntarem mais adiante implicaria esforço redobrado. Cá atrás, no que restava do pelotão, apenas eu, o Freitas, o André e o Salvador. Apenas este último não tinha como único motivo da sua presença... a marcação.
Este quarteto rolou calmamente até Torres Vedras, acumulando enorme desvantagem para os homens da frente, mas que não seria irrecuperável mediante esforço partilhado – e tal viria a provar-se pela curta distância que o Freitas ficou do Hugo. No entanto, essa parceria, face aos intervenientes no grupo, seria mera utopia... Por isso, o Freitas decidiu atacar à entrada da Variante de Torres, e fê-lo bem! À primeira, o André ainda reagiu; mas à segunda teve de o deixar ir na perspectiva de que estaria a desgastar-se, levando-me na sua roda. Ou seja, decidiu ficar... à espera de melhor oportunidade: livrar-se rapidamente de mim e partir atrás do Freitas. Quanto a este, estava por sua conta e lançou-se numa louca recuperação do tempo perdido. Desde logo, a sua missão implicaria muita, muita energia. E não teria êxito garantido, como se viu.
Cá atrás, resumia-se a variadíssimas tentativas do André em libertar-se de mim – todas em vão. Logo, aos repelões, a esperança de ainda entrar(mos) na discussão esfumava-se rápida e totalmente. Ainda assim, reconheço que me diverti, e que os diversos picos de intensidade a que ele me submeteu, seguidos de recuperação quase completa, constituíram treino produtivo. Desde Vila Franca do Rosário, com a situação controlada, inflamei ainda mais o despique, mas acabou por não haver separação que se visse...
À frente, o Hugo libertou-se do Rocha e partiu isolado, não sendo alcançado apesar da esforçada recuperação do Freitas, que chegou à rotunda da Malveira a escassas centenas de metros. Todos os elementos em posição intermédia (Rocha, Filipe, Pedro e Evaristo) chegaram antes de mim e do André. A seguir a nós, entre os que completaram o percurso, apenas o Salvador.
Próxima Clássica: Fátima, dia 10 de Maio.
Mas já no próximo domingo haverá... Trepadores. Não a Super-Trepadores realizada num dos sábados de Março, mas apenas a tradicional e já bastante exigente, com passagens no Alqueidão, Mata, Ribas, Montemuro, Sto. Estevão das Galés, Sta. Eulália e final nas Salemas (esta subida integrada na edição de 2008). À atenção da malta do Quebraossos e do Cubino! Trata-se de um treino a não desperdiçar. A pouco mais de um mês (decisivo) do primeiro objectivo pode representar, desde já, um importante teste. Por experiência própria.
3 comentários:
Para os internacionais:
www.clasicaelangliru.com
Este ano regressa esta clássica que talvez vos interesse...
J. Manso
Já sei, já sei amigo Cancellara. Não faz parte dos meus «sonhos», mas reconheço que o Angliru não deve ficar de fora do «porfólio» de ciclista que se preze...
Talvez um destes anos, talvez...
Gostei particularmente das seguintes partes:
"...en estos momentos no existe mayor reto en el Mundo para el apasionado a la Bicicleta que culminar con éxito la subida a este gran mito del Ciclismo . Un Puerto que no deja indiferente a nadie. Aquí, sobre un escenario de espectacular belleza y tan cerca del cielo, sí se puede conseguir la gloria, pero también se pueden dejar enterradas todas las ilusiones por el camino. Es la grandeza del Ciclismo."
"A/ Tráete unos buenos desarrollos, no intentes ser valiente, PLATO DE 34 dientes y el PIÑON MAS ALTO DE 29 DIENTES; O TRIPLE PLATO."
A súbida final são "apenas" 12,5 Km com um desnível médio de 10,1% (acumulado 1265 m) com pendente máxima de 23,5%...
Isto, parece-me, já entra nos domínios do masoquismo, ou não?
Abraço,
J. Manso
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