segunda-feira, agosto 21, 2006

Oeste: a «Bela Clássica»

A Clássica do Oeste confirmou as melhores expectativas. Teve um pelotão bem disposto e empenhado em enfrentar as exigências do percurso. O resultado foi excelente! Felizmente sem a oposição do calor excessivo, a irregularidade do terreno impôs aos participantes as maiores dificuldades da tirada, através de trajecto interessantíssimo que serpenteou por paragens lindíssimas da região Oeste.
O andamento moderado, factor determinante para o bom desenrolar da etapa, também permitiu atenuar os desgastes do acumular dos quilómetros e do desnível. Foi o que se viu desde Loures até à Malveira, ligação particularmente delicada, onde o ritmo foi moderado, não descansado. Permitindo enfrentar a subida da Freixeira – primeiro obstáculo sério –, com os depósitos ainda cheios.
À passagem pela Malveira, já o grupo engrossara, com a integração do Nuno Garcia (retido à saída de casa devido a um furo) e o Zé-Tó «Ullrich», que aguardava no início da descida de Vila Franca do Rosário. A partir daqui o cariz da volta mudou. O «Falcão» Freitas tomou o comando e precipitou-se encosta abaixo, mantendo um andamento rijo até ao cruzamento do Livramento, altura em que deixou a condução do grupo entregue ao Hélder. Que não deixou o ritmo baixar, claro está! Por isso, com os topos do Turcifal a meterem parte do pelotão no «red line», a entrada na subida de Catefica provocou imediatamente cortes previsíveis. A maioria não conseguiu seguir o ritmo do duo Hélder/Garcia e outros, como o Freitas, preferiram permanecer na retaguarda, junto do Abel. Inicialmente mantive-me em posição intermédia, com o Carlos e o Salvador, mas quando acelerei para fazer a junção ao duo da frente, não tive companhia.
De novo reagrupados, fizemos uma excelente ligação entre Torres e a Encarnação, primeiro a rolar a favor do vento (O Zé-Tó e o Freitas meteram o andamento ideal) e depois na subida, onde foi louvável o trabalho do Carlos e do Salvador.
De seguida, a Picanceira – o «hot spot» da jornada. Ao contrário do que sucedera na última vez (e até então a única) que se realizou esta volta, a entrada foi moderada e quando passei para a frente, o ritmo foi aumentando gradualmente até à passagem pela localidade. A partir daqui, a parada tornou-se mais selectiva, ainda assim sem mudanças bruscas de velocidade, assim se mantendo até à descida.
Todavia, na abordagem à fase final da subida, na Barreiralva, o Carlos decidiu atacar, desencadeando uma reacção pronta e forte e a quebra definitiva da harmonia. As consequências foram imediatas, como o Pintainho e o próprio Carlos a descolarem no falso plano até à Murgueira, onde continuei a meter o ritmo, experimentando algumas variações, sempre com resposta eficaz do Freitas e do Nuno Garcia, companheiros «inseparáveis» até ao alto do Gradil (Murgueira), onde o nosso «sprintoso» Durão – indiscutivelmente o classicómano mais forte do grupo – impôs mais uma vez a sua lei.

Notas de observador

O momento alto da volta, na minha opinião, foi o ataque do Carlos no topo da Barreiralva. Embora sem o resultado que ele supostamente pretendia, teve todo o mérito ao quebrar a cadência constante elevada que eu vinha a marcar desde a Picanceira, e que não era propícia a aventuras. Ao agitar-se as águas, acabou a coesão do grupo restrito que seguia na frente. O próprio foi vítima de ter ousado mexer no vespeiro, mas pela sua demonstração de coragem e também de força (de facto!), merece inteiramente este destaque. Para mais, ele que, por natureza, é demasiado comedido… Por isso, é uma enorme baixa para a Etapa da Serra da Estrela – que continua em contagem decrescente.

