segunda-feira, agosto 07, 2006

Gradil ainda mais selectivo

As altas temperaturas marcaram a Clássica do Gradil, realizada ontem. O percurso era exigente, mais do que a distância (80 km), mas o calor tórrido que se fez sentir desde as primeiras pedaladas dificultou ainda mais a tarefa dos ciclistas.
O grupo que saiu de Loures foi o mais numeroso de há muitos domingos a esta parte - o que se salienta pela positiva - e teve um desempenho muito homógeneo, apenas se desagregando definitivamente na aproximação à Malveira, quando já pessavam nas pernas o desgaste provocado pelo calor e as passagens pelo Forte de Alqueidão e no ponto alto da etapa: a dupla subida do Gradil.
A primeira foi feita a ritmo bem moderado até aos ferro-velhos, altura em que o trio Freitas-Hélder-«Ribeiralves» se destacou, forçando a uma perseguição forte do pelotão até ao Forte. Aliás, situação já habitual neste local. Pelo contrário, o Gradil, além de mais exigente foi marcado por um andamento forte quase desde o início, imposto pelo Hélder, seleccionando rapidamente um sexteto composto por Hélder-Ricardo-Freitas-Nuno-Pintainho e «Ribeiralves».
Sinal que a «coisa» seria dura foi o elevado número de «talegas» metidas. E com as pulsações muito perto de regimes máximos dei-me por satisfeito ter chegado ao primeiro topo no grupo da frente. A subida final para a Murgueira teve uma abordagem mais cautelosa, tanto mais que o Hélder demorou a assumir-se, como seria previsível, deixando mesmo o comando para o «Ribeiralves» e o Nuno. O Freitas e eu, ambos na expectativa. Aliás, o aguardado ataque do Hélder terá sido mais retardado também por ter ficado fechado junto à berma durante algumas centenas de metros, mas depois do gancho nada nem ninguém o pôde contar, fazendo uma fortíssima aceleração, que obrigou os restantes a cerrarem fileiras. O espaço abriu-se, mas felizmente ele parou... Mas fez «estragos» - o mais vísivel, no Pintainho, que largou. À entrada para o último km, decidiu experimentar a sorte. Acelerei uma primeira vez, em esticão, para sentir as pernas e aliviei. O grupo esticou e voltou a agregar-se. desta vez, terá ficado o «Ribeiralves». Mas 100 metros depois, voltei a acelerar, desta vez bem à vista de todos, e após as primeiras pedaladas as pernas «pediram» o 50, fraccionando definitivamente o grupo e isolando-me com o Hélder (em grande forma!), que sprintou mais forte para passar à frente no alto. A «temperatura» subiu a valores elevadísimos... mas foi muito divertido!
No regresso, registe-se a providencial e retemperadora paragem do pelotão para abastecimento na estação de serviço à entrada de Mafra e após o acidentado percurso até à Malveira apenas os mais fortes resistiram no grupo da frente. Em relação ao grupo mais forte no Gradil faltou o Pintainho (como é habitual os km já deveriam pesar nas pernas, o que não invalida a sua excelente prestação nas subidas, sem dúvida, a um nível superior à média do grupo), e entraram o João e o Salvador, que não estiveram nos momentos «altos» da tirada porque o andamento foi, de facto, altamente selectivo.

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