sexta-feira, agosto 04, 2006

Volta a Portugal 2006

Amanhã começa a Volta a Portugal 2006. Apesar de continuar a ser uma competição da terceira divisão do ciclismo mundial, para todos efeitos é a nossa volta. E por isso deve ser acarinhada. Mas sem exageros!
Este ano, parece ter havido um esforço da organização em tornar a dar a Volta a Portugal e não só ao Norte e Centro. Mas numa etapa apenas (1ª) liga-se o Algarve (Portimão) ao Alentejo (Beja) e a coisa está feita! Louva-se também que a caravana faça uma passagem (obrigatória, digo eu!) por Lisboa, afinal ainda é capital.
No entanto, em relação ao percurso, creio que desta vez o Joaquim Gomes deixou-se finalmente convencer pelo eterno choradinho do Cândido Barbosa e da sua trupe e fez a volta à medida do sprinter-trepador da LA. Na minha opinião, até mais que em 2005 - como se fosse possível haver melhor a pensar nas características do menino de Lordelo - mas ninguém esperava que o «Bladimir» (que é grande ciclista) lhes desse a... volta.
Mas há limites para a indecência. Mesmo elogiando alguns finais de etapa pouco habituais nos últimos anos, como a chegada a Felgueiras - que deverá ser interessante -, a longa mas pouco selectiva subida para a Guarda e a clássica Sra. da Graça, que é de longe a etapa mais dura, ao nível das melhores provas internacionais. Nesta última, no entanto, a atentar pelos últimos anos, o pelotão vai voltar a arrastar-se pelo Alvão e o Viso para não moer muito as perninhas, e depois toda a gente vai chegar com força ao Monte Farinha, principalmente o bom do Cândido, prevendo-se mais um sprint de 500 metros no alto, como em 2005.
Mas muito mais escandaloso é a etapa-que-custumava-ser-rainha da Volta: a da Torre. Já se vai tornando um hábito triste que a etapa não termine na única montanha de categoria especial que temos em Portugal, mas creio que este ano estão mesmo a brincar com o povo! Como não ficaram satisfeitos com madorna do ano passado que foi assistir à perseguição do Cândido ao Efemkin e ao Perez pela perigosa descida para a Covilhã e depois sensaborona ligação ao Fundão, mesmo ao jeito dos roladores, agora ainda fizeram pior: sobe-se para a Torre pela vertente mais fácil (Seia) e desce-se para Manteigas para terminar novamente no Fundão. O terreno plano e as descidas são ainda maiores. Quem será o louco trepador que vai atacar nas Penhas Douradas ou em Seia, para depois derreter nos quase 100 km que faltarão?

Bom isto sou eu a falar... mal!

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