quinta-feira, agosto 09, 2007

Feriado em Montejunto: a crónica que faltava

A pedido de várias família e como não gosto falhar a compromissos, eis a crónica de Montejunto, no passado dia 26, ferido municipal em Loures. A possível, dada a distância que já está...

Feriado em Loures, gazeta para a maioria dos trabalhadores por conta de outrem do pelotão Pina Bike a labutar no município. Por tradição, essa malta gosta de se sacrificar mesmo em folga e todos os anos não prescinde de uma esticadinha a Montejunto. Não fazem por menos!
No último dia 26, lá estavam eles, preparados para o castigo, e contando com a adesão por solidariedade, imagina-se, de mais uns quantos de outras paragens com disponibilidade matinal. O dia amanheceu farrusco, a ameaçar chuva e desgraçadamente batido a vento. O grupo reuniu-se em Bucelas (para variar, das bombas de Loures) e bem composto, mas partiu esfrangalhado e pachorrento em direcção ao Forte de Alqueidão. O Carlos do Barro e o Evaristo com avanço (no primeiro já não espanta!), e os restantes concentrando-se aos poucos até formarem, finalmente, pelotão digno desse nome após os primeiros quilómetros da subida ao Alqueidão.
Apenas ficou a faltar o Hélder, à espera dos colegas que tinham, segundo ele, adormecido (Enfim, alguém que parecia saber aproveitar o feriado!). Resultado: Saíram com relativo atraso, e desde logo ficou esclarecido que só muito mais tarde o veríamos. Pois não havia dúvidas que o voltaríamos a ver, esmo que, como se esperava, o obrigasse a desenfreada perseguição. Mas também ficou imediatamente confirmado que não teria condições de estar «efectivamente» na subida. Mas lá iremos...
A subida para o Forte de Alqueidão não teve história, embora o andamento forte do possante Renato Hernandez, contra o vento, causasse a fracção no pelotão. Adiantou-se quem considerava que o esforço não iria «pesar» em Montejunto: além do Renato, só eu e o Jony.
A partir do Sobral, o cariz da tirada mudou radicalmente. O ZT isolou-se e o Evaristo foi o único que não estava disposto a deixá-lo ganhar avanço. Durante a descida para a Merceana, os dois fugitivos rapidamente ganharam distância... pouco habitual! Como se esperava, o pelotão entrou estado de alerta e «meteu uma abaixo». E então quando tinha a fuga controlada, teve, por fim, atitude habitual: anulou-a assim que pôde – ainda antes da Merceana. O principal obreiro foi o Jony, que manteve o ímpeto da descida na complicada ligação a Freixial ao Meio e Atalaia, causando, naturalmente, a selecção.
A partir daí, o andamento não voltou a descer. Ou parecia que ninguém queria vê-lo descer. Inclusive o Hernandez e o Evaristo. Sem surpresa, depois de Atalaia já só sobrava um pequeno grupo - Jony, Ricardo, Hernandez, Carlos do Barro, Evaristo e João do brinco –, que entrou isolado a Vila Verde dos Francos.
A subida a Montejunto voltou a não trazer grande história, apenas o desenlace previsível do atraso do Hélder à saída de Bucelas, embora reconhecendo já não esperar naquela altura voltar a vê-lo. Após as primeiras rampas, em que impus andamento que só o Jony conseguiu seguir, na pequena descida, enquanto aproveitávamos para aliviar um pouco as pernas, somos sobressaltados pela passagem de rompante do Hélder! O Jony ainda «engatilhou» mas nem chegou a ser preciso «disparar». O homem esclareceu imediatamente que tinha vindo «a abrir» desde Bucelas, «a 30 à hora contra o vento no Alqueidão», segundo ele, e que «não estava em condições de acompanhar o ritmo na subida». Ou seja, veio dar um ar da sua graça. E foi precisamente o que fez. Quando o terreno voltou a empinar, meti novamente a «marcheta» e só o Jony conseguiu acompanhar-me.
A partir daí, foi uma subida muito interessante, realizada «a dois», em entendimento perfeito, permitindo igualar o tempo realizado (por mim) na última vez que o grupo tinha ali subido, numa terrível manhã de frio e nevoeiro. O «crono» agora efectuado (27.18) e o facto de termos chegado a par ao alto, demonstra, antes de mais, a grande evolução do Jony em subidas longas.
Os restantes chegaram a conta-gotas, com o Carlos do Barro a realizar um boa subida (mais uma vez prescindiu de tentar seguir-nos, quando tem condições para o fazer... E já o provou em mais que uma ocasião). Depois de uma abordagem demasiado cautelosa à subida, foi progredindo e deixou para trás o grupo do Hélder (que trouxe os tais dois colegas), o Evaristo (faz sempre boa figura em Montejunto, mesmo depois de grande actividade durante o percurso), o João do brinco (já a demonstrar apreciável subida de forma, que, de resto, tem vindo cimentar, como no último domingo, em Sintra) e o Renato Hernandez (a carimbar uma estreia auspiciosa em Montejunto).

Resta uma nota de realce no regresso: os que não tiveram a sorte de gozar feriado viram-se obrigados a regressar mais... rapidamente. Não esperava que fosso tanto. Decidimos fazê-lo por Abrigada... felizmente a favor do vento. Formou-se então um trio: eu, Jony e o Hernandez. O ritmo começou a «animar» no falso plano descendente do aviário, para Abrigada, onde o Jony meteu o ponteiro nos 70 km/h! Eu lutei por não perder a sua roda com todas as limitações do meu 50x12, a uma cadência de 130 rotações p/ minuto e os tendões a querer «saltar»! Entre o alto de Montejunto e Vila Franca realizámos a excelente média de 39 km/h! E com alguns momentos de relaxe... forçado, pois a facilidade com que o Jony acelerava nos topos deixava-nos imediatamente em dificuldades. O Renato tirou bilhete duas ou três vezes, mas, como é bravo, à chegada a em Alverca (quando me despedi) lá permanecia!

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