Por estes dias, a adesão às saídas domingueiras tem sido cada vez maior, a motivação e o nível colectivo mais ainda. Prova que o grupo finalmente está melhor e... recomenda-se! A fórmula das últimas semanas tem resultado em cheio, imune a todos os efeitos «inflacionistas» que a presença assídua de elementos de patamar «competitivo» superior à media. Aliás, pelo contrário, tem sido o seu comportamento correctíssimo e amiúde os seu úteis ensinamentos a ajudar a (r)estabelecer a confiança no seio do grupo. Duarte, Paulo Pais, Runa, Jony, entre outros.
Foram duas as grandes surpresas do dia: o regresso saudado do Nuno «Papá» Garcia, cuja pilosidade abundante é demonstrativa do seu pouco envolvimento na prática da modalidade nos últimos meses. Embora o seu satisfatório desempenho, numa volta com percurso tão exigente, tenha deixado a ideia de haver actividade específica entre biberões e mudas de fraldas; e a presença do Mário Fernandes, que esperemos ser para continuar, porque muito enobrece o nosso grupo contar com a experiência e o companheirismo de personagem de tão elevadas qualidades desportivas e humanas.
Voltemos à estrada, para referir que o esforço na longa ascensão do Tojal à Venda do Pinheiro foi muito bem gerido, graças ao andamento moderado – em comprometimento com uma toada que tem ajudado ao colectivismo e que assim se deverá preservar. Pelo caminho, todos os elementos que o pelotão foi recrutando entraram no «ritmo» regulamentar, e agradeceu-se.
Agora com o grupo na sua máxima composição, desceu-se a toda a velocidade para Vila Franca do Rosário. Na subida para a Azueira, as primeiras acelerações. Todavia, falta de conhecimento do percurso forçou os mais adiantados ao reagrupamento no cruzamento para a Freiria – quando já se preparavam para seguir em frente para o Sobral da Abelheira. Não era esta a ocasião...
Novas movimentações na Encarnação, e o mesmo desfecho. Engano no trajecto. O quarteto que se destacou (Runa, André, Duarte e Carlos do Barro) «fez-se» ao resto da subida, quando o percurso seguia pela esquerda, no cruzamento à entrada da vila, em direcção à Galiza e Ericeira. Pior: nenhum dos quatro se apercebeu – e não tivesse sido eu a fazer um «forcing» no seu encalço para, ao menos, colocar-me à distância de poderem ouvir-me (gritar!), provavelmente só dariam pela desorientação... em Torres Vedras.
No entanto, nem todos tiveram bons ouvidos. O Runa foi um deles, e só ao telefonema do Paulo Pais respondeu... para dizer que tivera um furo. Fomos andando, os três resgatados, eu e o Paulo, na perseguição ao pelotão. Alcançámos-o em plena subida da Galiza, a lidar com as fortes inclinações daquela curta mas dura rampa. O Duarte subiu a ritmo forte. Eu fiz o mesmo, embora tivesse entrado mais tarde. Boas sensações. No topo, o grande grupo deteve-se à espera do Runa. E de tanto esperar... desesperou! E a maioria decidiu zarpar, devagar, a caminho da Ericeira, até lá com Ribamar e Ribeira d’Ilhas ainda para negociar.
Ficaram a aguardar o retardatário, praticamente os mesmos do primeiro acto: eu, PP, André e Duarte. Os minutos passavam sem que aparecesse. Permanecemos ferreamente, mas o PP começava a desesperar. E a ficar furioso com a demora. No limite da sua tolerância, eis que, finalmente, surge o homem por quem se esperava. Explicou que a reparação tinha sido mais complicada que o previsto... Mas agora, havia que meter «ferro» para alcançar o pelotão.
Em princípio, o nosso atraso não deveria ser problemático, nem implicar uma correria. O pelotão deveria neutralizar-se na Ericeira, como tinha sugerido na apresentação da volta neste blog. Contudo, como é habitual nestas situações... enquanto não se «agarra o rabo ao gato», é andar como se não houvesse amanhã! E assim foi. O quarteto carregou nos crenques e em colaboração cumpriu a distância entre S. Lourenço e a Foz do Lizandro à média de 37 km/h – as rampas de Ribamar e Ribeira d’Ilhas foram de foguete! E as descidas, de foguetão. Na de Ribeira D’Ilhas, o velocímetro marcou 80 km/h.
