A volta dos Trepadores demonstrou a dureza que se sabe. Logo na abertura, a longa subida para o Forte de Alqueidão, espécie de aquecimento para os «exercícios» mais exigentes que se seguiam. Estive maioritariamente na frente, peito ao vento, conduzindo em andamento moderado o pequeno pelotão que saiu de Loures... com justificadas reservas em relação ao percurso desnivelado que se apresentava. Este grupo, com menos de 10 unidades, veio a «engrossar» com as entradas do Rocha, na parte final da subida, e do Pina, Salvador, Chico e Vaza depois do alto.
Após a ligação do Sobral a Arruda, começou o verdadeiro carrossel da tirada, com a abordagem à Mata. Depois de ter acumulado, no Alqueidão, mais desgaste do que perspectivara para esta volta-treino, para mim, a partir da Mata acabava-se a economia de esforço. O objectivo era «meter» intensidade alta desde as primeiras rampas e levá-la mais longe possível, de preferência, até lá cima. Só as pernas e as sensações comandariam.
Ao fazê-lo, fiquei imediatamente apenas na companhia do Runa (na véspera participara no Grande Prémio do Torrão, de Masters), mas este viria a abdicar ainda antes do primeiro «cotovelo». No entanto, integrou-se em quarteto, com o Vaza, Freitas e o Chico, que, por acção deste último, fechou a distância para mim num ápice. Talvez demasiado depressa, custando forças que vieram a faltar na derradeira fase da subida, depois da passagem pelas casas. Muito pouco adiante, mantendo o mesmo ritmo, voltei a ficar apenas com um único companheiro: agora, o Freitas – que me seguiu até ao alto. Não foi uma subida, ao máximo, porque o «treino» não acabava aí...
Por isso, o tempo realizado (11m51s) foi bastante bom, 13 segundos mais que o meu melhor registo... e sem qualquer ajuda de outrem. Pulsação média: 176 bpm.
Os perseguidores (Chico e Vaza) acabaram por perder mais tempo do que seria expectável após a recolagem inicial. Logo a seguir a estes chegavam o Evaristo, o Rocha e o Runa, e só mais tarde do Pina e Salvador.
Uma vez reagrupado, o minipelotão fez-se à descida para Bucelas, e aí, ao contrário do que seria de esperar nas transições entre as subidas, considerando a dificuldade da volta recuperou-se muito pouco. Motivo: o Freitas viu-se com alguma vantagem no início da descida e forçou o andamento para a aumentar, visando entrar em Ribas destacado. Ainda chegou a ter vários elementos consigo durante a subida, casos do Pina, do Salvador e do Evaristo, mas apenas este se manteve na frente até ao Freixial – à custa de um esforço que desde logo o «descarregou». O Freitas pediu-lhe que o levasse até ao início da subida e ele gentilmente acedeu... e kaput! Pelo inquestionável desequilíbrio de capacidade entre ambos a situação deveria ter sido a inversa, penso eu...
Quanto a mim, não seria por estas contingências que alteraria o que tinha programado. Ou seja, não forcei, mantendo-me entre o grupo perseguidor, liderado depois de Bucelas pelo Chico – que tal como na Mata teve excelente desempenho. Entrámos com cerca de 25 segundos de atraso do duo de fugitivos – rapidamente reduzido a apenas a um, já que o Evaristo ficou pregado à dura rampa de entrada na subida de Ribas. No encalço do Freitas, também não demorou a ficarmos apenas eu e o Chico. Meti o meu passo, recuperando progressivamente até o alcançar junto ao cruzamento do café, na abordagem à fase mais complicada da ascensão. Esse momento coincidiu com a cedência do Chico, seguindo o Freitas na minha roda, que, tal como na Mata, demonstrou encontrar-se bem – a juntar o facto de no sábado ter realizado esta volta.
Excelente tempo de subida: 10m02s, e pulsação média perto do limite: 180 bpm.
De Ribas para Montemuro, agora face ao vento. O figurino manteve-se, embora o Chico, às tantas, tenha acelerado, seleccionando o grupo mais rapidamente do que parecia vir a suceder. Com ele, restaram apenas eu e o Freitas. Desta vez, o trio não se desfez até ao alto. O Vaza chegou muito pouco depois, seguido do inseparável duo Pina/Salvador, esperando-se bem mais por outra dupla Rocha/Evaristo.
Tempo: 10m40s, apenas dois segundos mais que na Super-Trepadores. Pulsação média: 172 bpm (+2 bpm que nessa volta)
Rapidamente se transpôs a vertente de Santo Estêvão das Galés, a partir daí sem o Chico e o Vaza. Na ligação Rogel-Sto. Estêvão das Galés-Sta. Eulália, o Evaristo deu as últimas, arrastando-se até ao cruzamento, onde atalhou para o conforto do lar.
Para as Salemas só restaram eu, o Freitas, o Rocha, além do Salvador e do Pina, que se mantinham destacados depois de não pararem em Montemuro. O Rocha ainda enfrentou as íngremes inclinações da fase inicial da subida, mas logo a seguir deu a volta ao cavalo. Segui com o Freitas, ambos gerindo o esforço nas duras rampas, que, no meu caso, faziam acusar nos músculos o intenso «trabalho» realizado até então.
A pulsação média (165 bpm) prova que foi só... passar. Compensou o sabor da conquista do topo e o culminar da volta com relaxante descida para Loures, mas nem tanto, depois, até Alverca.
«Pecúlio» pessoal final: 5h10 de treino, 140 km e 1700 metros de ascendente acumulado.
4 comentários:
Grande "Clássica".
Estão convidados a darem uma vista de olhos ao recente criado blog em:
http://voltasaooeste.blogspot.com/
A mesma volta sob outro olhar!
Confusão ou a volta foi perdendo elementos...?
Grande Runa, e restantes companheiros, gostei do treininho!
Parabéns pela magnífica crónica, camarada Vaza. Vocês (tu e o Xico) são óptima companhia (bons atletas e porreiraços), por isso é sempre um privilégio alinhar convosco nas lides velocipédicas.
Continua a «bombar», nos blogs como na estrada.
Abraço
Raaaaaaaaaaaaaza,pelo k eu vi tens dormido em cima dela...da bike é claro!
Diz ao xico para meter o 56,eheheh.
Bom treino a todos os niveis.
É verdade se virem por ai o Evaristo,tirem-lhe a pedra de cima...eheheh,(bom companheiro).
Ricardo,pior k Salemas foi ter de subir Freixeira já com 4hrs no bucho e uma ventania daquelas k dá vontade de por a cassete de BTT.
Abraços ao pessoal.
O Comité Olímpico Internacional (COI) anunciou ontem que, oito meses depois do final dos Jogos Olímpicos (JO) de Pequim 2008, a reanálise de amostras de sangue detectou seis novos casos de doping, todos por detecção de CERA, uma eritropoietina de acção prolongada. Um dos suspeitos de dopagem é o ciclista italiano Davide Rebellin, medalha de prata na prova de estrada. Outro dos envolvidos é um campeão de uma disciplina do atletismo.
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