A semana é muita vezes curta para conciliar o treino de ciclismo com compromissos vários. Por isso, para um número cada vez maior de praticantes do nosso burgo, a manhã de domingo pode não chegar para acumular os quilómetros suficientes para a exigência e objectivos de cada um deles, quer sejam «devoradores» de quilómetros, com registos acima dos 10-15 mil/ano e metas a condizer esse volume; ou menos rodados, logo com pretensões adequadas.
Deste modo, todo o tempo livre ao fim-de-semana é precioso, e com isso o sábado tem vindo a ganhar, para mais gente, maior expressão no volume de treino, quase rivalizando com o dia nobre de domingo. As duas últimas semanas confirmam-no.
Há 15 dias, mesmo com o tempo húmido que repetiu nos últimos dois domingos, um pelotão considerável reuniu-se em Loures para percorrer os mesmos caminhos da Clássica de Santarém (embora em sentido inverso), acumulando horas e quilómetros significativos (não menos de 150 km) que, por hábito, estão reservados aos domingos – até por uma questão de... «poupança» para os andamentos mais exigentes nestes dias.
Embora longe de ser inédito, confesso que fiquei surpreendido com a adesão, que é mais uma prova que esta temporada ninguém quer atrasar-se na preparação. Assim, nessa manhã – chuvosa, repito – andava a passear-me na Variante de Vialonga quando sou informado da iniciativa: da malta ir para Santarém. Aguardei pela chegada do grupo que pensava restrito, quando me deparo, já em Alverca, com um pelotão especialmente avantajado, de quase duas dezenas de elementos. Embora curto, o contacto (e ainda abreviado devido a furo) foi esclarecedor.
No último sábado, idem. Cenário semelhante (só as condições climatéricas eram melhores) e pelotão não menos recheado. Desta vez, destino: Bombarral. E a contabilidade às horas e aos quilómetros não foi mais baixa. E não só: nos dois fins-de-semana, as longas saídas de sábado compensaram as partidas de S. Pedro aos domingos, permitindo aos participantes repousar sobre o pecúlio (de treino) acumulado do primeiro dia – e prescindir das agruras das intempéries dominicais. Que, neste último, bem provei!
Por outro lado, destaca-se a abordagem responsável do pelotão aos sábados. Se, para Santarém, não tive oportunidade de a constatar «in loco», já para o Bombarral, nos 15/20 km em que estive, foi notória a atitude coerente do colectivo, que se manteve fiel ao andamento em regime de endurance e (aparentemente) imune a ímpetos desestabilizadores.
Exemplo: por estar desde logo excluído da «tirada» (horário limitado «oblige»), bem cedo, em Guerreiros, meti o «passo» que mais me convinha e destaquei-me naturalmente do sempre tranquilo e ordenado pelotão, em que o Zé Henriques foi excepção. Depois, na subida da Venda, repeti. E o figurino manteve-se.
Com isto, realço não apenas o mérito da atitude «de sábado» do pelotão (adequada às circunstâncias), como também a diferença cabal em relação ao contexto habitual dos domingos. Uma e outra, revelam precisamente que se trata de dias... «diferentes»! Na minha opinião, essa diferença deve ser continuar a ser respeitada escrupulosamente pelo grosso da coluna do pelotão. Mesmo que haja elementos que, a espaços, acelerem (para treinar ou simplesmente porque querem...); e que estejam para cumprir a volta na íntegra ou que, não podendo, apenas uma parte, como eu. Porque só assim se poderá preservar essa apropriada distinção dos dias.
Volta do próximo domingo: Valada (Muge) – à condição de o tempo estar seco (por motivos do atravessamento da ponte metálica). Amanhã, publica-se o percurso detalhado.
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