Ao invés, o Hélder «desapareceu» inesperadamente a partir de Torres Vedras. Depois de se ter mostrado na Freixeira e especialmente em Catefica, mergulhou numa discrição muito pouco habitual nele, eclipsando-se na subida da Encarnação e abdicando totalmente de tentar seguir na frente na Picanceira. Aliás, foi com espanto que o vimos chegar com o Abel e o Salvador, os últimos na Murgueira. Terá sido um acto voluntarioso ou o disfarce de um momento mau?! Seja o que for, considero sempre bastante curiosa a forma de se gerirem as fraquezas sem as expor. Ou melhor, tirar a carne do grelhador quando pode sair chamuscada…

O regressado Zé-Tó demonstrou, uma vez mais, que apesar das ausências pontuais mantém um nível de forma satisfatório muito regular. O segredo, segundo diz, é a forma como gere as limitações físicas devido ao escasso treino através de uma abordagem cautelosa às voltas. É um facto, todavia também não é alheia uma dose importante do que se pode chamar factor-genético, ou seja, a sua condição física inata de desportista. E também é atenuante não serem raras as vezes que faz apenas uma parte do percurso. Como o caso de ontem. À parte: já lhe fiz o repto da Serra e ele aceitou ponderar. Bom sinal!

Para a semana, sobe-se Montejunto. A vertente escolhida é a de Vila Verde dos Francos. O percurso de ida e volta é pelo Sobral, Merceana e Atalaia. Bom teste para a Serra da Estrela.

Já agora, no seguimento da conversa mantida com o Pintainho (que continua em evidente crescendo de forma e cada vez melhor adaptado aos «rigores» da roda fina, sendo outra ausência confirmada na Serra, a lamentar), sobre o desafio por ele proposto das Quatro Subidas de Montejunto sugiro-lhe (e aos demais interessados) a data de 5 de Outubro (feriado, quinta-feira). Vamos começar desde já a preparar a aliciante aventura, que serviria para terminar a época em beleza?

2 comentários:

Anónimo disse...

AO QUE PARECE TERÁ SIDO UMA EXCELENTE CLASSICA PENA NÃO PODER TER PARTICIPADO!!! E SER ME Á QUASE IMPOSSIVEL NOS PROXIMOS TEMPOS... TENDO EM CONTA A PREPARAÇÃO PARA AS MARATONAS DO MÊS DE SETEMBRO!
NÃO PODEREI ALINHAR NA CLASSICA DA SERRA COM MUITA PENA MINHA!! DEIXANDO DESDE JÁ OS VOTOS A TODOS AQUELES QUE PARTICIPEM UMA BOA SUBIDA!!!!
ass: RUI

Anónimo disse...

Olá a todos (os q estão a rolar e os q estão de férias).
Bela volta a de Domingo! Soube aquilo q tanto gostamos: Puro Ciclismo!
Foi de facto c muita satisfação q regressei às voltas Domingueiras após 1 mês de ausência (engorda...).
Claro q apenas pude cumprir parte do percurso pq como sabemos o Grupo PinaBike n permite descuidos no apuro de forma...quem n for prudente na abordagem das Clássicas paga caro a participação nas mesmas e foi +/- assim q "entrei" n Grupo na Malveira. Após 2' a "tentar apanhar rodas", qd já estava no fim do Grupo perguntei ao Abel: "o ritmo agora é este???", ele apenas conseguiu encolher os ombros!
Assim, foi mt céptico q comecei a volta, pensando q n chegaria a Torres o q n acabou por acontecer(felizmente!). Deste modo e pq ía fazer menos Kms deu p "chegar a casa"...
Foi c satisfação q vi q o pessoal tá num belo momento de forma (pela definição muscular...óbvio!).
Quero apenas "chamar" os ausentes p q o Grupo seja maior no próximo Domingo e dar 1 ab a todos os q v tenho visto.

Boas pedaladas,
ZT