Há vários
anos que o grupo Pina Bike é uma referência para outros que foram surgindo,
como prova da dinamização do ciclismo de estrada amador na nossa região e no
país. Exemplo que deve ser motivo de satisfação e até de um certo brio para
todos os que nele participam com assiduidade e se sentem envolvidos no espírito
de sã camaradagem/competitividade, e que tanto beneficiam da sua organização, através
de um modelo cujo mérito é comprovado pela sua reprodução por outros grupos, como
do nível de andamento, geralmente exigente, para desfrutar dos «prazeres» do
ciclismo, que mobiliza inúmeros praticantes de diversas proveniências que todos
os domingos se juntam a um núcleo de «infalíveis (habitués)» que têm mobilizado
novos recrutas e estimulados os «veteranos» que partilham do mesmo espírito, de
camaradagem, desafio e, porque não, sofrimento, ao integrarem um grupo «de
nível» e que nos últimos tempos têm ajudado a engrossá-lo em número e, assim,
contribuído para assegurar a sua atividade e longevidade.
No entanto,
para garantir, efetivamente, estas duas premissas últimas, há momentos da vida
de uma organização/coletividade (de um grupo como o nosso) em que é preciso
proceder a correções e remodelações para o aperfeiçoar – como no setor automóvel,
um «restyling». Reforça-se: o objetivo é o de melhorar! Por isso, como em tudo o
que não depende de uma autoridade... autoritária, as alterações ao figurino são
suscetíveis de serem colocadas em dúvida, ou mesmo em causa, e as suas virtudes
questionadas e submetidas a aprovação dos demais envolvidos – e de envolvidos
entenda-se TODOS os que sentirem como tal e não apenas os mais assíduos.
De qualquer
modo, sinto-me no dever de fazer um ponto prévio para justificar a iniciativa,
que assumo como pessoal. Para fazê-lo, «puxarei dos galões» para, embora sem
presunções, assumir a responsabilidade da minha condição de principal
responsável pelo atual método organizativo deste grupo – com defeitos e
virtudes inerentes -, e como amante e praticante inveterado da modalidade, querer
estar ao melhor nível de forma física/competitividade, para tal consumindo
muito do meu tempo disponível para as atividades da bicicleta. O resultado do
treino permite-me alinhar no denominado grupo principal (que nos últimos tempos
foi nomeado, com a propósito, de Equipa A ou Pro Tour...) com a motivação e o
empenho máximos: e que me leve a afirmar que não haverá ninguém que aprecie
mais as incidências próprias do ciclismo (competitivo), a velocidade, as médias
elevadas, os ataques, as fugas, as perseguições.
Por isso,
não faço as seguintes sugestões/recomendações para satisfazer pretensões
pessoais – aliás, admito que o chamado andamento livre é o que mais me agrada.
Sempre apreciei o convívio dos melhores (e dos melhores que eu!) – tenha a
convicção que evoluo muito mais com eles do que sem eles. E sofrer (o bom
sofrer) para acompanhá-los e/ou não consegui-lo não me reduz. Pelo contrário,
faz empenhar-me ainda mais em (tentar) progredir. Assim, feito o exaustivo mas
necessário ponto prévio, passemos ao que interessa.
Deverá
proceder-se a algumas alterações no figurino das voltas com o objetivo primordial
de congregar, o mais e melhor possível, maior número de participantes de
diversos níveis no grupo principal – refiramo-lo, sem pudor, tão-somente como o
ÚNICO grupo PINA BIKE, independentemente da sua letra de classificação. Aliás,
sublinhe-se que não se trata de uma cedência aos que intitulam de grupos
secundários que divergem sistematicamente na hora de partida e frequentemente
no percurso, mas em benefício dos que – FELIZMENTE MUITOS E CADA VEZ MAIS - sem
«receios» infundados e muitas vezes com sacrifício físico e psicológico, se
apresentam à saída com o grupo PINA BIKE.
- Na
primeira fase da volta deverá ser mantido um «ANDAMENTO DE REFERÊNCIA» do
pelotão - não se deve pressupor como baixo, moderado, alto ou outro... mas sim compatível
com o «nível» do grupo. Para não haver dúvidas, EU ASSUMIREI ESSE ANDAMENTO DE
REFERÊNCIA, quer conte ou não com a «solidariedade» dos demais, embora a
solicite desde já, fazendo um apelo DIRETO aos que compõe atualmente o núcleo
do grupo. Tanto mais que deverão ser eles a assumir essa
tarefa/responsabilidade na minha ausência (sobre ausência pressupõe-se também
as ocasiões em que eu não tiver «pernas»...) De resto, essa tarefa não me impõe,
e aos outros que comigo alinharem, a obrigatoriedade de ter de «meter o
andamento», de ter de puxar sempre, nessa referida fase inicial. Outros poderão
fazê-lo – e TODOS ESTÃO LIVRES DE NÃO QUERER SEGUI-LO OU RESPEITÁ-LO – no grupo
Pina Bike não há leis! Reforce-se: será apenas ANDAMENTO DE REFERÊNCIA.
