Espaço aberto à opinião dos ciclómanos sobre ciclismo. De simples entusiastas da modalidade aos que a praticam. Sítio de tertúlia, onde fluem conversas de ciclistas sobre ciclismo.
sexta-feira, maio 22, 2009
Na recta final para a «Cubino»
Estamos a duas semanas da ciclodesportiva espanhola «Lale Cubino», a realizar na região da Serra de Béjar, província de Salamanca, no próximo dia 7 de Junho. No meu caso, será o culminar de seis meses de preparação para um objectivo único. Para os nossos bem conhecidos Freitas, Filipe e Hugos Maçã e Garfield, fortíssimo aperitivo para o célebre Quebrantahuesos, duas semanas depois. Na primeira, também irão estar o Jony e o Salvador. Forte armada portuguesa, concerteza!
A «Lale» pouco ou nada fica nada a dever ao «Quebra», a rainha das clássicas amadoras do país vizinho. Embora com menos 50 km, tem praticamente o mesmo desnível acumulado (+3300 metros) e algumas singularidades que a podem tornar tão ou mais difícil. Desde já, aponto duas: o facto de terminar em alto (na estância de ski da Covatilla, a 2000 metros de altitude) e de ser possível sair com o pelotão da frente, integrando-o durante praticamente metade do percurso – até ao início do Portillo («puerto» de 1ª categoria), quando as águas realmente se separaram.
A saída de Béjar (onde está instalada a partida e a base organizativa da prova) é logo muito rápida (mas em subida: um topo manhoso) e implica boa colocação e esforço acrescido para não perder o «comboio», que não pára mais, encadeando logo uma secção em descida suave, que se faz a mais de 45 km/h, com o primeiro «puerto» da jornada (3ª categoria, 4 km a 4%). Aqui, o andamento à cabeça continua a ser quase «pro» (25 km/h) e na descida de 10 km subsequente... ainda mais: 50 km/h.
A partir do km 27 entra-se num rendilhado constante que leva à subida de 1ª categoria, a primeira das duas grandes dificuldades da prova: o Portillo (10 km a 7%). Nessa ligação de quase 40 km pode deixar-se a pele, devido a duas ou três subidas de 1 a 3 km, a percentagens suaves (3-4%), que ao ritmo do pelotão (+25 km/h) obrigam a manter intensidade elevada. Segue-se uma fase longa em descida constante e depois plana, de 20 km, que se volta a fazer a 40 km/h.
Antes de entrar no Portillo há uma antecâmara de... 5 km a 3%!! Quem acusar desgaste da primeira fase, fica lá! Como eu fiquei! Depois entra-se na subida propriamente dita, sempre com inclinações muito constantes, entre 6 a 8%, sem rampas íngremes mas também poucos ou nenhuns descansos. «Coisa» para demorar mais de 35 minutos! No meu caso: 37m a 173 de pulso.
No alto estaremos com 75 km, exactamente metade do total, seguindo-se 18 km em descida a 45 km/h, a exigir precaução. Para, em seguida, voltar-se ao sobe e desce que caracteriza a prova. Desde logo, nova subida (2,5 km a 5%) e descida (7 km), antes de chegar a subida de 2ª categoria (8 km a 5%). Após esta (110 km), resta o sector de regresso a Béjar, que ainda nos impõe mais(!!) uma subida (4 km a 4%).
Na passagem por Béjar (131 km) é possível optar por concluir desde logo a prova ou continuar para a subida final, da Covatilla, uma «espécie» muito parecida à da Serra da Estrela – até mesmo na altitude a roçar os 2000 metros.
É uma montanha de categoria especial, palco de diversas chegadas de etapa da Vuelta, e é... muitíssimo dura! Tem cerca de 17,5 km e desnível de 1025 metros. Os primeiros 10 km podem considerar-se suaves, de aquecimento (4%), com alguns bons descansos pelo meio.
Até que... se depara um «muro» de 4 km a 11% (média!!!), sem alívios. Para quem conhece a zona do Sanatório da Serra da Estrela – é como se a multiplicássemos por 4. E a parte final da ascensão (4 km) é apenas menos íngreme, passando para constantes 8%, com o penúltimo km a 10%. E há que contar com o factor altitude a partir dos 1500-1600 metros (em plena fase mais dura da subida), em que a rarefacção do oxigénio se torna mais uma forte contrariedade.
Em suma, a «Lale Cubino» é um desafio aliciante, que vivamente recomendo. Entretanto, por cá, tudo a aprontar-se para dia 7!
Até lá, tentarei fazer, aqui, uma espécie de diário da recta final da preparação:
Hoje, de manhã, treino de subida – não de séries propriamente ditas (com tempos precisos de esforço e recuperação), mas com diversas solicitações ligeiramente abaixo ou sobre o meu limiar anaeróbio (165-174) intercaladas por recuperações tranquilas em descida e nas ligações. Ritmo em subida privilegiando a velocidade à força, esta apenas em curtas acelerações no final das mesmas.
Abaixo está o gráfico com a altimetria do treino e a frequência cardíaca.
Percurso: Alverca-Loures-subida de Montemor-descida para Loures-Sete Casas (Malha Pão)-descida para Ribas-duas subidas de Ribas-descida para Vale de S. Gião-subida Cabeço Montachique-descida Fanhões-subida Estação Eléctrica-descida-subida Monte Esperança-descida Ribas-Bucelas-Cabeço da Rosa (Romeira)-Alverca
Total: 85,3 km
Duração: 3h22m
Desnível acumulado: 1575 metros
Pulsação média: 139
Pulsação máxima: 181
Pulsação em repouso: 36
Peso: 70,8 kg (objectivo: ainda perder 0,5-0,8 kg)
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1 comentário:
FREITAS vai haver um concurso de PESCA dia 7 na ericeira,aproveita e em vez de ires a espanha dar BARRACA vai a PESCA que ganhas mais lolol.
Bob Construtor
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