quarta-feira, julho 22, 2009

Enxara do Bispo: a crónica

A volta de Enxara do Bispo, do último domingo, foi «daquelas» em que os momentos de tranquilidade se resumem... aos reagrupamentos necessários a cada colapso do pelotão. E foram muitos! Tal foi o frenesim... Desta vez a intensidade da jornada foi além do habitual nos dias de forte picardia, havendo poucos momentos de acalmia, em que o andamento foi moderado, ao alcance do nível médio (e está bem alto nesta fase da temporada) dos elementos que alinharam à partida, que foram muitos!
O que, afinal, se passou foi resultado da presença de alguns elementos que, juntando à boa forma actual estavam na iminência de objectivos competitivos, e logo aproveitaram a ocasião para fazer um derradeiro apuro, em jeito de treino colectivo pudesse servir-lhes de barómetro. Tá'se a ver...
O mais empenhado nesse contexto foi, desde o início da tirada, o Carlos Coelho – na sua segunda semana consecutiva com o grupo, por certo satisfeito com a experiência da Clássica do Cartaxo. Foi metendo «passo» à frente do pelotão logo nos primeiros quilómetros à saída de Loures, prolongando-o em Guerreiros, Lousa e na Freixeira, isto na primeira fase do percurso em que se vai subindo gradualmente. O Jony seguiu-o sempre e culminou a maioria dos sectores com fortíssimas acelerações, evidenciando bem a sua capacidade explosiva.
Depois da descida de Vila Franca do Rosário – nem assim, tranquila... - logo à entrada da rampa das Frutas Sobrinho para a estrada da Enxara do Bispo ateou-se o rastilho, com o Freitas a explodir estrada acima, provocando inevitável selecção no pelotão. Se na Freixeira ainda houve pequena agitação, agora abriam-se definitivamente as hostilidades.
Apesar de posterior alívio de andamento, na Tourinha – só assim foi possível voltar a reunir o pelotão, tão cedo desmembrado – os novos encadeamentos de subidas Pêro Negro trouxeram mais do mesmo... De resto, o figurino manteve-se em Sapataria e na Tesoureira, porque o terreno, em constante sobe e desce, afigurava-se propício a experimentar as forças. De tal modo que, algures na subida para a Tesoureira, atingiram-se velocidades imprevistas, a bater nos 40 km/h! A aumentar o grau de selectividade, esteve o facto de, a rematar cada subida, haver uma aceleração brutal (o Jony lançava-a quase sempre de forma irresistível aos demais), que não permitia aos mais justos (como eu...) disfarçarem as limitações.
Refira-se que, no início da ligação Póvoa da Galega e Tesoureira, o Manso e o Salvador entraram em fuga, saindo bem da cabeça do pelotão, mantendo bom ritmo. A prová-lo está o facto de o grupo principal os ter alcançado apenas na fase final desse trajecto, depois de uma louca correria, sempre acima dos 30 km/h. Quando os fugitivos foram absorvidos, o Rocha, mesmo sem fôlego mas sempre com uma tiradas oportunas, dizia ao seu amigo Manso: «Meterem-se em fuga foi o melhor que vocês fizeram...»
Daí para o Alqueidão, na subida mais longa da jornada, o Carlos Coelho voltou a pisar forte nos crenques, levando apenas os que conseguiram aguentar uma média de 26 km/h até ao Alqueidão. Mas desta vez, a acumulação de esforços «pesou-lhe» no último quilómetro, cedendo, tal como eu, a mais uma forte mudança de velocidade do Jony, a que apenas seguiram o Freitas, o André e (creio...) o Carlos Gomes.
Na passagem pelo Sobral, os «guerreiros» pararam para se refrescar e para os resistentes do grande pelotão voltarem a reagrupar, antes de seguir para Arruda. Na descida, o Freitas tentou a sua sorte, mas os perseguidores não lhe concederam grande vantagem, reabsorvendo-o dentro da vila. Nesta fase rolou-se bem acima dos 50 km/h.
Restava a subida de A-do-Barriga. E desta feita fui eu a (tentar...) meter o ritmo, primeiro até ao topo do cemitério – onde parecia ser do agrado geral não fosse mais uma aceleração explosiva do Jony. Restabeleci-me na curta descida e voltei para a dianteira na subida final. Mas só nos primeiros metros, porque o Carlos Coelho dinamitou o grupo. Numa fase inicial, apenas o Freitas conseguiu corresponder. E muito bem! Mas o André, o Duarte e o Carlos Gomes «entraram» pouco depois, e logo a seguir o Jony, vindo de trás... de mim como uma bala. Galgou a desvantagem num ápice e entrou no grupo da frente, de onde começava a descair o Carlos Gomes.
Distanciado pelo grupo da frente na subida, recuperei até ao início da descida para Alverca. De resto, tal como um grupo perseguidor que contava, entre outros, com o Salvador, o Rocha, o Zé- e o Pina – que participaram nas despesas da descida, a grande velocidade (48 km/h de média), ainda e sempre sem destoar da toada dominante do dia!
Nas incidências descritas pouco ou nada mencionei, por exemplo, o Gil, o Zé- e os próprios Pina, Steven, João do Brinco, Samuel e Zé Morais, mas tive constata-se que, na generalidade, a sua boa forma contribui bastante para o que referi logo no início da crónica: para o nível médio do grupo estar alto nesta altura do ano. Infelizmente, para eles, no domingo foi, repito, daqueles dias em que se cavam as diferenças!
No próximo domingo, como é tradicional no feriado anual de Loures, vai-se a... Montejunto. Via Sobral e Vila Verde dos Francos.