segunda-feira, agosto 31, 2009

Clássica da Serra da Estrela, no próximo domingo

Antes da crónica sobre tudo o que sucedeu, ontem, na terríveis rampas da Serra de S. Julião, adiantam-se desde já as informações principais sobre a Clássica da Serra da Estrela, do PRÓXIMO DOMINGO (dia 6).
O percurso eleito é o tradicional, com partida do Fundão e subida à Torre pela Covilhã – a vertente mítica até ao ponto mais alto de Portugal Continental. O trajecto terá aproximadamente 86 km (incluindo regresso ao Fundão) e no seu início estende-se por mais 14 km - divididos em dois troços de 7 km, com ida e volta pelo menos trajecto - antes da abordagem à subida, como sempre a partir do cruzamento da EN18, à entrada da Covilhã. O objectivo deste prolongamento... inicial é rolar mais alguns minutos (cerca de 30) antes se entrar definitivamente em esforço de montanha, a partir do referido. Como se sabe, até à Praça do Município, no centro da Covilhã – onde se incia, de facto, a subida à Torre – já se contabilizam cerca de 3,5 km de subida «à séria» (com inclinações médias a rondar os 7%) , a contar do ponto mais baixo da cidade (nó da EN18).
Assim, a extensão do percurso consiste em continuar durante mais 7 km na EN18 – a estrada que «levamos» do Fundão à Covilhã – a partir do nó em que habitualmente saímos para a cidade, até ao cruzamento com a EN18-3. São 7 km certos! Nesse local (topo de uma subida de 2,7 km com inclinação suave, tipo Sobral), dá-se meia volta de regresso a Covilhã, precisamente pelo mesmo caminho.
A subida à Torre tem 21 km, a que devem juntar os «tais» 3,5 km desde a entrada na Covilhã. Grosso modo, conte-se com 25 km à exigente média de 7%: uma contagem de montagem de categoria... especialíssima, não há dúvidas!!
A PARTIDA DO FUNDÃO – junto ao Hotel Alambique, na zona industrial da cidade – SERÁ ÀS 8h30!
O final da tirada será no mesmo local.
Durante esta semana serão adiantados mais pormenores sobre esta Clássica.


5 comentários:

Unknown disse...

Ui Ui,
Pensava que íamos por Manteigas, nesse caso é uma subida bem conhecida e para duros. Atenção à descida antes do túnel, como tinha referido, estão a reparar o asfalto e existe muita gravilha, está extremamente perigoso. Dêem o máximo na subida e moderado na descida ;-) Até lá.
Abç,
Nuno Garcia

Ricardo Costa disse...

Camarada Garcia, bem haja! Desculpa lá a «finta» mas as dúvidas sobre o percurso persistiram até hoje... O teu relato está excelente - próprio de profundo conhecedor daquelas paragens - e por isso não deixei de o publicar (para quem quiser consultar, está em comentário na antevisão da volta de S. Julião).
De qualquer modo, pedia-te o favor de fazeres a mesma descrição), naturalmente para o percurso que vamos então fazer (Fundão-Covilhã-Torre), e que não conhecerás menos bem que o outro...
Na minha memória ainda está a célebre ascensão, em 2004 ou 2005, com o Freitas e o Miguel «Louco» Marcelino, quando este nos fez cravar os dentes à sua roda entre a Varanda dos Carqueijais e o Sanatório, e depois acabou por ficar para trás... na descida de Piornos! E nós, acabámos a disputar a chegada à Torre em pedaleira grande! Épico.
Também vais domingo? E o tempo de 1h20 será para bater!?
Os indicadores são «assim assim»: há cerca de uma semana um grupo de aventureiros subiu por Manteigas, sob temperaturas a rondar os 30 graus, em andamento de gestão de uma volta de 160 km, em
1h15m.
Ok, a subida por Covilhã é muito mais difícil... Logo se verá.

Abraço

Luis Novo disse...

Oi Ricardo,
Eu e uns amigos estamos a pensar ir.
Quantas pessoas é que irão?
Na subida forma-se vários grupos?
Normalmente qual a vel. media depois de sair da Covilhã?
obrigado ab

Unknown disse...