Em Ribamar, sucedeu um episódio curioso: na parte final da subida, com as caldeiras em brasa, ultrapassámos dois ou três ciclistas, em passo moderado. Um deles conhecia o PP – afinal, quem não conhece? – e esforçou-se para se chegar e falar-lhe: tinha um recado! Imagine-se, a atenção prestada pelo bom do PP. Tudo isto, misturado com os gritos do Duarte e do Runa ao André, contrariados com os esticões que este dava sempre que passava para frente. Uma barafunda... a 40 por hora. Às tantas, o tal ciclista é forçado a desistir da ideia de querer dialogar a 200 pulsações, mas antes de voltar ao seu andamento tranquilo, talvez «ressabiado» com a falta de reciprocidade, não e coibiu de lançar uma farpa ao grupo: «Dá-lhes jovem – referindo-se ao André –, os gajos estão à rasca!». Dá, dá... que os velhos fazem-te a folha (por «folha» entenda-se «dar tau-tau», já que o resto não é assim tão fácil.
Na Ericeira, o pelotão não constava, o que levou a prolongar cavalgada até à subida do Pobral (Foz do Lizandro). Aqui, a média foi de 25 km/h, de permeio com um chorrilho de queixas sempre dos mesmos e com o alvo de sempre. Este, às tantas, fartou-se das reprimendas e contra-atacou. «E se vocês, em vez de gritar, andassem mais um bocadinho?...» Curiosamente, não teve a resposta que se previa. Em minha opinião, o André pode não ser o melhor companheiro (mesmo quando decide colaborar...): não passa progressivamente para a frente, força até chegar a partir e não tem cuidado em tentar aperceber-se disso. De qualquer modo, nalgumas situações, em subida, não foi isso que sucedeu, mas sim uma indiscutível dificuldade dos restantes em acompanharem o seu andamento. Por isso, quando o «puto» decide trabalhar – por ser tão raro – deve-se cerrar os dentes na sua roda e... aproveitar a boleia. Porque vai andar...
Finalmente, nas bombas do Pobral, o pelotão aguardava, tranquilo, longe das altas andanças do quarteto que se atrasara. E o Carvalhal ali tão perto...
A curta ligação ao cruzamento de Alvarinho, que dá acesso à subida, não foi propriamente pacífica. Os dois condutores do pelotão – Salvador e Capitão – talvez não se tenham apercebido, mas o seu bom andamento, que eu aproveitei desde logo a seguir ao arranque das bombas, apanhou o pelotão desprevenido chegou a cavar-se um fosso de cerca de 50 metros que, talvez, pela minha presença na dianteira, obrigou a fechar rapidamente espaço devido à proximidade da subida.
Algures nessa breve transição, o Salvador ainda instigou o Capitão a insistir na iniciativa, com o intuito de entrarem com avanço na ascensão. Ao que segundo disse não estar interessado, que «o melhor era guardar forças». Fê-lo com sensatez, e o seu parceiro só teve a agradecer, pois o seu retraimento, naquela altura, valeu-lhe óptimo desempenho na subida. Tal como ao... sensato. Devem tomá-lo como ensinamento, digo eu, principalmente o Salvador.
Enfim, o Carvalhal. Antes a descida, rápida, perigosa, e ainda mais porque foi atacada, gerando alguma inquietação. O André teria o objectivo de esfrangalhar o pelotão, mas este acabou, na medida dom possível, por entrar agrupado nas primeiras rampas estreitas, que empinam a mais de 10%. O André foi avante com as suas intenções e atacou desde o início, ganhando cerca de 20 metros. Ninguém respondeu. Mas ele deteve-se e a dianteira do grupo absorveu-o em poucos metros. Entretanto, procurei desde logo encontrar o carreto mais adequado e ao encontrá-lo meti o «meu» andamento. Na altura, o Freitas estava ao meu lado, e perante o meu súbito adiantamento, exteriorizou: «eh, onde é que vais?». Respondi com o que me saiu da boca: «Vou-me embora!». E fui. No grupo principal, não só não houve reacção imediata, como esta demorou. Mais do que seria previsível. Provavelmente, o mau momento de forma que tenho atravessado deve ter sido a razão do impasse. Mas como não revelava sinais de fraqueza (depois de dois meses, as pernas estavam a finalmente a corresponder), a perseguição não poderia tardar muito mais.
O Runa foi o primeiro a partir no meu encalço. O André saiu logo a seguir. Foram os únicos. O Runa chegava à minha roda e lá se manteve durante algumas centenas de metros, até decidir atacar. Não tive hipótese de sequer esboçar uma reacção. Adiantou-se rapidamente cerca de 30 metros mas estabilizou. O André seguiu-se-lhe. Só que demorou menos atrás de mim e só um pouco mais na roda do Runa. Depois do «descanso» na subida, logo que a pendente voltou a aumentar, partiu sozinho. Aparentemente, em definitivo.
