quinta-feira, agosto 16, 2007

Sto. Estevão e inédita subida a S. Romão

Sto. Estevão já se tornou a rainha das etapas planas. No nosso calendário anual, não há outra igual. É uma estafa de tão plana, regalo para roladores e tem a vantagem de atenuar diferenças no pelotão.
Na última quarta-feira, feriado nacional, realizou-se mais uma destas longas tiradas pela lezíria ribatejana, em que à falta de dificuldades de relevo houve o vento para a tornar tão exigente como que as demais. Mas o vento não foi o único obstáculo. O andamento fortíssimo ainda mais!
E quando os roladores do pelotão estão em forma: a média horária aumenta vertiginosamente e com ela as dificuldades. Desta vez, até faltou um dos elementos em melhor forma do grupo e fortíssimo rolador, o Jony, mas convenhamos que o Freitas, sozinho, chegou e sobrou para as encomendas. Pode não ter sido o único a demonstrar qualidades de rolador, mas poucos mais conseguiram fazê-lo com a mesma «eloquência».
O Rui Scott foi um deles, a espaços muito mais reduzidos. Acima de tudo, é um trepador que demonstrou ser ciclista completo, ao acelerar paulatinamente o pelotão até aos 45 km/h (sob acção contrária do vento) em plena recta do Cabo, só parando quando os «elásticos» começaram a esticar demasiado para muito boa gente, que se a correria durasse mais algumas centenas de metros certamente partiriam...
A partir daí, impôs-se uma barreira «psicológica»: os 50 km/h. Restava saber quem teria capacidade para batê-la. Naquele dia, quem melhor que o Freitas? Fez um trabalho de se tirar o chapéu, de Samora Correia a Benavente, onde, à chegada, «tocou» os 50 km/h. Mais uma vez, houve elásticos a esticar, mas o vento favorável atenuou o desgaste.
De resto, apesar de a velocidade não ter atingido mais essa marca, a verdade é que o ritmo de cruzeiro elevado, com primazia para a acção do Freitas, não permitiu que alguém ousasse escapar do pelotão. Aliás, penso que foi (ou é!) a única pecha destas voltas sempre a rolar – que até aprecio, apesar de não me serem favoráveis: uma boa perseguição dá sempre outro «gosto». Mas com velocidades de cruzeiro de 35 km/h (a média final foi superior a 32 km/h) e ímpeto para rapidamente ultrapassar os 40 km/h, não pode haver espaço à aventura.
A única perseguição fi-la eu (por iniciativa em solitário) ao quarteto (Fantasma, Salvador, Pina e João do brinco) quando este se isolou na recta do Cabo, no regresso, na sequência de um compasso de espera, após o Freitas ter parado para reabastecer em Porto Alto. Foram 10 minutos de alta intensidade, a solo, e com boas sensações tendo em conta os 100 km a rolar já percorridos (o que para mim é positivo!), mas não chegou para «encostar» nos ditos fugitivos até Vila Franca. Depois foi rolar até final, onde nos aguardava uma chuvada de Agosto.

Infelizmente, há a lamentar as quedas do Carlos do Barro (em Sto. Estevão) e do Salvador (em Vila Franca), a primeira com consequências bem mais graves – fractura da omoplata e de um dedo, e que só não foi ainda mais grave, graças ao (indispensável) capacete. Para ambos, o nosso encorajamento e os votos de rápida recuperação das mazelas.

Próximo domingo: inédita subida ao Santuário de S. Romão

Na senda do êxito das recentes tiradas Marginal-Sintra e Nossa Sra. da Ajuda, anuncia-se que, no próximo domingo (dia 19), está prevista a realização de outra super-volta, que, tal como aquela, promete ser extremamente interessante.
Pensou-se num percurso que correspondesse às características fundamentais da apreciada volta do passado fim-de-semana, um misto de planície com montanha, privilegiando muito mais a primeira, mas concentrando as principais dificuldades do relevo no final, e mantendo a distância (selectiva) superior a 100 km, aconselhando, a sensatez, que a abordagem à maior parte do trajecto seja «suficientemente» moderada.
Anuncia-se, então, o Loures-Santuário de S. Romão, na distância de 110 km (aprox.), cuja atracção é a chegada ao alto de S. Romão (santuário), inédita em voltas do nosso grupo. Trata-se de uma subida de 9 km no total, com cerca de 4% de inclinação média, dividida em duas partes, praticamente com os mesmos kms: a primeira inicia-se em Alhandra, para S. João dos Montes até ao alto de A-do-Barriga (4 km a 4,5%), no cruzamento da Estrada Nacional 248-3 com EN 10-6, de Alverca para A-dos-Melros e Adanaia; seguindo-se um falso plano de cerca de 1,5 km, antes da segunda fase da subida, para o santuário de S. Romão (3,4 km a 5,5%, até aos 350 m de altitude) – a 2 km de Lameiro das Antas, o cume da tradicional subida de S. Tiago dos Velhos, onde está prevista a concentração final da etapa.
Sobre as características da subida, apesar da inclinação média relativamente acessível (os referidos 4%), devemos considerar que está dividida pelo referido troço de cerca de 1 km em falso plano descendente, que, como facilmente faz deduzir que a percentagem média dos restantes 8 km é bem mais elevada, atribuindo-lhe dureza necessária para ser selectiva, principalmente após 110 km. Mas nada melhor, para quem ainda não a conhece, que fazer recomendável reconhecimento...
Quanto aos restantes 110 km, não têm outra dificuldade montanhosa que se compare. De resto, não oferecem grandes novidades à clássica volta da Ota. O traçado é conhecido (Loures-Tojal-Vialonga-Alverca-Vila Franca-Carregado-Alenquer-Cheganças-Ota) e a tradicional subida do Vale do Brejo está igualmente contemplada no percurso.
Todavia, em Aveiras de Cima, o percurso original faz uma variação, tomando o cruzamento à esquerda, logo a seguir à saída da povoação, para Pontével (por Casais Penedos). Logo após o cruzamento, há um topo de cerca de 800 metros bem inclinado e a ligação a Pontével faz-se em terreno «parte-pernas», embora descendente. O contrário acontece de Pontével para Cruz do Campo (cruz. EN 3), onde se sobe suave mas progressivamente. A partir de Cruz, à direita para Azambuja, retoma-se mais adiante o percurso da volta da Ota (no cruz de Aveiras) e ruma-se em direcção ao Carregado e Vila Franca, onde o «factor-empedrado» não poderá ser descurado, pois logo a seguir está Alhandra e imediatamente ao início da subida final para o santuário de S. Romão. Recorde-se que a concentração final está marcada para o cruzamento do Lameiro das Antas – a partir daí, a ideia é descer tranquilamente para Bucelas e para Loures (total 125 km).

1 comentário:

Anónimo disse...

Salvador

ricardo, quando é que é a serra? Dia 2 ou dia 9?
Obrigado