Oi Ricardo, cá estarei no Domingo para a jornada, como não pode deixar de ser. Quanto ao tempo de 1h20, pessoalmente é altamente improvável, já tomei o pulso nestas semanas e estou longe dessas performances, fica a memória. Ainda assim, apliquei-me nestas últimas semanas para tentar estar à altura de uma clássica Pina Bike deste nível.
Relativamente ao percurso e essencialmente para os estreantes, a ligação do Fundão à Covilhã, mal dará para aquecer, são cerca de 12km, em estrada praticamente plana. A saída da N18 para a Covilhã dita a alteração e inicia-se a subida em frente ao novo hospital. Aqui já estaremos a subir e passaremos pelo centro da Covilhã, ainda com algum empedrado até à rotunda da câmara municipal. A saída da Covilhã é muito exigente e será importante rapidamente controlar as sensações e adaptar o corpoao esforço. Serão cerca de 3km até ao circuito de manutenção, onde há uns metros que permitem uns minutos de descompressão, para depois enfrentar novamente rampas e curvas em gancho com 10% de inclinação. Até ao sanatório o melhor é psicologicamente ir definindo pequenos objectivos, como ir passando as curvas, chegar à varanda dos Carqueijais e finalmente o sanatório. Depois do sanatório há 1 km de subida a 6 ou 7% e ficamos num pequeno planalto, com um falso plano. Cada um deverá ser consciente no que pretende e nas suas capacidades. Existem nestes locais duas abordagens distintas. Para quem a subida só por si representa um desafio, deve aproveitar para respirar comer e preparar para o troço de subida seguinte, junto aos Cortes do Meio até às Penhas da Saúde. Os mais preparados e ambiciosos não podem dar tréguas e eventualmente podem até colocar o 50, no caso dos detentores de um compac. Após as Penhas da Saúde segue-se uma nova fase da subida, mais macia até ao centro de limpeza das neves. À esquerda teremos a indicação dos Piornos e para a direita a descida para Manteigas. O caminho é em frente e a descer. Passada a descida e junto a uma estrada muito castiça que vai para Unhais da Serra e que recomendo para os amantes do BTT, inicia-se a fase final de subida para a Torre. A descida por vezes trás más sensações quando começamos a subir, uma escolha adequada de andamentos e uma boa transição subida-descida-subida é importante nesta fase. A partir daqui são 7 km com o ponto quente junto ao túnel, aonde a estrada empina aos 10%. Passado o túnel a dificuldade será o cansaço que pode estar acumulado e o ar rarefeito que se começa a sentir e que dificulta a respiração e a oxigenação dos músculos. A chegada à Torre tens os 500 metros que quando o vento sopra de frente parecem intermináveis.
Quanto às dicas, mantêm-se:
- A descer antes do túnel, a estrada está em fase de reparação e está com muita gravilha e desníveis nas camadas de alcatrão. Está com o piso extremamente PERIGOSO.
- Para enfrentar as rampas desta vertente é muito importante vir preparado com os andamentos adequados às capacidades de cada um. Mais vale ser conservador, não tem nada a ver com uma subida tipo Montejunto, são mais km e mais duros. Por isso um compact ou no mínimo 25-28. É possível fazer com menos? Sim é, mas já entramos num exercício de musculação ;-)
- As diferenças no alto serão naturalmente grandes e lá em cima a 1990 m pode fazer um ventinho desagradável, o melhor é acordar antes um ponto de concentração para juntarmos o pessoal.
- Se o tempo estiver meio enublado e o topo da serra não estiver visível do Fundão ou Covilhã, uns manguito e um pequeno corta-vento podem ser amigos na descida, a serra nestas circunstâncias é imprevisível.
Abç,
Nuno Garcia

Ricardo Costa disse...

Nuno, obrigado pelas excelentes dicas! Sem dúvida, muitíssimo úteis a TODOS os que estarão presentes no próximo domingo, à partida do Fundão.
Eu apenas acrescentaria o seguinte: na minha opinião, independentemente da condição física de cada um e do tipo de abordagem à montanha, creio que os primeiros 3/4 km no interior da Covilhã, já em subida, deverão ser aproveitados para adequar o andamento, controlar o pulso, experimentar desmultiplicações, etc. - uma vez que não existe transição entre este sector e a subida propriamente dita, que se inicia após a Praça do Município.
Para mim, a subida tem três fases nevrálgicas: os primeiros 2/3 km à saída da Covilhã, muito íngremes, em que é fundamental não entrar em sobre-regime, pois aqui a «procissão» não só ainda não está ao adro, como nem sequer... saiu da igreja.
Depois a tal passagem pelo secção muito dura, depois do «descanso» no circuito de manutenção até ao Sanatório. É para passar «docement», com a corrente toda à esquerda! Quanto a mim, esta fase não é tão delicada como a primeira, porque após as agruras da Varanda/Sanatório, há o planalto, não para recuperar forças, já que as que foram gastas... não voltam mais, mas para retemperá-las.
A terceira fase, é a passagem que antecede e precede o túnel: bastante íngreme, geralmente exposta ao vento e já com o factor-altitude.
Após passar a interminável rampa que ladeia a vertente (sul), após a viragem à direita a seguir ao túnel (que aponta literalmente ao céu), a subida está feita!

Luís: respondendo às tuas dúvidas, posso dizer que será provável (e recomendável) que se formassem grupos ao longo sa subida, mas para isso teria de haver um equilíbrio de forças entre os seus elementos, que muitas vezes é difícil de alcançar. Se os teus amigos são do teu nível, deverão ir juntos (têm tudo a ganhar...), mas a subida é muito, muito longa, e todos passam por fazes melhores e piores, a «esse» equilíbrio poderá quebrar-se.
Por outro lado, não sei, por agora, todos os que vão lá estar efectivamente, mas adianto desde já, que a confirmarem-se os que mostraram essa intenção, existem condições para se formarem grupos. Obviamente, com abordagens diferentes à subida.`
Quanto à velocidade média, creio que deverá oscilar entre os 12-14 km/h para as abordagens «moderadas» e 14-16 km/h para os mais «ambiciosos». Abaixo será tipo-passeio; acima será para estabelecer «crono» abaixo das 1h20.

Abraço