quarta-feira, agosto 09, 2006

Gardunha em dose dupla

Já aqui se falou sobre as características e dificuldades da Etapa da Serra da Estrela. A um mês (e um dia) de distância da prova (10 de Setembro) convém sublinhar, a todos que pretendem participar, a importância de a preparar devidamente, não apenas fisicamente mas também do ponto de vista estratégico. Mais precisamente da gestão do esforço, que mesmo optando pelo percurso mais curto e acidentado, é elevado, considerando ter de subir à Torre.
Todavia, as recomendações dirigem-se aos candidatos ao percurso maior (124 km), que contempla, além de duas passagens pela Serra da Gardunha, a ligação nada fácil a Manteigas e finalmente a longa e dura subida ao ponto mais alto de Portugal Continental.
Partindo do pressuposto que não conheço as subidas em questão (Gardunha Norte, Sul e Manteigas-Piornos) todavia é-me possível concluir, através dos testemunhos de quem já as fez e também pelo reconhecimento teórico, via Google Earth (calculando as distâncias e as percentagens de inclinação), que a primeira passagem pela Gardunha (Norte) terá a condicionante ser logo aos primeiros quilómetros (3 km), embora a subida propriamente dita só comece aos 12 km. Todavia, logo à saída do Fundão, a estrada empina, deparando-nos uma primeira rampa de 600 metros, a 5,3% (aos 6,2 km), e mais tarde (8 km) outra, que embora mais curta, (360 m) é muito mais dura (10,6%). Um sobe e desce que antecede a subida principal, que tem 3,2 km e 4% - praticamente da distância da nossa bem conhecida Ribas, mas muito mais suave (Ribas tem 6%).
Depois de descer a serra e de percorrer 16 km (duas vezes 8 km) em terreno quase plano, com inversão de marcha na rotunda de Soalheira (25 km), aborda-se a segunda passagem pela Gardunha (Sul) – também conhecida por Alpedrinha, pois atravessa esta localidade serrana. Desta tenho uma vaga ideia, por tê-la subido há alguns anos no tradicional passeio de cicloturismo… a 10 km/h. Logo são poucas as referências.
É mais longa (5,4 km) mas tem a vantagem, em relação à primeira, de a inclinação ser mais constante e não muito mais elevada (4,3%). A sua abordagem faz-se aos 33 km, ainda no primeiro terço da etapa. Ou seja, com muito por pedalar. Logo todas as cautelas serão poucas…
Certamente, para alguns participantes é fundamental atentar ao andamento do grupo, pois pode ser proibitivo ou, no mínimo, pouco recomendável segui-lo. Por isso, aconselha-se a cada pessoa que adeque o ritmo às suas capacidades, o que nem sempre é fácil. Neste caso, a auto-avaliação impõe uma grande dose de racionalidade e de humildade…
Contudo, o resultado final de uma gestão cautelosa certamente será recompensador!

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