terça-feira, novembro 01, 2005

O homem do momento!

A chuva fez tréguas em dia de Todos os Santos e permitiu que a volta de hoje decorre-se normalmente, agora em horário de Inverno. O ritmo das primeiras pedaladas indiciou que, uma vez mais, não era dia para «voltinhas higiénicas». E a subida do Sobral confirmou o «homem do momento»: o Carlos do Barro. O grupo rolou compacto, a boa velocidade desde Bucelas, mas só nos dois últimos quilómetros se abriram as hostilidades. O Carlos passou para a dianteira e fez uma aceleração forte mas progressiva, suficiente para dilacerar o pelotão. Na sua roda foi o Freitas. Eu estava na cauda do grupo e pensei duas vezes para reagir, e só o fiz porque o Miguel arrancou bastante decidido para a perseguição, tendo-lhe agarrado imediatamente a roda.
A vantagem do duo da frente nunca foi superior a 100 metros, mas mostrava-se difícil de anular apenas com o Carlos a fazer as despesas. Às tantas, o Freitas deu mostras de estar ceder, mas logo a seguir foi o próprio Carlos a acusar o esforço (ou segundo ele, a aliviar a pedido do Freitas). Este impasse foi-lhes fatal, porque o Miguel nunca desistiu da perseguição e eu… continuava a aproveitar a sua boleia. A pouco mais de 500 metros do Forte (alto) encostámos e passámos directo sem qualquer reacção dos lideres. E como o Miguel mostrou mais do que eu seria capaz, não merecia ser atacado nos últimos metros.
Quanto ao Carlos, embora o tipo de subida não é o que mais o favorece, deu mais uma demonstração da sua boa forma. Todavia, (tive oportunidade de lhe dizer) um ataque tão tarde no Sobral recomenda uma aceleração ainda mais forte e repentina, e só depois tentar manter um ritmo de cruzeiro elevado – como aquele que impôs. Desde que acredite nas suas capacidades, estou em crer que numa subida mais selectiva, será complicadíssimo, a qualquer um neste momento, segui-lo.
Outro momento alto da jornada foi a ligação entre Arruda e Carregado: começa com dois ou três «repechos» que dão para fazer a selecção e depois uma longa descida que se faz a alta velocidade até ao final, quase sempre disputado ao sprint.
Tomei a iniciativa no último topo e não pensei que apenas quatro conseguiriam responder (Miguel, Carlos, João e Freitas). Aliás, o único a responder com prontidão foi mesmo o Carlos, com quem ainda tentei render à vez mas sem grande coordenação e eficácia – neste momento é-me impossível manter intensidade elevada mais do que algumas centenas de metros. No encalço vinha um trio de luxo e a nossa aventura durou pouco. Fiz mais uma aceleração numa ligeira subida, para assustar o grupo, mas os «adversários» estavam muito atentos. E outro, decisivo, à entrada do quilómetro final, a que apenas responderam o Freitas (claro!) e o Carlos (lá está!). Mas o sprint estava entregue ao grande especialista! Creio que cheguei a ter alguns metros de vantagem, e assim a minha única possibilidade seria adiar ao máximo a aceleração final, mas também aí aumentaria a atenção e a capacidade de resposta do Freitas.
Do Carregado a Vila Franca, eu e ele ainda tivemos de suar as estopinhas, devido a uma paragem mais demorada para… mudar a água às azeitonas. Houve quem reconhecesse que nos tinham lixado de propósito. Acontece a quem facilita! Parece que o Zé Morais levou vantagem sobre o João Pedro no tradicional sprint.
No final, após 4 horas tinha 115 km no conta-quilómetros, os músculos doridos e as sensações normais para o momento.

2 comentários:

Anónimo disse...

Continuem assim

Anónimo disse...

Cheguei pessoal!
Pela primeira vez de visita a este blog, aproveito desde já a oportunidade para felicitar o seu criador (parabéns Ricardo).
A vontade de perpetuar este espírito de grupo que, tendo os seus altos e baixos, não deixa de ser fantástico, leva-me a afirmar que considero muito interessante a ideia da tertúlia semanal após cada volta, o que dá origem às mais variadas manifestações de força e/ou fraqueza daqueles que vão animando cada etapa.
A minha intervenção de hoje fica por aqui, mas prometo estar atento aos acontecimentos mais escaldantes do nosso pequeno pelotão.
1 abraço a todos,
L-Glutamina