segunda-feira, dezembro 28, 2009

Crónica de Santo Isidoro

No fecho de mais um ano de voltas domingueiras, mais uma com significativa adesão a demonstrar vitalidade e a prognosticar nova temporada extremamente prometedora. Este tema fez conversa em fases distintas da tirada de ontem.
Primeiro, pelo Mota, regresso saudado após muitos meses de outro meu conterrâneo alverquense que engrossa um grupo que já mete respeito, a atentar pelos indicadores deixados nos momentos de maiores intensidade desta e das últimas jornadas, nomeadamente pelo Capela, o Jorge e o Carlos Cunha. Mostrava-se, então, surpreendido o Mota, nos quilómetros iniciais, percorridos ainda a ritmo brando, com o tamanho e aparente motivação do pelotão. «A malta está a andar, e a querer andar mais desde já...», frisava. Concordei.
Depois, numa fase intermédia da volta, o assunto voltou à liça, enquanto debatia com o Hugo Maçã pontos de vista sobre as principais incidências de algumas das estreantes Clássicas do ano que agora finda: Santarém, Évora, Fátima... Num registo que deixa antever a continuidade da saudável competitividade nestes eventos «especiais», que deixaram cartel que extravasou o âmbito do próprio grupo e que prometem renovados momentos de interesse em 2010. A propósito, na volta de ontem registou-se outro regresso saudado após longa ausência: o Hugo «Garfield» Silveira, elemento em destaque nalgumas «conquistas» da equipa Ciclomix em 2009 – em início de preparação e bem a tempo de voltar a defender as suas cores nos pontos altos do próximo ano.
E por fim, talvez a opinião mais curiosa – porque de todo inesperada –, foi proferida pelo Carlos, dos Ciclomoinas, quando eu, o Jony e o André encontrámos o «seu» grupo já no regresso a Alverca. Pouco depois de nos cumprimentar, dirige-se a mim, embora espectador não presente mas como se adivinhasse o que se passara naquela manhã, sentindo dever fechar o tema do dia (e de final de ano) proferiu uma expressão eloquente e premonitória: «A próxima Primavera-Verão vai ser bem interessante!».
Como estamos ainda a alguns meses, concentremo-nos no presente e na breve história desta volta de Santo Isidoro, algo atípica porque desde cedo se verificaram «abordagens» bastante diferenciadas no seio do numeroso pelotão. Um lote muito restrito a dar corda aos seus ímpetos – enfrentando, principalmente as subidas, a elevada intensidade; e outro, muito reservado, a gerir esforços de uma quadra natalícia «carregada» de quilómetros ou, simplesmente, porque não se encontra (ainda...) em condições físicas de acompanhar os mais fortes neste momento em terreno selectivo. No primeiro lote, esteve o Capela, o Jorge, o André, eu (ontem senti-me em condições satisfatórias para experimentar meter-me entre os homens que têm dado cartas nos últimos dois meses), mas também o Ricardo (BH) ou o Gil.
Foram só estes que se apresentaram no grupo que chegou isolado ao topo da Venda do Pinheiro (vertente da Chamboeira) – além do Ruben, que pouco depois abdicou de continuar em prol da companhia do seu tio Barão.
O pelotão, como se percebe, fraccionou-se... em cada subida, rolando compacto por escassos períodos. Nem o longo falso plano descendente entre Mafra e Ericeira foi excepção!
A subida nuclear do percurso, Santo Isidoro, não fugiu à regra e cavou naturalmente o maior de todos os fossos do dia. Foram os mesmos da Chamboeira a participar, mas muito menos os que chegaram à frente, no alto. O andamento foi rijo desde a entrada, imposto, inicialmente pelo Capela, e após as rampas mais duras até ao final pelo Jorge. A cumplicidade destes dois (alverquenses) reforça-se cada vez mais, principalmente em subida, e foi fundamental para que ambos controlassem o ritmo da ascensão, desencorajando a eventuais iniciativas «contrárias», principalmente do André, que comigo completou o quarteto que se definiu a cerca de meio da ascensão. Apesar do bom ritmo, o tempo da subida (7m50s) ficou a 23 segundos do (meu) melhor registo, curiosamente, realizado em duas ocasiões, em fases distintas das temporadas e com dois «ajudantes» diferentes: em 30 Dezembro de 2007, sempre na roda do Renato Hernandez; e em meados de Julho de 2008, com boa colaboração do Freitas.
A parceria do duo Capela-Jorge, eficiente em Santo Isidoro, não foi, todavia, suficiente para resistir à mudança de velocidade do André, mais tarde, na curta mas inclinada rampa da Abrunheira (variante de Mafra). Primeiro, porque cedo o Jorge não se mostrou tão disponível como em Santo Isidoro; segundo, porque o Capela não conseguiu esconder o que foi, talvez, o seu primeiro momento de fraqueza desde a sua entrada em cena, em Novembro. Quando o André fez a mudança de velocidade, a cerca de 300 metros do alto, ultrapassando-o e depois acelerando o ritmo progressivamente deixando-o em dificuldades, abriu-se um espaço que só eu fechei... até escassos metros do alto, quando me saltou o pé do pedal esquerdo (tal como há algumas semanas na subida de Vila Franca do Rosário, à chegada à Malveira). Falta de aperto do «dito» foi hipótese, mas já em casa pareceu-me mais provável a tese de avaria. Despesas, ai, ai!
A partir da Abrunheira, não acompanhei mais a «cabeça» do pelotão – que não esperou pelo reagrupamento completo (faltava chegar o grupo do Abel). Terminavam, para mim, as secções de alta intensidade (e ainda bem, porque já foram suficientes!), mas, segundo soube, os mesmos protagonistas nas ocasiões que descrevi mantiveram o andamento «lá em cima», travando-se de razões, como seria previsível, no alto de Guerreiros.
Vem aí ano novo, e a coisa promete...

Nota: no decurso desta semana será oficializado (publicado aqui e afixado na loja Pina Bike) o calendário da temporada 2010.

1 comentário:

DUROS DO PEDAL disse...

Nos dias que correm é interessante ver a vossa dedicação para com este desporto parabens !!!
Felizes pedaladas em 2010!!!
TO MONTEIRO
``DUROS DO PEDAL´´