O Runa acusava o desgaste e entrou em ligeira perda. Deu-me novo alento e alcancei-o pouco antes do quilómetro final, quando a subida suaviza. Quando cheguei, não o ataquei. Pelo contrário, incentivei-o a aliar-se na perseguição. Mas ele não podia, e cedeu. Então parti em busca do André, que tinha cerca de 100 metros de vantagem. Meti a pedaleira grande e forcei. Demasiado tarde para o alcançar, mas o facto de chegar ao alto com apenas um décimo do atraso inicial, deixou-me amplamente satisfeito. Média na subida: 21,5 km/h. Contudo, foram somente indicações de progresso, pois faltam limar muitas arestas para atingir a forma ideal.
Pouco depois, chegava o Runa, logo a seguir o grupo do Freitas, com o Duarte e o Paulo Pais. Mais tarde, mas com aproximadamente um minuto apenas de desvantagem para o tempo mais rápido da subida, chegou o Zé-Tó na companhia do Carlos do Barro, que tinha entrado destacadíssimo na subida – nós passámos por ele, pouco depois de o Runa me ter ultrapassado. O Salvador e o Capitão poucos segundos depois – igualmente muito bem. E os restantes no mesmo registo positivo. Nota de destaque para o Grande Abel – igual a si próprio: excelente! - e o Senhor Zé (com S grande) que este ano está a superar-se.
Entre Igreja-a-Nova e a Malveira houve ainda uma perseguição forte de um quarteto, conduzida pelo incansável PP, a um duo que não foi mais fraco, André e Mário Fernandes. Quanto a este, deixem-no perder alguns quilinhos...
Nota: como se pode observar em rodapé, voltou a ser permitido efectuar comentários directamente no blog. Todavia, estará accionada uma função de moderação, em que os mesmos só serão publicados (exibidos), depois de revistos e com a devida permissão do autor deste espaço – a minha.
5 comentários:
Amigo!!!
desde ja as minhas felicitações pelo blog!!
Gostava de saber o teu email para futuros contactos como objectivo talvêz o participar de algumas etapas em conjunto e tambem algumas ciclomaratonas!!!
Abraços
TO MONTEIRO
durosdopedal@gmail.com
Desde já os meus cumprimentos, camarada Monteiro, e a retribuição das felicitações pelo vosso blog (durosdopedal@blogspot.com) e pela actividade do vosso grupo - que é prova do apreço pelo ciclismo que nos é comum.
De resto, como deverás saber, já tinha comentado uma das vossas últimas crónicas.
O meu e-mail é ricardo.jxcosta@gmail.com
Tomo a liberdade de falar pelo nosso colectivo, afirmando que teríamos igualmente muito gosto de alinhar em conjunto nos eventos que sugeriste. Vamos manter-nos em contacto...
Nota: para quem não sabe, os Duros do Pedal são um grupo de Massamá/Algueirão (Tó, corrige-me por favor se tiver enganado), tal como o nosso, com calendário de temporada elaborado e forte adesão todos os domingos. Pelas características das voltas (percurso e distância) fazem jus ao nome: Duros. E sempre fortemente motivados, que é o mais importante!
A propósito, já nos cruzámos, em Montejunto: quando ascendíamos, há duas semanas, houve um grupo numeroso que descia: eram eles!
Abraço
Ricardo Costa
Obrigado Ricardo pelas palavras sobre a minha pessoa!
Também dizer que foi com muito prazer que fiz este treino conjuntamente com o vosso grupo.
Dentro da medida do possivel espero continuar a dar o meu contributo para o grupo assim como também aprender com vocês.
Ricardo a melhor decisãona na minha opinião que tiveste foi abrir novamente os comentários no blogue mas com moderação ! muito bem.
Penso também que o pessoal deve conhecer previamente bem as voltas a fazer assim como os pontos de neutralização que devem ser respeitados por todos sem excepção penso eu.
O André não conhecia realmente anda bastante bem assim como o grupo de um modo geral e tu e o Runa estão a ficar bem de forma ,quanto a mim espero perder uns 10 kilitos porque assim quando toca a subir parece que levo um saco de batatas ás costas hehe.
Abraço a todos
Mário Fernandes
grande treino akele malta....parabens.
até a proxima.
Muito bom teres arranjado forma de moderar (vulgo controlar) os comentários.
Onde é a voltinha do próximo domingo?
Ainda estou a ganhar coragem para me juntar a vocês, dado que tenho estado um pouco parado. Pode ser que seja já este domingo :D
Abraço
Enviar um comentário