- A fase de ANDAMENTO DE REFERÊNCIA será no
início das voltas e depende, na sua intensidade e duração, da tipologia de cada
percurso. Em particular, da sua altimetria na fase inicial. Aponta-se para uma
EXTENSÃO ESTIMADA DE MAIS OU MENOS 20 KM e NÃO ANULA as tradicionais
NEUTRALIZAÇÕES PARA REAGRUPAMENTO, se as houver.
- A partir
desta fase, o andamento será livre, como sempre. E também NÃO ANULARÁ EVENTUAIS
NEUTRALIZAÇÕES PARA REAGRUPAMENTO, se as houver.
-Em suma,
pede-se apenas uma maior contenção aos mais fortes e/ou empertigados na fase
inicial das voltas, em benefício de uma cultura de pelotão, que, creio, é uma
das lacunas do grupo Pina Bike – principalmente nas voltas que não são
maioritariamente planas.
-
Finalmente, uma segunda remodelação, que tem a ver com o ligeiro aumento da
distância nalgumas voltas, para um padrão a rondar os 100-120 km (atualmente
90/100 km) para corresponder ao indiscutível aumento da média horária (padrão
de 33 km/h no plano e de 30 km/h no «acidentado») e apontando para um tempo de
duração médio entre 3h30 e 4h00.
- SUGESTÕES E OPINIÕES, AGRADECEM-SE!
10 comentários:
Ricardo a ideia é boa vamos ver se a malta põe em pratica
Excelente ideia no que a mim me diz respeito, apesar de só (tentar) andar com o grupo Pina a meia dúzia de meses.
Todos nós somos uns mais outros menos competitivos, mas no que a mim me diz respeito só não ando com a dita equipa A porque não tenho capacidade, mas não é isso que me desmotiva antes pelo contrário ando a treinar como já não o fazia á alguns anos tudo isto com o a ideia de me conseguir manter mais tempo junto da equipa A (gosto da velocidade, gostos das médias dos despiques saudáveis, quem não gosta ?).
Agora não se pode pedir a quem treina mais, quem tem mais tempo disponível mais capacidade física e poderia enumerar variadíssimas razões, que espere pelos menos capacitados, dai eu achar uma ótima ideia os primeiros 20km serem a um ritmo moderado e a partir dai formar-se-ão diversos grupetos ao nível de cada um.
Amândio Morais
Já dei umas voltas com o Grupo ocasionalmente e conheço mal as motivações e ligações entre os membros. Apesar disso, atrevo-se a comentar: O espírito do Líder é, sempre, quase tudo! Estou sensibilizado com a intervenção, a recomendação e pelos valores que antecipam os primeiros. Os meus parabéns. A bicicleta é uma escola de vida!
Não conheço bem o Grupo. Apenas partilhei umas voltas ocasionalmente. Apesar disso, atrevo-me a comentar: a liderança é quase tudo. A intervenção, as preocupações e os valores que antecedem os primeiros, deixam-em sensibilizado. Aperfeiçoar é subir patamares! A bicicleta, também pode ser uma Escola de Vida!
Apesar de não ser dos mais assíduos, não poderia estar mais de acordo. Parabéns Ricardo acho que fizeste uma Leitura correctíssima da situação.
Não sendo eu dos mais assíduos, não poderia estar mais de acordo contigo Ricardo. Acho que fizeste uma leitura correctíssima e estou seguro que estas medidas só vão aumentar ainda mais o nível do grupo, e o prazer que cada um tem em poder fazer parte dele.
Ricardo
Parabéns para ti por analisares o meio envolvente e adaptares o modelo.
Agora, a malta tem de participar, nem de ciclismo falam? Porra este país está a ficar com mentes bloqueadas.
Atenção no debate de ideias não teremos de concordar, o abanar a cabeça e dar ao rabo soa-me!..., temos de deixar de ser assim, temos de pensar refletir e falar.
Voltando à tua proposta. Acho que poderá unir mais a malta e os primeiros km poderão ser utilizados para um aquecimento em condições dos "Pros".
Para todos um abraço
Boas pedaladas, sejam felizes e já agora participem mais em tudo na vida, aaahhh
Pedro Fernandes (Carregado)
Aprovo as 2 remodelações aqui referenciadas até porque ambas têm o condão de aumentar o nº de participantes à partida/chegada, cria espírito de entreajuda entre os colegas e acima de tudo o divertimento em pedalar. Para alguns ajuda a desanuviar as semanas de trabalho stressantes e chatices, e nada melhor que pegar na bicla e sair porta fora, a ver paisagem em pelotão numeroso.
As voltas de Domingo para muitos são já o culminar de uma semana de treinos, pois o objectivo que cada um estabelece para si próprio é feito durante a semana, a solo ou com 1/2 colegas de treino, com vista à participação em eventos estilo skyroad, challenges, ultramaratonas,masters, provas BTT, entre outros. Ao fim de semana já dá tempo para aumentar a carga horária, daí que esta medida surge em boa altura
Subir a parada na distância também é adequado, os dias vão estar maiores, metereologia mais favorável e vai permitir encaixar mais Kms até ao Verão.
Até Domingo,
RA
Malta, muito obrigado por estarem a contribuir para este «diálogo». Vamos então a isso!
Ricardo, estou plenamente de acordo com a nova prática das voltas, até porque facilitara finalmente a todos saída no horário previsto. Excelente ideia.
Jorge Vialonga.
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